Band descarta especial musical sobre Bolinha; "Eu chorei muito", diz filha do apresentador
Publicado em 12/08/2018 às 09:00
Um projeto em homenagem ao apresentador Bolinha foi apresentado à alta cúpula da Band para um especial musical no fim deste ano. Porém, de acordo com a sua filha, Vitória Cury, o programa foi descartado pela emissora.
"Eu chorei muito. Meu pai foi quem alavancou aquela emissora. Eu não entendo porquê. Eu acho inadmissível que todo mundo faça homenagens e tenha um carinho todo especial pelo Bolinha e a Band...não entendo isso", desabafa Vitória, em conversa ao NaTelinha.
A única filha do apresentador revela que a iniciativa para o especial "20 anos sem Bolinha" partiu de um diretor de TV e o primeiro contato foi realizado há seis meses. "É uma pessoa muito influente dentro Band que me pediu para levar o projeto para a diretoria artística. Eu fiquei tão feliz e autorizei na hora. Ele fez um projeto lindo. Mas muito triste, depois de um tempo, esse diretor veio e falou comigo: 'olha, não se interessaram'. Me doeu", lamenta.
Edson Cury, o Bolinha, ficou durante 20 anos comandando seu programa nas tardes de sábado da Band, o "Clube do Bolinha". A atração ficou marcada pelos quadros de calouros e o "Eles e Elas", com apresentações de travestis, sempre com as coreografias no palco das "boletes".
No período em que permaneceu no ar, o "Clube do Bolinha" se consolidou como a maior audiência na grade da Band e teve sua última edição exibida em 1994. Quatro anos depois, com 61, Bolinha morreu devido a complicações de câncer em seu aparelho digestivo.
Vitória Cury revela que além da homenagem ao seu pai, o projeto musical apresentado a alta cúpula da Band teria participações de artistas que foram descobertos durante a existência do "Clube do Bolinha". E cita como exemplos a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano e o cantor Leonardo. "Imagina a audiência?", diz, acreditando no êxito do especial.
A filha do apresentador questiona os motivos que fazem a Band nunca ter produzido uma homenagem ao apresentador, desde sua morte. "Fico sem entender. Eles não têm como apagar essa história, ela não morre, o povo sabe. As pessoas me perguntam e eu tenho vergonha de dizer que a verdade", completa.
Instituto Bolinha
Vitória Cury está buscando parceiros para viabilizar um dos seus maiores sonhos envolvendo o nome do seu pai: a construção do Instituto Bolinha, algo similar ao que é o "Retiro dos Artistas", no Rio de Janeiro.
Neste projeto, que ela também chama de a "Cidade do Bolinha", haveria 100 casas construídas num terreno de 28 mil metros quadrados, cada uma delas acolhendo dois artistas idosos, com toda infraestrutura necessária, incluído um teatro.
Para tentar conseguir a construção do Instituto Bolinha, Vitória vem apelando para artistas, políticos e empresários para doação do espaço e outros auxílios. Para o pontapé inicial, ela decidiu leiloar a camisa do seu pai na internet e vender outros produtos personalizados.
"Eu mandei fazer as medalhas que meu pai dava aos calouros e o batom que as boletes usavam. Mas tudo com os meus recursos e fiz pouquinho. Coloquei pra vender num site de e-commerce que um amigo está me ajudando. Além disso, tem o leilão. O lance mínimo para comprar a camisa do meu pai, que tenho foto comprovando que era dele, é de R$ 3 mil reais",explica Cury, que também prepara um evento para leiloar duas camisas originais do Pelé.
"Eu faço o que eu posso e que eu tenho. Eu não quero colocar nas costa de ninguém tudo. As pessoas pedem coisas dele, então vamos apoiar o Instituto", completa.
O endereço para acessar o leilão clique aqui.
Vitória Cury fala sobre o leilão em vídeo: