Publicado em 19/08/2024 às 20:25:00
Longe das novelas desde Verão 90, em 2019, Isabelle Drummond pode ser vista atualmente na reprise de Cheias de Charme na Globo, que chega ao fim no final deste mês. Cobrada para voltar ao gênero, a atriz, que está com 30 anos, tem se dedicado a dois projetos atrás das câmeras.
O primeiro é sobre Laura Alvim. "O filme surgiu de um desejo meu de contar minhas próprias histórias e principalmente as de mulheres que, para mim, são relevantes. Foi uma coisa muito natural. Eu conheci a história da Laura nas minhas voltas em Ipanema, em leituras e estudos para outros projetos. Fiquei muito impressionada com toda a trajetória, com tudo o que ela não pôde viver e com o sacrifício que fez pelo seu sonho", disse Isabelle Drummond em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
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O outro filme conta a história da primeira mulher a usar biquíni no Brasil, a alemã Miriam Etz. "A ideia é fazer três filmes curtos e transformar num longa. O primeiro deles envolve essa mulher que teve a ideia de fazer o biquíni. Na verdade, era um maiô de duas peças. Depois veio a filha dela (Ira Etz, pintora, escritora e fotógrafa). Era uma Ipanema muito promissora na época, que veio a ser a Ipanema da Bossa Nova. Tem vários enredos entrelaçados ali, que surgiram dessa história. Este projeto eu produzo e vou dirigir", explicou.
A eterna Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo falou o que a motivou a dar essa guinada na carreira. "Passei a sentir falta, nos trabalhos para os quais fui convidada, de poder acrescentar minha visão de mundo e meu lugar de mulher. Comecei a pensar algumas coisas, e daí saíram estes primeiros projetos. Tenho outros em desenvolvimento. Quero dar voz a histórias que me atravessam. Tudo isso toma tempo. Tive que parar um pouco em alguns períodos. Para fazer cinema no Brasil você precisa se dedicar. Filme é como uma empresa", analisou.
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Na entrevista, Isabelle Drummond não descartou uma volta à televisão. "Tudo depende do projeto, do momento. Eu sou uma atriz, eu me movo como atriz também. Depende de as coisas casarem. Não posso dizer que vai ser assim ou assado", adiantou.
A atriz confidenciou que é bem crítica com o seu trabalho e que não gosta de alguns papéis que fez. "Eu fui bem crítica, mas ultimamente estou ficando mais generosa comigo mesma e com os processos. Hoje em dia sou mais suave, mas não amo assistir às minhas cenas. Gosto de viver aquilo e permitir que saia o que tem que sair naquele momento. Costumava ser bem crítica, costumava doer muito assistir. Hoje em dia fui ficando mais tranquila. Pelo fato de agora eu estar do outro lado (da câmera) e enxergar o ator, o processo tomou uma beleza diferente para mim", comentou.
Drummond também falou brevemente sobre a perda do pai, que foi assassinado em 2007. "Tem vezes que dá vontade de falar. Estava no carro. De repente, estava fazendo uma carta para ele na minha cabeça, no meu coração. Aí falei: 'Ah, vou fazer uma carta para o meu pai hoje'. Ele é uma pessoa muito admirada por mim e por todos que estavam com ele. Era uma pessoa solar. Essas pessoas fazem muita falta. Acordei pensando: 'Puxa, queria falar isso para ele'. E aí resolvi fazer", declarou.
"Eu gosto de falar sobre arte, sobre meu trabalho. Eu gosto de trocar com as pessoas que querem conhecer mais a arte que estou fazendo e o meu olhar sobre o mundo. Entendo a curiosidade nesse lugar. A curiosidade pessoal já é questão de escolha. Tem gente que abre mais, tem gente que abre menos. Eu abro menos", concluiu Isabelle Drummond sobre a fama de ser super reservada.
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