Publicado em 24/05/2024 às 07:39:00
Um dos maiores sucessos da dramaturgia da Globo, Malu Mulher estreava há 45 anos. O seriado que foi criado e dirigida por Daniel Filho e teve Regina Duarte como protagonista enfrentou o veto da censura e teve um episódio jamais exibido. Na verdade, sequer gravado.
Malu Mulher sofreu resistência desde a concepção. Nomes conhecidos como Manoel Carlos e Euclydes Marinho ficaram a cargo dos roteiros, mas toda a equipe teve de esperar semanas para a aprovação do projeto. O motivo? O Brasil passava pela Ditadura Militar.
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Apesar da demora, a produção conseguiu a autorização para lançar a série que tratava de Malu, uma mulher independente. Recém-divorciada, tentava ganhar a vida sozinha com tudo que aquela condição trazia de problemas.
O entrave no início foi tão grande que até a festa de lançamento da série, Malu Mulher não tinha sequer um episódio pronto. As chamadas que foram ao ar aproveitaram cenas improvisadas que nada tinham a ver com as histórias.
O diretor Daniel Filho desabafou em entrevista ao Jornal do Brasil em setembro de 1979. "Um recurso de pânico. O problema é que, quando começamos a trabalhar na série, estávamos com a cabeça bloqueada pela censura e pelo autopoliciamento. Os primeiros programas lembravam muito A Grande Família, feita num período sem nenhuma abertura. Estavam prontos, mas eram frágeis. Mas pareciam capítulos de novela das 6 da tarde", revelou.
"Então voltamos ao começo com a ajuda de Regina Duarte. Ela, como os demais atores principais das séries, participou da elaboração do personagem. Até que chegamos à Malu atual. Só nos descuidamos do seu lado financeiro, pois ficou parecendo rica, quando na realidade não é", emendou.
Apesar dos percalços, o sucesso foi imediato.
De acordo com o site Memória Globo, a "namoradinha do Brasil" escolheu o nome da série. Primeiro, Boni aprovou o projeto. Depois, Daniel Filho apresentou uma sinopse em estilo sitcom americana, mas foi reprovada pelo ex-diretor de operações, que preferiu adotar um tom mais dramático e sério.
Regina Duarte interpretou Malu na novela A Deusa Vencida (1965) da TV Excelsior. Daí veio o título do seriado.
Escrito por Walter Negrão, um dos episódios mostrava Malu fazendo uma pesquisa sobre prostituição e se infiltrando por lá. Se passando por prostituta, terminava presa e o delegado achava um tanto quanto estranho sua boa postura.
Acreditando se tratar de uma jornalista, esse foi o gancho para ter sua exibição vetada pela Ditadura Militar. No fim dos anos 70, todos os jornais levavam para suas capas casos de um delegado que espancava prostitutas. Por conta disso, a ditadura militar decidiu censurar o episódio que somente foi liberado quando a série já tinha todos os seus episódios gravados e a produção já estava encerrada, não sendo nunca filmado.
Malu Mulher ficou conhecida por revolucionar a forma de se fazer seriados no Brasil, já que falava sobre temas que eram tabu na época, como questões femininas relativas a trabalho, violência e divórcio.
A série também foi exportada para 55 países, dentre eles Espanha, Chile, Uruguai, Canadá e até Cuba.
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