Publicado em 27/04/2023 às 17:06:00
A CNN Brasil se desculpou com a Secretaria de Comunicação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ser desmentida pela estatal ucraniana Antonov. A empresa negou que tenha suspendido investimentos como forma de repudiar algumas declarações do presidente brasileiro e alegou não trabalhar com nenhum representante no país, como havia noticiado o canal de notícias.
A história começou na última segunda-feira (24), quando a emissora reportou, no programa WW, de William Waack, que pessoas identificadas como representantes da empresa de aviação fizeram uma reunião com o governo de São Paulo. O encontro teria como objetivo tratar sobre a fabricação de aeronaves no Brasil.
Porém, o projeto não teria ido para frente por conta de algumas falas de Lula, que não estaria sendo suficientemente neutro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. O governo paulista chegou a confirmar o encontro e o teor da conversa, conforme noticiado pela CNN. O caso repercutiu nas redes sociais com deputados de oposição passando a atacar o governo federal, que negou todas as informações dadas pela empresa.
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Pouco depois, a Antonov, em posicionamento oficial divulgado nas redes sociais na quarta-feira (26), disse que não tem representantes nem pessoas autorizadas a falar em seu nome no Brasil. Dessa forma, a estatal negou a suspensão de eventuais negociações em virtude das declarações do petista. O investimento seria de US$ 50 bilhões.
Na mesma noite, ao vivo na CNN, William Waack retomou o assunto e destacou que o advogado Eduardo Kuntz declarou possuir procuração e contrato de honorários assinados com a Antonov, mas não revelou o conteúdo dos documentos por segredos comerciais.
O canal de notícias pontuou que teve acesso a áudios de chamadas telefônicas com instruções dadas por dirigentes da fábrica ucraniana, sobre como proceder com as conversas com o governo paulista, que é de oposição a Lula. A emissora reconhece, porém, que não é possível estabelecer a veracidade das gravações.
Em nota, a CNN Brasil se desculpou com a gestão de Lula: "Em uma falha de procedimento, a CNN não procurou, antes da publicação da reportagem, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, à qual pedimos desculpas pelo erro".
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