Dando sequência aos especiais Falas Femininas, Falas da Terra, Falas de Orgulho, Falas da Vida e Falas Negras, a Globo preparou para o mês da mulher a antologia Histórias Impossíveis, que estreia nesta segunda-feira (6), logo após o BBB 23.
Com histórias ficcionais de suspense, embasadas nos medos femininos, o episódio de estreia, "Mancha", é protagonizado por Isabel Teixeira no papel de Laura, mãe solo de uma bebê chamada Manu, que precisa aceitar a partida de Mayara (Luellen de Castro) quando a jovem decide trocar o trabalho de doméstica pela faculdade.
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Faltando poucas horas para o fim do expediente, a funcionária é abordada pela patroa com a proposta de permanecer no emprego enquanto estuda, o que seria impossível já que o curso escolhido por ela é em horário integral.
Então, incomodada com uma mancha na janela da sala, Laura faz pressão para que Mayara limpe, quando ela já estiver de saída, só para impor seu autoritarismo sobre a doméstica.
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Como em muitas histórias entre patrão e empregado, a das protagonistas também confunde a relação das duas. A intimidade entre elas faz com que a jovem se sinta como parte da família.
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Por isso, apesar do alerta de outras amigas, negras e domésticas como ela, a futura universitária acredita que a patroa branca, de classe média-alta, é diferente das demais até se dar conta de que foi ingênua.
Para Isabel Teixeira, a relação de Laura e Mayara já é muito conhecida aqui no Brasil. "É preciso manter um olhar profundo, porque muitas coisas estão sendo descontruídas", diz.
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"Essa profissão precisa ser mais valorizada. Não basta chamar de funcionária e achar que está tudo bem. Estamos acostumados com apartamentos que contêm dependência de empregada. Geralmente, um quartinho sem janela e nem ventilação. Como assim?", sinaliza a atriz.
Ao todo, serão cinco episódios do "Falas" exibidos no ano
Criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, e com direção artística de Luisa Lima, o "Falas" deste ano contém ao todo cinco episódios que abordam questões de gênero e raciais, sempre propondo diferentes perspectivas da vivência de mulheres e proporcionando ao público diálogos sobre temas da atualidade importantes para a sociedade.
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Ao longo do ano, novos episódios vão ao ar sempre em datas comemorativas, que celebram causas e lutas sociais: Dia dos Povos Indígenas, Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, Dia Nacional das Pessoas Idosas e Dia da Consciência Negra.
Intérprete da Mayara, Luellen de Castro se diz radiante por poder fazer parte disso. "Eu tenho 27 anos e não me recordo de ter visto algo assim passar na TV aberta. É incrível poder fazer parte disso”, vibra.
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Diretora do episódio "Mancha", a cineasta Everlaine Moraes prevê que muitas mulheres brancas vão se identificar com a Laura. "O que eu quero mesmo é que empregadas domésticas e patroas assistam ao episódio juntas, que seja constrangedor, e a partir daí se estabeleça um limite”, dispara.
Já para Renata Martins, o episódio de estreia é sobre as relações da sociedade. Em como é difícil dar um passo quando existe um desejo de manter as coisas no mesmo lugar onde elas sempre estiveram. Aproximar o telespectador das personagens criadas por esse trio de roteiristas é tudo o que a escritora mais deseja.
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"Quero muito que as histórias de nossas protagonistas atravessem a tela e cheguem em cada sofá, plantando sementes em nossa audiência e contribuindo para mudanças na sociedade", complementa a roteirista.
“Vivemos um tempo de transformações sociais profundas e o desafio deste 'Falas' é pensar uma ficção televisiva que reconheça essas transformações e aponte caminhos para uma parte da sociedade que está reconfigurando a relação com seus padrões de opressão”, acrescenta, Grace Passô.
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“Falamos sobre o futuro, a identidade, o amor, a ancestralidade, a cura e a revolta. Isso tudo com personagens LGBTQIAPN+, negras, indígenas, brancas, de idades diversas”, lista, Jaqueline Souza.
Luisa Lima concluiu afirmando que o público de casa verá protagonistas femininas de forte identificação. "Uma linguagem realista atravessada por códigos do fantástico para expor traumas, preconceitos e violências mascarados no nosso cotidiano", finaliza.
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