Jovem Pan suspende âncora que debochou de ministro do STF

Tiago Pavinatto foi suspenso da Jovem Pan nesta terça-feira (13) um dia depois de debochar ao vivo de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Superior Tribunal Federal) no Linha de Frente, com direito a caras e bocas e até um gesto obsceno durante o discurso do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na diplomação de Lula. A informação foi confirmada ao NaTelinha pelo canal que não sabe dizer o prazo que ele ficará suspenso.

O apresentador foi substituído às pressas por Rodolfo Marins, que aparentemente ficou tenso e se enrolou ao apresentar o Linha de Frente ao vivo.

"Brasileiros e brasileiras, dentro e também fora, ou, ao mesmo tempo, em qualquer lugar do Brasil, mas do que deixam e que ficam por dentro de tudo o que acontece nessa pátria, um dia chamada de mãe gentil. Boa tarde, bebê que chora, mas a mãe não ouve, criança que faz careta e leva aquela boa e velha chinelada na lomba. Em nome do amor, estranho amor, eu sou o Rodolfo Marins, como você já viu, eu não sou o Tiago Pavinatto. Tiago Pavinatto está agora bem concentrado em uma situação um pouco inusitada e eu estou aqui imcubido da responsabilidade de no momento apresentar o programa.", disse ele.

"Vamos aos fatos, aos acontecimentos que aconteceram... vocês estão percebendo que quem sabe faz ao vivo, estou um pouco nervoso, fui chamado aqui de última hora", completou o apresentador da Jovem Pan.

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Âncora da Jovem Pan suspenso se defende

Tiago Pavinatto gravou um longo vídeo no Instagram com um print da matéria do NaTelinha se defendendo após as críticas pelas caras e bocas e gestos. Ele disse que não foram os gestos dele que foram obscenos e sim os discursos do ministro.

"Os veículos de esquerda estão me tratando como criminoso... Subverter a democracia em nome de uma democracia do papel é obsceno. Esse discurso me fez muito mal e fazer aquelas caras e bocas que adoro fazer, me fez um pouquinho de bem."

O âncora da Jovem Pan disse ainda que 90% dos comentários que viu são positivos e acha que muita gente se sentiu representada.  "Não quero representar ninguém, quero representar a minha ética", disse.

"Obsceno pra mim é ver alguém chamar outra pessoa de covarde quando ela está cercada de seguranças. São atos extremistas. Obsceno pra mim é assistir esse obsceno, fazendo a cara institucional dos jornalistas das outras emissoras... Obsceno pra mim é tratar como se fosse um crime, um deboche, o humor..."

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Moraes fez um discurso sobre os ataques ao sistema eleitoral, que ganharam força neste ano. O atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado no pleito, por várias vezes questionou, sem provas, as urnas eletrônicas. Seu partido chegou a pedir, em novembro, a anulação do segundo turno das eleições, o que foi negado pelo TSE. 

"Qual é o meu papel senão externar essas abjeções de forma que todos possam entender, é tão complexa de morte feita ao direito que estava sendo comemorada durante a diplomação que a única maneira que um professor que tem alunos que não são da área de direito que esse discurso é uma grande mentira, é através do humor. A diplomação foi feita, o presidente ganhou as eleições, mas não me venha dizer que a democracia prevaleceu, que a constituição foi respeitada porque não foi", disparou Pavinatto.

"A democracia é um processo, não se planta, não se colhe, democracia se pratica.... Que outra cara a não ser a de deboche eu poderia fazer assistindo ao discurso do ministro Alexandre de Moraes? Já que gritar não adianta, já que reclamar na Justiça não pode, já que gritar nas ruas é criminoso, segundo ele, já que duvidar é pecado... O que eu podia fazer naquele momento... rindo se corrige os males. Foi através do deboche que milhões de pessoas hoje conseguiram compreender que nós estamos diante de um momento crítico, diante de falar mentirosas".

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