Publicado em 16/09/2022 às 07:45:00, atualizado em 16/09/2022 às 08:00:51
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Úrsula Corona, atriz que esteve em produções como Viver a Vida (2009-2010), O Astro (2011) e Totalmente Demais (2015-2016), lança nesta sexta-feira (16), a partir das 22h, no Music Box Brazil, o documentário O Silêncio que Canta por Liberdade, que desvenda o impacto da Ditadura sobre a cultura do Nordeste. "Acreditamos que só através desse olhar sobre o nosso passado podemos olhar para o futuro, nos oferecendo uma chance para refletir sobre nossa história e consciência para repetir os mesmos erros", diz em entrevista ao NaTelinha.
Contada em oito episódios através das vivências de compositores, jornalistas e artistas nordestinos renomados, como Moraes Moreira, Alceu Valença, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico César, Caca Diegues, Capinam, Otto, entre outras personalidades importantes, a série traça um panorama do que foi a ditadura brasileira e como o movimento artístico nordestino sofreu com as repressões e censuras à sua arte
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A ideia veio através de seu sócio, que também é co-idealizador da série, Omar Marzagão, que criou o FIC (Festival Internacional da Canção), considerado o mais importante festival já realizado no país por conta dos artistas que foram revelados por lá. "Foi um palco de resistência contra o regime na época. "Eu e Omar reconhecemos que o Brasil só conhece de concreto a repressão artística da época no eixo Rio, São Paulo… mas o Brasil tem dimensões continentais e o impacto que a censura teve foi nacional, mas essa história não é conhecida e decidimos embarcar para contar esta história nunca contada."
"A classe artística brasileira foi reprimida", diz ela
Úrsula não elege nenhum episódio que tenha mais lhe mercado. "Me emocionei com cada história, depoimento que registrei. Todos impactaram, todos são relevantes e únicos. Até faço uma provocação ao espectador. Se quiserem, podem me passar pelo Instagram qual episódio e história mais lhe tocou", pede.
Os depoimentos colhidos para a série trazem a autoridade moral daqueles que lutaram pela liberdade de expressão e por suas vidas durante a ditadura, oferecendo ensinamentos à nova geração de brasileiros sobre o valor da democracia e da arte como veículo de resistência. "A classe artística brasileira como toda foi reprimida pelo regime militar", lamenta.
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"O que nós fizemos foi dar uma voz aos artistas que até hoje sua história estava silenciada. O Nordeste brasileiro é uma força cultural e nós quisemos contar, através dos seus artistas, este capítulo da sua história... Da nossa história! Ao final, somos um país só."
Úrsula Corona sobre a série documental que estreia nesta sexta
Foram seis anos desde a concepção do projeto até a sua finalização. A pandemia, segundo Úrsula, também alterou o cronograma. "Eu não ia dirigir, tinha convidado a Tande Bressane. Só que ela engravidou, depois ela estava a fazer uma novela na Rede Globo. Foi quando comecei a buscar um novo diretor, pois precisávamos iniciar as filmagens e nenhum havia tido o olhar na profundidade e sensibilidade dessa importância", recorda.
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Incentivada pelo sócio a tomar as rédeas do projeto, e espera que o público tenha conhecimento sobre a importância da arte. "E a necessidade de entendermos o ponto que não podemos voltar", encerra.
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