Publicado em 25/10/2021 às 07:59:00, atualizado em 25/10/2021 às 08:56:31
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O Arena SBT está completando um ano desde que estreou nas noites de segundas-feiras, fazendo parte da retomada do esporte na grade do SBT. Comandada por Benjamin Back, a produção tem em seu time de comentaristas Mano, Cicinho e Emerson Sheik. Ao NaTelinha, o apresentador faz um balanço deste primeiro ano e conta que seu maior desafio foi fazer algo diferente do que fazia na TV fechada. "Eu faço futebol para o povo e não para meia dúzia. A gente não trata futebol como matéria de faculdade", explica.
Esse pensamento do jornalista não é por acaso. Assumidamente corintiano, acompanhou momentos históricos do clube, como a Democracia Corintiana, o Morumbi lotado no título de 90, as festas das torcidas com bandeirões nos estádios e toda uma geração de jogadores irreverentes. Benja tem como maiores ídolos o Zico, do Flamengo.
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“No SBT, a ideia foi fazer um programa com a cara e o perfil da emissora. Uma coisa pra cima, divertida, com música, com quadros, com bom humor e, principalmente, com muito futebol. Por isso o Arena SBT é o programa [esportivo] mais comentado e que mais repercute nas mídias. Era preciso achar outra fórmula [em relação ao Fox Sports Rádio] e achamos”
Back fez muito sucesso no Fox Sports Rádio, mas ele deixou o programa no fim do ano passado. Isto porque não concordou com o contrato de exclusividade na hora da renovação e optou por sair do Grupo Disney. Na TV fechada, a bancada era composta apenas por jornalistas e tinha uma linha mais de debate, diferente do que ocorre no Arena.
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“O Fox Sports Rádio foi um programa que marcou muito. Foi líder de audiência, ficou sete anos no ar, tinha uma química e uma energia muito forte e legal. Mas eu acho que quem fica se apegando apenas numa fórmula só acaba ficando restrito e limitado. O que foi no Fox Sports foi, passou. Foi muito legal, sete anos maravilhosos, mas acabou. Agora uma vida nova no SBT”, destaca o comunicador.
Com um ano no ar, Benja tem acompanhado a enorme repercussão que ocorre nas mídias digitais. Portais de notícias, por exemplo, escrevem frequentemente as opiniões dadas pelos comentaristas na atração, gerando engajamento com o público. Só que o apresentador diz que nunca esperou essa recepção dos colegas de imprensa.
“Eu nunca espero nada, porque senão você fica fazendo as coisas esperando por algo. A gente faz um programa com a nossa cara, do jeito que a gente quer, com convidados sempre legais, sempre no futebol, na música, no entretenimento geral. A gente tem muita preocupação em sempre ter convidados legais que tem o que dizer no mundo do futebol”, explica.
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“Lá, como é um programa leve, e as pessoas não vão armadas com o receio de ser uma pegadinha, a gente fala tudo na lata. E o convidado se sente a vontade também pra falar. Então repercute porque o convidado fala o que quer e os entrevistadores deixam o convidado falar. É esperado que sempre saía com um conteúdo bacana e repercuta nas mídias”, acrescenta.
Os convidados do Arena SBT
Mauro Cezar Pereira foi um dos convidados do Arena SBT no começo do ano, logo após sua saída da ESPN Brasil, o que surpreendeu muitas pessoas. O jornalista é conhecido por ter um perfil mais sério, com fortes opiniões sobre o mundo do futebol, enquanto o programa do SBT é puro entretenimento.
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Porém, Mauro se divertiu e o público conheceu um lado mais leve. Benja não gosta quando as pessoas são colocadas numa “caixa”, definindo se ela é “engraçada” ou “séria”, por exemplo. Ele acredita que todos possuem camadas e as demonstram conforme o ambiente que estão.
“O Mauro é um comentarista genial, meu amigo, tem comentários bons pra caramba. As pessoas não têm um lado só. ‘Ah, o Mauro Cezar é sério’. Ele é, mas você acha que o Mauro Cezar não ri? Não se diverte? Como são em vários casos que a gente recebe no programa. Às vezes, as pessoas falam: ‘O cara é serião e no seu programa falou’. Gente, as pessoas não são sérias 24 horas por dia".
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Benjamin Back
“E tem outra: quem vai no Arena SBT, não tem como ficar com a cara fechada o programa inteiro. É impossível. Porque, além de informação, o programa é muito divertido. Na minha opinião, é essa cara que os programas de futebol precisam ter. Eu faço futebol para o povo, não faço futebol pra meia dúzia”, fala aos risos.
E, de fato, a produção é cheia de “maluquices”. No dia 23 de agosto, houve uma cena em que estava um homem vestido de Homem-Aranha dançando com um cantor de piseiro, o Cicinho fazendo a barba numa cadeira e o Benja dando informações exclusivas sobre o Corinthians. Neste dia, ele teve a sensação que participava de um filme.
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“Teve um programa aí recente que eu olhando as coisas acontecendo, falei: ‘Gente, eu estou me sentindo no Um Drink no Inferno, do Tarantino’. Por quê? O filme está indo numa direção e, de repente, muda tudo. Umas coisas surreais e, naquele dia, o programa parecia um filme do Tarantino”, relembra aos risos.
“É o que a gente fala do role aleatório. É um encontro de convidados que um não tem nada a ver com o outro. E isso é muito legal, sabe? Essa mistura que dá o enredo e o caldo do programa. Você tem comentaristas incríveis, como o Sheik, o Cicinho e o Mano, e aí você tem convidados divertidos. Teve um programa com o Supla e o Leão. Teve o Latino com o Márcio Canuto. Esse encontro é fantástico. O Arena SBT poderia também ser dirigido por Tarantino”, completa.
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A importância da equipe para não ficar na zona de conforto
Ao aceitar o contrato com o SBT, um dos desafios do apresentador foi fazer um produto diferente do que realizava na TV fechada. Ele confessa que não gosta de ficar na “zona de conforto” e busca ter ao seu lado pessoas que querem ter ideias novas para manter o programa interessante.
“Não gosto de zona de conforto, não gosto de mesmice. Não gosto de ficar acomodado e nem gosto de gente acomodada do meu lado. Gosto de gente que briga para ganhar, para vencer, para fazer coisa diferente. Eu acordo de manhã pensando: ‘O que eu posso criar novo? O que eu posso fazer?’ No Arena SBT, a gente é assim. Não sou só eu, é toda a equipe, é a direção do programa. A nossa equipe de produção é um pessoal super bacana, que vive intensamente o programa. Muito legal o tesão que todo mundo faz esse programa, ele reflete no ar. Um briga pelo outro, um ajuda o outro".
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Benjamin Back
E acrescenta: “Isso não tem preço. Uma equipe de produção assim é uma coisa não é tão fácil de achar. Todo mundo ali se cobra, todos querem ter ideias, todo mundo fala: ‘Vamos trazer um convidado assim, vamos criar um quadro assado’. Coisas muito legais. Sérgio Mallandro fez a Porta dos Desesperados com o Sheik, Cicinho e Mano. Teve uma audiência e repercussão incríveis”.
“Um momento tão bacana quando terminam esses programas legais. Está todo mundo lá fora e os convidados falam: ‘Me diverti demais’. A vibração de toda equipe que, quando termina o programa, fala: ‘Pô, foi demais’. Isso é muito bacana. O reflexo disso a gente vê no ar”, relata.
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Benja agradece ao público
O apresentador está satisfeito com o primeiro ano do Arena SBT. “Eu queria agradecer demais o público do SBT e também aquelas pessoas que gostariam de assistir e não conseguem às vezes por causa do horário, porque precisam acordar cedo para trabalhar. Mas todo mundo acompanha os programas nas redes sociais, no YouTube, repercutem os trechos, participam com a gente”, diz ele.
“A gente faz futebol para o povo, a gente não faz futebol para meia dúzia. A gente briga com unhas e dentes pelo futebol raiz. Aqui a gente não tem jogo posicional, um terço do campo, pirâmide invertida, box to box, a gente não tenta dar aula, não tenta tornar o futebol em matéria de faculdade. A gente trata futebol como sempre foi, porque o futebol se tornou alegria do povo assim: se divertindo, se informando, isso é o que vale. Isso que é legal. Um ano no SBT é uma data muito marcante e, se Deus quiser, que venham muitos anos no SBT. É a emissora, sem dúvidas, mais simpática do Brasil”, conclui.
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