Publicado em 17/08/2021 às 13:54:00,
atualizado em 17/08/2021 às 15:16:25
Vera Magalhães recebeu Martinho da Vila no Roda Viva dessa segunda-feira (16) e foi bastante criticada nas redes sociais depois de questionar o sambista sobre a relação das escolas de samba do Rio de Janeiro com a milícia. Vera insistiu que Martinho fizesse uma análise política sobre as escolas de samba "que sempre tiveram uma ligação com o jogo do bicho... permeadas por milícias". O cantor Tunico da Vila, filho de Martinho, gravou um vídeo ao NaTelinha, nesta terça (17), comentando o assunto e repudiando a pergunta da apresentadora.
"Achei muito bonita a entrevista, porém, a Vera Magalhães foi muito desrespeitosa com o meu pai. Foi uma pergunta de uma tentativa de desempoderar um líder do movimento negro, que é o Martinho da Vila. Já não é a primeira vez que ela faz isso, ela fez uma pergunta também para o rapper e meu amigo Emicida", falou.
Tunico continuou dizendo que perguntas sobre milícia têm que ser feitas para os banqueiros do jogo do bicho: "Ou para os milicianos, ou governador, prefeito ou juiz. Fazer uma pergunta para quem tem um braço armado é muito difícil, é mais fácil tentar fazer para um artista que não tem um braço armado, é um líder cultural, do samba, é um exemplo para favelados, para pessoas que moram no asfalto, para todas as classes. É um exemplo para o movimento cultura brasileiro. Foi sim uma pergunta infeliz, descabida e com cunho um pouco racista".
O músico disse ainda que não falou com o pai sobre o assunto. "Ele não se liga com essas coisas pequenas", concluiu.
Vera se manifestou através da assessoria de imprensa da TV Cultura e afirmou que Martinho da Vila foi tratado com todo o respeito que merece, pela sua imensa história na cultura brasileira. "A pergunta foi feita de maneira geral sobre o que ele pensava a respeito da infiltração nas milícias nas escolas de samba, tema de extrema relevância no debate público, no qual todos os artistas estão inseridos. Não houve nenhuma imputação desrespeitosa", disse a jornalista.
Ela continuou dizendo que a função do jornalismo é questionar, e o programa tem a tradição de abordar com seus entrevistados temas que nem sempre dizem respeito à sua própria trajetória, mas à realidade do país. "Ademais, essa foi uma pergunta num programa que abordou música, literatura, política, questões de gênero, educação, pauta racial e muitos outros assuntos. Não vou, justamente em respeito ao Martinho e à rica conversa que tivemos, reduzir o Roda Viva de Martinho a uma pergunta com a qual alguns não concordaram", concluiu.
Após a pergunta no Roda Vida, Martinho sorriu aparentando constrangimento e respondeu que "o jogo do bicho foi inventado em Vila Isabel" e que não tinha "notícia da milícia dirigindo uma escola de samba". Tunico da Vila reagiu a uma publicação de Vera no Twitter afirmando que Martinho desconversou quando perguntou "sobre a infiltração mais recente das escolas de samba do Rio pelas milícias", escreveu a apresentadora, que apagou a publicação após as críticas. "Isso é um tema tabu que os sambistas têm de enfrentar", completou ela.
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"Ele não desconversou....ele só não quis conversar porque realmente é um assunto desnecessário e desrespeitoso com ele....só isso....nada demais", comentou Tunico. A apresentadora rebateu: "Não vejo desrespeito algum. Nem todas as perguntas numa entrevista são agradáveis, infelizmente. De resto, respeito sua opinião. Um abraço".
No Twitter, Vera ainda insistiu no assunto e compartilhou uma matéria do jornal O Globo sobre Adriano da Nóbrega, ex-secretário do BOPE, que promoveu alianças entre milicianos e bicheiros e avaliou a tomada do poder das escolas de samba Salgueiro e Vila Isabel. Muitas postagens consideraram a pergunta da apresentadora desnecessária pela possibilidade de associar a imagem do artista ao tema.
Em março, Vera Magalhães usou seu perfil do Twitter para se defender das acusações de xenofobia pelos internautas. A comentarista negou que tenha sido preconceituosa no Jornal da Cultura e afirmou que sua fala foi retirada do contexto. Um trecho do seu comentário feito na noite anterior desagradou um grupo de usuários, porque o recorte deu a sensação que a comentarista estaria desdenhando dos hospitais do Nordeste.
"Acho que, como jornalista ativa no debate público, não devo me furtar a responder quando sou questionada. Isso pode amplificar o hate? Certamente. Fará com que alpinistas de redes sociais tentem surfar na minha relevância? Também. Mas calar é pior e não é a minha natureza”, disse em um trecho.
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