Publicado em 18/09/2020 às 04:31:35
Cid Moreira, 92, permaneceu por 27 anos como apresentador do Jornal Nacional e se tornou um dos maiores símbolos na história da televisão, que completa sete décadas anos nesta sexta-feira (18). Eternizado com o famoso "boa noite" ao fim de cada edição do JN, Cid conta ao NaTelinha que no ápice da fama na Globo uma confusão de fãs acabou quebrando seu carro. Ao relembrar a época à frente do noticiário, ele explica que era tudo era muito artesanal na TV e que as notícias de última hora eram um "sufoco" na redação.
"Como tudo ainda era meio experimental, às vezes, entrava uma imagem que não condizia com o texto. Era um sufoco as notícias de última hora para editar. As regiões eram interligadas por links e às vezes demorava muito para chegar as informações", explica Cid Moreira, que ao lado de Hilton Gomes, foi o primeiro apresentador do JN em setembro de 1969.
O locutor de voz grave relembrou sua fama na Globo enquanto estava à frente das câmeras do telejornal: "às vezes eu tinha que sair escondido da emissora, em um portão diferente, para conseguir ir embora para casa sem o tumulto das fãs. Uma vez quebraram meu carro na confusão".
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Em 1996, Cid Moreira deixou o Jornal Nacional e foi substituído pelos jornalistas William Bonner e Lillian Witte Fibe. Na época, a Globo estava reformulando todos os seus informativos. Ao ser questionado sobre as diferenças da televisão de sua época com a atual, ele é taxativo: "Não tem nem comparação se a gente falar em tecnologia. Era tudo muito artesanal. Mimeógrafo e papel para ler ao contrário do teleprompter de hoje em dia. Sem falar nas dificuldades de acesso às informações. Hoje está tudo instantâneo, tudo acontece veja é noticiado na hora".
Para Cid, o futuro da televisão já está acontecendo. Ele justifica que o veículo está se integrando com outras mídias e vem se fortalecendo com isso. "Fazer as outras mídias serem complementares para melhorar seu conteúdo", completa.
Na televisão, Cid Moreira diz que gosta de acompanhar o Jornal Nacional e assistir séries e documentários: "Gosto de filmes sobre biografias. Sou apaixonado por filmes que contam histórias de superação". Por fim, ele diz que a maior magia da TV na vida das pessoas é a possibilidade de levar o telespectador em lugares que nem imaginam existir. "Diferentes culturas e modo de vida. Aprender com outros povos", encerra.
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