Publicado em 31/07/2020 às 05:07:00
A crise econômica provocada pelo novo coronavírus deixou até Patati Patatá sem motivos para sorrir. A dupla de palhaços foi forçada a suspender o circo itinerante que viajava pelo Brasil com sessões lotadas e precisou demitir funcionários em decorrência da paralisação das atividades.
Os palhaços cancelaram apresentações no Rio de Janeiro e no Piauí que estavam agendadas para março, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de coronavírus. Os governos estaduais determinaram quarentena e proibiram eventos com aglomerações.
O circo de Patatí Patatá, promovido por uma empresa terceirizada, possui quatro unidades que percorrem o Brasil. O único picadeiro fixo está localizado no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Um circo viaja pela região Sul, outro fica no Nordeste e mais um se apresenta no Centro-Oeste e demais estados do Sudeste.
Diretor do circo, Rodrigo Molina explica ao NaTelinha que as unidades estão fechadas temporariamente e deverão reabrir somente quando as cidades flexibilizarem a quarentena de acordo com a diminuição dos casos de coronavírus.
"Temos planos para voltar com o circo com as quatro unidades, mas se passaram tantos meses que não sei se vamos reabrir os quatro circos de uma vez. Temos um desejo muito grande de voltar como era, mas provavelmente teremos que voltar de forma paliativa, inicialmente com duas unidades", projeta.
Os funcionários demitidos compõem a equipe artística do circo, entre bailarinos, trapezistas e malabaristas, entre outros talentos. O diretor tentou preservar os empregos na primeira metade da quarentena, mas a partir do quarto mês demitiu cerca de 50 profissionais das quatro unidades.
"Chegou um momento que não deu para segurar e, infelizmente, tivemos que fazer alguns cortes, mas deixando sempre claro para as pessoas que queremos contar com elas quando voltarmos, obviamente se quiserem", promete.
Show de Patati Patatá no Allianz Parque, em São Paulo (Foto: Flashbang/Reprodução/Instagram/allianzparque)
Empresário de Patati Patatá e chefe da marca, Igor Faria reforça que circos maiores também passaram por dificuldades e lamenta que a crise tenha se estendido a ponto de provocar demissões.
"É decepcionante para nós, como marca, ver tudo parado, mas entendemos que é algo mundial. O Cirque du Soleil declarou falência, a Disney suspendeu contratos. Não tem como sair ileso, principalmente o setor de entretenimento, que vive de aglomeração", afirma.
Para suprir a suspensão dos circos, a dupla de palhaços aderiu ao drive-in, com apresentações em estacionamentos e estádios com o público dentro dos carros, em segurança. Com agenda fechada para agosto e setembro, este formato será a principal fonte de renda de Patati Patatá com shows.
"Não sabemos quando vamos voltar, se daqui um mês, seis meses ou um ano. Não voltaremos enquanto não for seguro para as famílias. Trabalhamos para crianças, pais e avós", sentencia o empresário.
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