Publicado em 26/07/2020 às 08:03:00
Nesta segunda-feira (27), o Multishow estreia seu novo reality show, o Se Sobreviver, Case. A dinâmica do programa é diferenciado e promete levar muita diversão para o público. A atração conta com a participação de quatro casais que terão como desafio se isolar, todos nus, no meio da floresta, para que no fim descobrir se estão prontos mesmo para o casamento.
Se Sobreviver, Case não dará um prêmio, apenas a certeza de quem está preparado para o matrimônio. Durante a atração, os participantes terão de passar por provas que testam a resistência amorosa e emocional. Para disputar o programa,o Multishow escolheu os participantes a dedo, com características diversas entre os quatro casais. Um deles é o Wender Guidine, de 38 anos, e Sayuri Irie, de 30, hipnoterapeutas que vivem um relacionamento à distância. Enquanto Wender mora em São João Del Rey, em Minas Gerais, Sayuri vive em Santo André, na grande São Paulo.
"A realidade na floresta é insana, são tantas preocupações e coisas acontecendo ao mesmo tempo que você acaba esquecendo e nem percebendo que existem câmeras", explica Wender ao NaTelinha. "Apenas no primeiro momento rolou uma vergonha, mas, depois de alguns minutos, a minha mente já apertou o botão do "sobreviva" e passou a não focar mais nisso e dar atenção às outras tarefas que precisávamos fazer", diz Sayuri.
Confira a entrevista exclusiva de Wender Guidine e Sayuri Irie sobre a experiente de participar de um reality show com formato tão inusitado.
Como vocês encararam o desafio de participar do "Se Sobreviver, Case"?
Wender- Acho que a Sayuri me hipnotizou para eu aceitar participar desse desafio (risos). Como tínhamos um relacionamento à distância, pensamos que seria uma possibilidade de passarmos um bom tempo juntos vivendo uma lua de mel no meio da floresta. Além disso, enxergamos uma oportunidade de levar a hipnose para outro nível, testar todo o nosso controle mental em um nível extremo, algo jamais feito!
Sayuri - Eu encarei com a maior felicidade do mundo! Sempre foi o meu sonho participar de um reality onde eu pudesse testar os meus limites de modo geral e de convivência. Acredito muito na Lei da Atração e acho que o Universo atendeu ao meu pedido, ele só esqueceu que eu tinha pedido para ir de roupa (risos).
Como vocês são em relação à nudez? Não têm vergonha de ficarem pelados perto de outras pessoas e para TV?
Wender - Eu sou terapeuta tântrico e naturista, então essa questão de nudez para mim não foi um desafio. A realidade na floresta é insana, são tantas preocupações e coisas acontecendo ao mesmo tempo que você acaba esquecendo e nem percebendo que existem câmeras. E, sobre ficar pelado junto aos outros participantes, o que prevalece sempre é o respeito ao próximo, pois estamos todos na mesma jangada, literalmente falando.
Sayuri - Eu sempre tive muita vergonha do meu corpo e da nudez em si. Depois que comecei a estudar o Tantra fui desconstruindo esse constrangimento e passando a aceitar melhor meu corpo. Quando aceitei esse desafio na floresta, sabia que isso seria extremamente importante para tirar de vez esse bloqueio da minha mente e passar a olhar meu corpo com muito mais amor, respeito e orgulho. E foi justamente isso o que aconteceu, apenas no primeiro momento rolou uma vergonha, mas, depois de alguns minutos, a minha mente já apertou o botão do "sobreviva" e passou a não focar mais nisso e dar atenção às outras tarefas que precisávamos fazer. Ao longo do tempo comecei a me sentir como se fizesse parte da floresta, sentindo uma sensação de pertencimento natural. Gostaria de que com essa experiência pudéssemos quebrar o paradigma de que a nudez está sempre ligada a algo sexual ou que devemos ter vergonha do nosso corpo e que possamos entender que no lugar do constrangimento podemos inserir respeito e amor por todos os tipos de corpos que existem.
Quais características chamam mais a atenção um no outro?
Wender - Eu fui confiante 100% nas habilidades manuais da Sayuri, pois eu só tinha a parte mental bem treinada para tentar resistir a tudo que estava por vir. Porém, digamos que muita coisa não saiu exatamente como o planejado (risos).
Sayuri - Eu sou muito racional e o Wender é muito emotivo. Eu gosto de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e o Wender gostava de fazer uma tarefa por vez. Sou muito perfeccionista e ele gostava de improvisar. Isso tudo pode ter sido uma maravilha ou um verdadeiro desastre, vocês vão tirar suas próprias conclusões assistindo ao programa.
Como vocês avaliam essa exposição da relação de vocês?
Wender - Acho que o público de forma geral vai se surpreender quando perceber que somos casais reais comuns e que poderia facilmente ser qualquer casal em nosso lugar. Antes de aceitar o desafio, a Sayuri e eu jamais havíamos brigado. Mas o programa mudou isso. Acho que tanto ela como eu tivemos um autoconhecimento de novas versões de nós mesmos, que nem sabíamos que existia. Essa experiência nos deixou extremamente reativos e instintivos, o que gerou muita briga pesada em vários momentos. Coisas simples, na floresta se tornam coisas gigantes.
Sayuri - Não imaginava que seria tão desafiador lidar com o relacionamento nessa experiência, diria até que foi mais difícil conviver a dois na selva do que ficar pelada sem recursos para sobreviver. Ficar sem comida, água e uma boa noite de sono te deixa muito fora do eixo, completamente irritada e, por ter mais intimidade na relação, acabávamos descontando um no outro, porque com os outros participantes era tudo mais tranquilo, mas, entre eu e o Wender, era tudo mais explosivo.
Qual foi a maior preocupação no momento de o convite para participar "Se Sobreviver, Case"?
Wender - A primeira preocupação foi de acreditar que isso era real! Pensamos que isso só podia ser uma pegadinha, éramos um casal comum. Qual era a probabilidade de sermos escolhidos? Quando percebi que seria para valer, meu primeiro pensamento foi de que seria moleza e que eu tiraria isso de letra. Porém, quando a euforia inicial passou, o pensamento mudou para “acho vou me lascar todinho” e passou um vídeo de toda a minha vida na cabeça (risos).
Sayuri - Não tive preocupação e medo algum, eu estava tão feliz e animada de realizar o meu sonho que nem pensava nas consequências e nos desafios, eu só queria que o dia chegasse logo para viver essa loucura. Na minha mente, parecia tudo mais fácil, só vi o desespero e a preocupação quando me vi no meio do mato sem saber fazer fogo e um abrigo decente e com meu relacionamento passando por um teste enorme. Então, entendi que não era brincadeira.
Ser hipnoterapeutas ajuda na participação do "Se Sobreviver, Case"?
Wender - Quando aceitei o desafio, eu tinha uma vida sedentária e conhecimento de técnicas de sobrevivência e de habilidade manual próximas da nota zero (risos). Sem dúvidas, eu fui contando apenas com meu amplo conhecimento da mente humana para utilizar auto-hipnose diariamente para controlar a dor e tentar manter a autoestima elevada. Isso foi mais difícil do que eu poderia imaginar, mas a oportunidade de demonstrar as técnicas de hipnose para os outros participantes e ver eles sendo beneficiados foi muito gratificante! Eu falo que com essa experiência, eu zerei a vida. Toda bagagem adquirida nesse desafio com certeza vai revolucionar a forma como ensino hipnose no Brasil.
Sayuri - Ajudou muito e acredito que tenha sido uma ferramenta fundamental durante o período na floresta. Usamos a hipnose para controlar a dor, melhorar a sensação térmica e principalmente para resgatarmos a energia mesmo quando nosso corpo não aguentava mais. Experimentar o poder da mente nessa situação extrema só comprova a importância de trabalharmos mais os nossos pensamentos para superar os obstáculos da nossa vida e alcançar nossos objetivos. Nesse desafio, a minha mente foi ora minha melhor amiga que me incentivava e ora minha pior inimiga que me fazia pensar em desistir de tudo.
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