Publicado em 02/07/2020 às 04:31:00
Envolvido em um segundo atrito público com colegas da Globo em menos de dois meses, Caio Ribeiro continua sendo bem visto dentro da emissora e não corre risco de ser demitido, a menos que ele peça para sair. O comentarista, inclusive, poderia ter um "plano B" fora da televisão.
O NaTelinha conversou reservadamente com jornalistas da Globo que trabalham ou trabalharam com Caio. Para os entrevistados, o ex-jogador ainda é prestigiado e ganhou pontos na emissora por mostrar mais firmeza em suas colocações, diferentemente do início de sua trajetória como comentarista.
"Lá dentro, não conheço ninguém que desgoste do Caio. Ele não está sempre na redação, mas é muito atencioso com todos", opinou um repórter sob condição de anonimato. "A chefia gosta dele. É um comentarista identificado com [a audiência de] São Paulo. Não vejo essa ‘queima' interna, a não ser que ele sinta vontade de sair", afirmou outro profissional.
"Durante toda sua carreira como comentarista, Caio era criticado por não ter opiniões incisivas, por tentar analisar até de forma empática. Agora, mais incisivo, ele tem tido dificuldade em lidar com isso. Porém todos gostam dele na casa. Mesmo sendo mais 'polêmico', é quase impossível achar alguém em qualquer nível hierárquico do corpo de funcionários que não adore o Caio", comentou mais um jornalista.
A probabilidade de Caio sair da Globo após as rusgas com Casagrande, em maio, e com Galvão Bueno e Cleber Machado, na última segunda-feira (29), é interpretada como "possível" pelos colegas. Cabe ao ex-jogador saber lidar com as críticas por seu posicionamento. "Se sair, por inquietação pessoal ou ideologia, é porque quis. E acho que é uma situação possível", confidenciou um entrevistado.
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A primeira desavença ocorreu no Bem, Amigos! de 4 de maio. Caio explicou sua crítica, feita na semana anterior, à opinião de Raí, diretor de futebol e ídolo do São Paulo, sugerindo a renúncia do presidente Jair Bolsonaro. O comentarista rebateu dizendo que o dirigente "tem que falar de esporte" e não com "conotação política".
Casagrande discordou do parceiro na internet, e os dois se encontraram no programa do SporTV. O ex-jogador do Corinthians elevou o tom afirmando que Caio não pode impedir alguém de emitir opinião sobre qualquer tema e que "não é a primeira vez" que o colega precisou ir à TV para "explicar uma declaração porque não foi claro", deixando o ex-atacante do São Paulo contrariado.
No mesmo programa, Galvão Bueno e Cleber Machado se manifestaram a favor de Raí e Casagrande e contra a opinião de Caio. Situação semelhante aconteceu nesta semana, quando o comentarista elogiou a postura do Volta Redonda por ter afastado três atletas testando positivo para o novo coronavírus imediatamente antes da partida contra o Fluminense.
O comentário em apoio à volta do futebol durante a pandemia, causou discordância entre Caio e a dupla de narradores. Eles tentaram explicar ao colega que o afastamento não surtiria efeito se os demais atletas, que conviveram com os infectados, entrassem em campo com o vírus.
"Você chega para fazer o Bem, Amigos!, todos fazem o teste e só você tem a doença. Se a gente fez um ensaio nos dias anteriores, nós tivemos contato", argumentou Cleber. Galvão entrou no debate contrário à volta do futebol, mesmo com o afastamento de jogadores: "Caio, me perdoe, mas não podemos ficar na dependência do 'pode ou não pode ter acontecido'. Tem que ser uma coisa mais rigorosa. Não podemos jogar com a sorte".
Desde a crítica a Raí e a discussão com Casagrande, Caio Ribeiro tem sido usado pelo público como símbolo de polarização política, o que incomodou o ex-jogador, alegando não ter opinado com este viés. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, inflamou a partidarização do debate se colocando a favor do ex-são-paulino e chamando Casão de "militante comunista". A deputada estadual Carina Vitral (PCdoB-SP) e o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) saíram em defesa de Casagrande.
Caio Ribeiro estreou como comentarista em 2007, na rádio Globo e no SporTV. O bom desempenho o levou à Globo no ano seguinte. Nas redes sociais, parte do público pede sua demissão. Outra parcela torce para o ex-jogador deixar a emissora.
À reportagem, um jornalista da Globo que aposta na saída de Caio até o fim do ano sugere que, se ele deixar a TV, poderá trilhar seu futuro profissional onde despontou como atleta. Dorival Decoussau, pai do comentarista, é conselheiro e ex-diretor de comunicação do São Paulo, e defendeu o filho na discussão com Casagrande. A eleição interna para definir o sucessor de Leco, que deixa a Presidência do clube em dezembro de 2020, deverá influenciar a decisão do comentarista.
"Raí é uma pessoa pública e tem todo o direito de expressar suas opiniões. Agora, não pode, quando está exercendo um cargo no São Paulo e, questionado sobre condutas do futebol, como diretor assalariado, fazer críticas ao governo. O estatuto do clube não permite manifestação política", afirmou o pai de Caio ao jornal Folha de S.Paulo.
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