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Christina Rocha diz que já se acostumou com trocas de horários no SBT: "Silvio está testando"

Apresentadora comenta horários do Casos de Família e alerta para violência doméstica na quarentena

Christina Rocha, apresentadora do Casos de Família (Foto: Gabriel Cardoso/SBT)
Por Paulo Pacheco

Publicado em 07/06/2020 às 05:00:00

Christina Rocha vai passar seu aniversário, neste domingo (7), longe do que mais gosta de fazer: trabalhar. A apresentadora do Casos de Família sente falta dos barracos da atração do SBT e, além da saudade do estúdio, precisa lidar com as queixas do público em função das mudanças constantes na programação.

A alteração mais recente aconteceu minutos antes de Christina falar com o NaTelinha. Sem avisar, a emissora inverteu pela segunda vez o Casos de Família com o Triturando, maior alvo das intervenções de Silvio Santos. Em maio, o programa da loira também teve seu horário trocado pela atração de fofocas e até saiu do ar por um dia, revoltando os telespectadores.

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Em entrevista exclusiva, Christina Rocha esclarece ao público que não é responsável pelas mudanças repentinas no Casos de Família e admite não ser capaz de impedir as mexidas de Silvio, que cumpre isolamento social em sua mansão, em São Paulo.

"As pessoas pensam que é comigo: 'Ah, não avisou que mudou o horário', mas o Silvio está testando. Claro que o ideal é ter um horário fixo, porque às vezes confunde o público, mas eu já me acostumei com essas mudanças. Se o Silvio acha, sou eu que vou chegar para ele e falar 'não muda'? Não, eu sou uma soldado, uma soldadinho pronta para gravar na hora que ele quiser. Se me perguntar 'Christina, qual horário você prefere?', prefiro antes dos policiais das outras emissoras, porque o nosso é gravado e fica difícil combater a audiência com programa ao vivo", afirma a apresentadora, que destaca a fidelidade do público do Casos de Família, comandado por ela há 11 anos.

"Apesar dessas mudanças de horário e dos programas policiais, a gente tem esse público muito fiel. Eles até viram o rosto para o outro lado, mas depois voltam para a gente porque sabe que estamos lá", analisa.

Christina Rocha no estúdio do programa Casos de Família (Foto: Gabriel Cardoso/SBT)

Violência doméstica

Mesmo com reprises, Christina Rocha acredita que o Casos de Família nunca esteve tão importante quanto durante a pandemia do novo coronavírus, que obrigas famílias a se trancarem para evitar contágio. Segundo a apresentadora, os arranca-rabos no programa ajudam a solucionar conflitos dentro das casas, mais recorrentes neste período.

"Essa quarentena foi um teste para muitas famílias. Há pessoas que nunca ficaram tão juntas quanto agora! Mulheres casadas há 30 anos que estão convivendo com o marido todo dia, e vice-versa. Quanto aos casais mais novos, que moram há pouco tempo juntos, conheço algumas pessoas que se separaram, não aguentaram a barra de ficar 24 horas com a pessoa literalmente do lado, porque todo mundo tem defeito, não tem? Todo mundo tem suas manias. O que é difícil para qualquer casal: medo da doença, insegurança financeira e o medo de morrer. Imagine as pessoas que não têm nada, que moram em um cubículo? Nessas comunidades, como vão conviver? Vão lavar as mãos, tomar banho toda hora, vão cuidar da higiene? Se não têm dinheiro nem para comer!", diz Christina, preocupada.

A apresentadora estende seu alerta para as mulheres que sofrem violência doméstica. Em abril, já com as medidas de distanciamento social, as denúncias realizadas pelo telefone 180 subiram 35,9%, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Christina Rocha ressalta para as agressões nas favelas, de onde saem a maioria dos “casos de família” retratados no programa.

"Sei que é difícil, mas, por mais que esteja essa pandemia, a mulher não pode deixar de denunciar. O Casos de Família, tanto em reprises quanto com inéditos, ajuda muito, porque abrimos o olho da mulher e falamos também com o homem abusivo. Conheço muita gente que tomou atitudes pelo que elas viram no programa. Temos que encorajar as mulheres e, ao mesmo tempo, mostrar para os homens que violência não resolve nada. Mulheres, não fiquem reprimidas. Falem, gritem! A policia está aí, a Lei Maria da Penha está aí, não é por causa da pandemia que você vai falar ‘ai, ele vai me bater'. E homem também tem que saber que não é que porque está em casa ou porque está com esse problema todo que a polícia não está trabalhando. A polícia está trabalhando sim. Eu sou contra qualquer tipo de violência", protesta.

Volta ao trabalho

Enquanto aguarda o fim da pandemia, Christina se mantém isolada em sua propriedade em Campos do Jordão, interior paulista, com a família e seus animais: “Posso andar a cavalo, dar comida para os patos, cuidar dos meus bichos. É uma terapia”. A apresentadora diz que a equipe do Casos de Família está pronta para trabalhar, mas prefere voltar com segurança total. 

"Sinto muita falta da plateia, porque o Casos de Família se faz junto com ela. Estou morrendo de saudade da equipe, desse olho a olho que para mim é importantíssimo, mas a gente tem que se segurar, porque a Covid-19 é muito séria, está matando muita gente, então é aquele negócio, ficar em casa, todo mundo se cuidar. Todas as emissoras estão tomando cuidado. No nosso caso, as pessoas são de comunidades, e os estagiários teriam que se expor mais. Rezo todo dia para isso acabar logo. A equipe toda está preparadíssima, meu diretor [Rafael Bello] está direto no SBT inventando formas de voltarmos de maneiras diferentes enquanto isso não acaba. Não temos data definida, infelizmente. Mas, que a gente volta, volta, se Deus quiser, e tudo isso vai passar", torce.

O NaTelinha propôs a Christina Rocha cinco temas para o Casos de Família durante a quarentena. Qual é o seu?

"Era feliz quando via meu marido só à noite; na quarentena enjoei da cara dele!"

"Minha mulher grita tanto comigo que meu ouvido vai precisar de isolamento!"

"Mãe, passo o dia no celular sim! Não vou fazer isolamento dos meus contatinhos!"

"Minha filha mora no chuveiro! Quer acabar com o vírus ou com a conta de água?"

"Meu marido não dá nem bom dia e diz que é pra respeitar o distanciamento social"

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