Publicado em 21/12/2019 às 08:09:48
Depois de Celso Portiolli ter dito que toparia fazer uma nova temporada de Os Paranormais, reality que apresentou entre setembro e dezembro de 2014, agora é a vez do NaTelinha conversar com os dois primeiros colocados do quadro do Domingo Legal que terminava há exatos cinco anos. São eles: Selena Fortuna, a vice-campeã, e o bruxo Edu Scarfon, que se consagrou como o maior paranormal do Brasil, levando R$ 50 mil em barras de ouro.
Durante três meses, Edu e Selena passaram pelas mais variadas provas. Desde descobrir ligações de objetos a pessoas, falar sobre personalidade de quem não sabiam quem era e até desvendar crimes. Para a vice-campeã, foi um ato de muita coragem do SBT colocar no ar um reality como Os Paranormais.
"Foi uma coisa bem de vanguarda e bem corajosa. E ser vice-campeã de um programa com 16 participantes... Eu entrei sendo como 'caipira', vamos dizer assim, né? Caipira na cidade grande. A galera já tinha feito televisão, já tinha feito rádio, já tinha experiência. Eu? O máximo perto de câmera que eu tinha chegado era nas bandas de rock que eu tive, na ginástica olímpica que era o esporte que fiz na juventude, que foi bem legal", inicia ela, que lê tarot há 33 anos e vem de família cigana.
Selena confessa que é tímida e só descobriu a repercussão sobre si mesma depois que já aconteceu. "Na época do programa foi um 'boom' muito grande, pra administrar aquilo foi difícil. Parte das pessoas vinham pelo amor que criaram com a Selena, aquela simpatia. Tinha gente que subia escada da minha casa e chorava. A TV tem essa loucura, né? Essa 'doideira'. Antes de ser a Selena do SBT, sempre fui uma cartomante séria. A repercussão foi muito legal. Mas, foi incrível porque abriu caminhos. Convite pra viagem, vários lugares que não consegui ir por conflito de agenda, mas o interessante é que também abriu um espaço dentro de mim pra me conhecer... Como eu era? O programa foi de alto extremo conhecimento. O que eu conseguia passar pras pessoas? O programa trouxe essa segurança de eu me entender com as câmeras. É bem louco isso. Um aprendizado e tanto. Um dos maiores da minha vida. Só tenho a agradecer. Os organizadores são muito sérios. O acolhimento carinhoso e sério que nós tivemos", relembra.
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O bruxo Edu Scarfon também destaca a grande repercussão do programa e ressalta que por passar em um domingo à tarde, atingiram um público que não se esperava. "São pessoas que tiveram contato inicial com o assunto através do programa. E como todos os episódios foram para o YouTube, muitos brasileiros que residem em outros países tiveram acesso. Com isso, atendi pessoas que vivem na Suíça, Estados Unidos, Espanha. E atendo essas pessoas até os dias de hoje. Ainda hoje vendo pessoas falando que já viram no SBT, no YouTube e teve gente que assistiu novamente por ter gostado, que nós paranormais, éramos colocados a prova. Posso dizer que sim, o programa me trouxe uma grande mudança para que outras pessoas pudessem conhecer meu trabalho e se consultar comigo".
Para participar do reality, Edu diz que ficou sabendo através da produtora Cygnus Media (atual Teleimage). Segundo o bruxo, eles estavam buscando pessoas que trabalhavam com paranormalidade: "Eles falaram na época de mostrar a paranormalidade de um modo sério sem nada dessas coisas que aconteciam antigamente, de entortar colher, coisas de ilusionismo, que a paranormalidade era confundida com ilusionismo. Eles me fizeram convite pra fazer um teste na produtora. E a partir desse teste tudo começaria".
"Me lembro quando fui no teste, ela falou pra eu falar sobre a vida dela, sem conhecê-la. Ela fez um teste do tipo: 'tem uma coisa no meu bolso, me fale sobre o objeto'. Tinha que falar o que a gente sentia com relação à ela. Aí no final ela perguntou: 'você acredita que vai participar desse reality?' Eu acreditava que poderia participar, mas me esbarrei num problema. Na época que iria ser gravado o primeiro episódio, eu tinha uma viagem para Salem, nos Estados Unidos, onde vou todos os anos pra participar de treinamentos de bruxaria, a minha sacerdotisa, Laurie Cabot vive lá", contou.
A produtora disse então que Edu não poderia participar, porque ele viajaria nessa data. Justamente o dia em que todos os participantes se reuniriam. "Eu tirei algumas cartas entre eles e tinha saído o Sol. E falei: 'Não só vou participar, como a minha vontade na hora era de falar, como vou ganhar o programa'. Senti isso de um modo muito forte. Tinha visto meu mapa astral naquele ano [2014] e sabia que alguma coisa muito boa e grande repercussão ia acontecer pra mim profissionalmente. Mas eu não quis parecer egocêntrico naquele momento. Onde já se viu, né? Não só vai participar, como vai ganhar também. E eu me restringi a dizer que iria participar e ser bem-sucedido na tarefa de desmistificar a paranormalidade para as pessoas. Ela entrou em contato comigo uns dias depois e que seria possível eu participar mesmo tendo essa viagem pela frente".
Selena Fortuna, no entanto, teve um processo diferente: "É uma coisa louca. Não sei dos outros. Eu lia cartas aqui em casa há muito tempo e mais próximo do programa, chegou uma moça loira muito bonita, descolada. E saíram coisas surpreendentes nas cartas dela. Dias depois, uns 10 ou 15 dias depois, o que tínhamos visto nas cartas, aconteceu. Ela chegou a me mandar alguns inbox que eu havia mudado a vida dela e que um dia ela me ajudaria. Mudaria a minha vida. Foi o que eu vi acontecer. Alguns meses depois a equipe de produção tava aqui falando que conversaram com uma pessoa, que eu não sabia, que por acaso era diretora de produção do Discovery Channel, que havia achado impressionante minha leitura e faria um teste de vídeo comigo. De repente tinha um monte de coisa aqui em casa, e eu colando unha postiça com super bonder... A louca, né? Imagina! Eu sou uma dona de casa. Cartomante dona de casa!".
A taróloga relatou que fizeram o teste e dois depois passou para fazer um programa piloto que teria que ter a aprovação de ninguém mais, ninguém menos que Silvio Santos. "Então, quer dizer, o primeiro episódio cheio não foi ao ar, porque foi um programa piloto. Tinha uma galera lá, 10 pessoas, não lembro direito. Dependendo da aceitação do Silvio Santos, fariam a triagem para os paranormais. Essas pessoas do piloto, elas tinham sido indicadas por situações boas. Eu por acaso no meio, a caipira... Eu brinco pela minha falta de experiência... Esse piloto foi um piloto incrível, porque pra mim foi uma das coisas mais fortes. E não foi ao ar. Aquilo era tudo um susto".
E completou: "Então houve uma triagem que eu não conheci, não sei como aconteceu pra ter esse piloto. Teve essa primeira triagem, uma segunda, misturou e virou uma triagem só. Foi bem emocionante participar do piloto e saber que o nosso Silvio Santos incrível, aquele bolo de chocolate aceitou, porque gostou do piloto. Foi imensamente sério. Fiquei uma semana em estado de choque. Provas difíceis. Foi um negócio incrível. O piloto me assustou sobre algo em mim que eu não sabia. A captação energética, mesmo cruzada, pode valer muito a pena. Por isso vários países contam com médiuns para decifrar crimes".
Assim como Celso Portiolli relatou ao NaTelinha, as gravações eram de fato muito cansativas. "Na verdade, nós tínhamos sempre uma gravação de uma prova no próprio domingo quando acaba o programa ao vivo. Normalmente era uma prova mais tranquila, falar da personalidade de alguém, qual ligação algumas pessoas presentes no estúdio, ou falar sobre alguém através de um objetivo. Eram provas que a gente se desgastava menos", disse Edu.
"Na quarta-feira íamos até a produtora, o pessoal nos colocava na van, bem cedinho, por volta das 6h, confiscavam nosso celular. Éramos vendados e não falavam onde estávamos indo nem o caminho que estávamos percorrendo. E ficávamos vendados até o local onde havia a prova. A gente não sabia onde estava. Quando a gente tirava a venda, estávamos dentro de uma sala. E de lá a gente éramos levados ao Portiolli que estava aguardando para a prova. Isso na quarta-feira", afirmou o bruxo.
"No dia a dia atendemos pessoas que tem problemas comuns, perda do emprego, dificuldade financeira, sofrimento por amor que não deu certo. E lá nos deparávamos com dramas, acidentes, quando estávamos numa estrutura de boate que desmoronou. E por chegar sem informação nenhuma, no escuro, tínhamos que buscar tudo. Trazia um grande desgaste psíquico a todos. E eu principalmente com muita dor de cabeça. No dia seguinte me lembro que eu não conseguia sair da cama de tão cansado, tão exausto. Era nos dias posteriores que ia me recuperando energicamente. Era algo em comum que acontecia com todos nós participantes", completou.
A vice-campeã Selena concorda e classifica o período como tenso: "A gente tinha duas gravações que eram feitas... Uma acho que era de quarta, gravações externas e tinha sempre uma prova que era de estúdio. Pra qualquer lugar que a gente fosse... Primeiro que ninguém dizia pra onde a gente ia. A gente ia vendado. E protetor auricular. Desde o começo. Às vezes paravam a gente em lugar que não era do crime e de lá éramos conduzidos para outros lugares. Tinha uns pit-stops com uns lanches meio suspeitos. O pessoal da produção é muito incrível, né? São muito ninjas. Se você precisa de uma coisa eles acham. Tratavam a gente com muito carinho. Não faltava nada. Eu tinha muito medo de cair. Vendada e 'microfonada'... E eu ficava com medo, me agarrava no meio das meninas pra não cair. Quando você passa perto da porta, começa arrepio pra todo lado".
Ela continua: "Não é um programa fácil de fazer. Você está lidando com uma força muito maior. E às vezes tem 20 câmeras dentro de você, 60 pessoas te assistindo ali na frente e tem que canalizar. A gente acaba até trabalhando com um potencial menor com toda aquela tensão. E a gente só sabia o que tinha acontecido depois. Não passavam o resultado pra gente, o que tinha acontecido. A gente ficava assim: 'falei certo?' Só depois de 200 horas contavam. E a gente não tinha noção do que tinha feito. É um vestibular que nunca sabe. Até hoje é assim. Você só sabe se acertou pra pessoa quando ela voltar. Até que ela vem te contar, você fez um vestibular sem saber o resultado".
Para o bruxo Edu Scarfon, as provas que mais lhe marcaram foram aquelas consideradas mais pesadas, envolvendo crimes. "Era possível acessar [as informações] com mais facilidade. E por saber que algo pesado tinha acontecido, e eu tinha um faro bom pra isso, ficava mais motivado a desvendar. E quando era uma prova quando não tinha um teor emocional, e tinha uma nesse sentido, de adivinhar quem era o piloto. Pegaram umas pessoas, todas vestidos de piloto, e tínhamos que sentir a energia delas e olhar no oráculo. Ver quem era o piloto. Era muito próximo de adivinhação. Tinha o uso da paranormalidade, sentir a energia da pessoa. Mas não me motivava tanto, quanto uma prova quando alguém sofreu. Esse tipo de prova realmente me motivava mais", explicou
"Nessa do piloto que te disse que eu abri o tarot pra cada um deles e me mostrou que duas tinham aptidão pra esse tipo de coisa. Um mais, mais jovem. Outro menos, mas mais maduro. E na hora ali olhei pra um e outro e racionalizei: um é mais maduro, outro mais novinho. E fui pelo mais velho. Daí o Portiolli brincou comigo: 'escute melhor o seu tarot e sua intuição'. 'E você foi traído por essa racionalização', ele brincou. Fui traído pelo raciocínio lógico. Foi uma prova que errei. Esse tipo de prova não me motivava tanto. Duas provas que mexeram comigo envolviam crimes".
O vencedor do reality ainda citou outra marcante: "A principal se tratava de um assassinato de uma criança, assassinada pelo próprio primo e frequentava a casa dela. Estava sempre presente e tinha ciúme da relação dela com a mãe dela. E teve um surto, acabou tirando a vida dela quando estava sozinha na casa da família. Então, foi uma prova que marcou bastante. Envolve uma criança, né? E uma mãe que sofreu absolutamente pela perda da filha. Quando envolve criança, que é um ser inocente, recém-chegado a esse mundo, que tem poucos anos encarnada... Nos outros processos conseguia sentir e não me envolver emocionalmente. Chorei bastante. A gente sempre absorve um pouco do sofrimento, dos envolvidos, e captando tudo. Como antenas. Mas quando envolveu criança, mexeu comigo bastante".
Selena concorda com o colega e cita a mesma prova, da criança que foi assassinada pelo primo: "Hoje meu filho tá com 8 anos. Na época tinha 3 e nem me via na televisão. Essa da criança foi bem complicada. Quando cheguei lá, senti a energia de criança. E o crucifixo que ficava diante de mim... E esse crucifixo, tirando as cartas do baralho normal, eu tava com esse baralho e olhava pro crucifixo e eu chorava. Sentia um negócio dentro de mim. Até então o baralho estava me enrolando. Estava perturbada com aquela sensação. E cobrem quadros, como fizeram dos Mamonas [os paranormais fizeram uma prova sobre o grupo sem saber de quem estavam falando]. Depois você chega e não tem nada que lembra nada. Não tinha como saber a presença dessa criança. Chega no banheiro, perto do crime que tinha acontecido. De fato foi o primo. E essa prova, fiquei uma meia hora depois chorando... Água com açúcar... Não conseguia me concentrar".
A taróloga elogia a criatividade do reality em elaborar as provas e novamente cita a prova dos Mamonas Assassinas como exemplo: "Todas foram difíceis pra eles [produção]. Deviam trabalhar de madrugada. Em todas as provas. Os lugares mais absurdos. Era uma loucura. Eles são muito criativos, pra conseguir fazer a gente ficar confuso. Faziam coisas do arco da velha. Redecorar. Pintar de outra cor. Mas acredito na prova dos Mamonas Assassinas... Estou falando das que eu fiz, porque tem provas que eu não fiz. Naquele caso [dos Mamonas], encaparam a casa inteira e estavam lidando com uma família evangélica. Pra mim foi muito audacioso".
E vai além: "A audácia da produtora... Podia dar muito problema pra eles. Claro que não dá, né? O SBT é fruto de uma pessoa muito do bem, de muita luz, assim, obviamente não teria. Você chega lá e está tudo encapado, nunca, em hipótese alguma você tem um indício daquilo que seja. A gente tem os pais evangélicos e como traz um bando de doidos? Na cabeça deles, né? Que vai adivinhar ali, coisas... eles não gostam muito disso. Não acreditam. E era como se a gente tivesse cometendo uma certa blasfêmia. Então acredito que tiveram a dificuldade maior, não só pra arrumar o local, pra trazer essa clareza de pensamento pra uma família evangélica e fazer com que eles nos respeitassem. Sem contar que eu cantava o Mamonas. E toda aquela desgraça se compondo ali na minha frente. A gente tem que se eximir de sentimento. É um trabalho muito difícil".
Questionamos se Edu e Selena utilizaram do próprio oráculo para "bisbilhotar" quem seria o grande campeão após os três meses de Os Paronormais
Edu admite: "Todos olhavam, né? Como também a gente olhava no começo de cada prova. Assim que a gente chegava no local onde aguardávamos o momento de entrar em ação, a gente jogava tarot um pro outro, pra ver se a gente ia se sair bem na prova. Acontecia muito. E eu usei algumas vezes também pra saber como seria minha atuação. E saía cartas muito boas como o Sol que representava o sucesso, o Mundo que representa conquistas, plenitude.
"Naquele ano olhei meu mapa astral, como seria meu ano pessoal e era um ano de grande vitória e reconhecimento profissional. E senti que algo bom aconteceria. E senti que pudesse sair até como vitorioso. Mas não ficava pensando muito nisso, porque achava que eu não tinha que me envaidecer nem deixar meu ego, né, vir à tona naquela ocasião. E cada vez que eu tinha aquele pensamento, volta pra realidade. Não ficar preso num devaneio, mas eu sentia... O tarot tinha dito, né? Que eu pudesse chegar à vitória, ou como um dos finalistas. Mas a gente sempre consultava", completa.
A vice-campeã também reconhece que fez uso de seu oráculo: "Claro que cada um deve ter feito essa pergunta do seu jeito, porque todo mundo mal se conhecia ali, né? Eu me lembro que a minha maneira de perguntar jogou logo um Rei de Paus na ponta. E eu confio muito nos meus oráculos. Quem vai ganhar é um homem. Já sabia desde o primeiro dia. Mas como eu sou uma 'caipira', lembra? Eu estava ali pra uma aventura, não pelo prêmio de R$ 50 mil na época. Eu estava ali pra entender o que eu estava fazendo ali. Então, estava ali pra entender porque fui levada até ali, de uma forma muito bonita".
E continua: "Fui percebendo que as coisas tinham que acontecer. E lembro até quando o Silvio me chamou [Selena esteve no Programa Silvio Santos, quadro Jogo dos Pontinhos], feliz por ter sido escolhida entre os 16 e uma pessoa lindamente me disse assim: 'Selena, não duvide de sua missão'. 'Quais as chances de você ler carta pra um judeu, e esse judeu ser só o Silvio Santos? Então em você ele viu alguma coisa'. Sabia que era um homem que ia vencer. Estava ali pra me provar um pouco, entende?".
Dentre os outros 15 concorrentes, Edu contou que é difícil eleger quem seria o seu mais forte. Para o bruxo, todos brilharam em algum momento do reality, mas elogia: "O nível de detalhamento da Selena Fortuna trazia era muito grande. Ela detalhava bastante as circunstâncias. O Márcio Lambert foi muito bom também, a Vandinha, a Sandra Susi... A Selena me impressionava muito por conta dos detalhes, conseguia relatar muito em cada circunstância".
Selena também elogiou os poderes do colega e citou outros postulantes ao prêmio de R$ 50 mil em barras de ouro: "Na época, não conhecia o Edu, fui conhecendo ao longo dos programas. O Márcio [Lambert, terceiro colocado], tivemos uma convivência maior no comecinho. Achava ele muito assertivo. Acho ele inteligentíssimo. Pra mim ele era a pessoa. Concorrente? Não via como concorrente, já sabia que não iria ganhar. Pra mim ele era a pessoa que era muito melhor do que eu. E no final temos um homem sim que venceu, que foi o Edu. Fui descobrindo o Edu aos poucos. As chaves da gente não se cruzavam muito. E ele é incrível, a gente super se entende. É uma pessoa que admiro muito. Mas é isso, achava que era o Lambert. Os quatro finalistas ali... Pra mim foi uma honra estar ali entre eles. Ser vice-campeã, então, nem se fala".
Em uma das provas, Edu recordou que Sandra Susi contava um assassinato, mas sem dar muitos detalhes, de maneira tranquila. "A gente sabia que o programa ia ao ar no domingo, num horário que a família brasileira está assistindo. E foi poupando os detalhes. E depois a produção perguntou se ela falou tudo que sentiu. E ela brincava: 'não, se soubesse que era pra falar eu falaria, que a pessoa morreu assim, assado, teve esse sofrimento, essa sensação'... Cortou desse modo. Ela começou a contar de um modo intenso com todos os detalhes. Quando o diretor terminou, perguntou: 'por que você não disse isso quando tava gravando? Tem que falar tudo que tá sentindo. Era exatamente isso que nós esperávamos de você'. Acontecia de ficar cauteloso e medo de chocar, com respeito às famílias das vítimas. O pessoal da produção, quando estava gravando, dizia que tínhamos que contar como estávamos sentindo. O caso da Sandra foi engraçado pela ênfase que ela falou. E contando assim, todo mundo ficou perplexo. Mas na hora que estava gravando ela não fez isso";
Para Selena, a época foi tão tensa que não conseguia se lembrar de um caso mais leve: "Tinha criança pequena em casa. Foi uma virada. Uma exposição muito louca. A primeira vez que o programa foi ao ar, meu telefone foi tocando na van, e não era aquele telefone que eu queria passar. A prova das grávidas [em uma prova específica, várias mulheres foram colocadas lado a lado, e os paranormais tinham a missão de adivinhar qual estava grávida] causou um impacto muito grande nas pessoas. Começou ali, foi no mesmo bloco dos Mamonas. Lembro que uma pessoa do programa falou assim: 'pra um programa de televisão você tá bem mal vestida, né?' E eu fui pro banheiro pensando: 'como assim mal vestida?' E eu tirei foto no espelho, e eu tenho essa foto".
No final das contas, de acordo com Selena, a pessoa lhe disse que ser boa nos oráculos não era questão de vestimenta. "Um dia cheguei no SBT e tinha várias vans assim, e já me conheciam. Hello! Quem era eu na fila do pão? E começaram a gritar meu nome no vidro. E eu indo fazer uma prova, indo deslumbrada, abestalhada, me arrepia toda de lembrar. De repente fiquei a um milímetro de um poço cheio de mato e eu ia cair naquele matagal que não ia ter sinal de mim. Eu tava assim, emocionada de ver aquilo [a manifestação dos fãs]. Teve algumas situações que foram engraçadas e emocionantes, né? O próprio tratamento de todos comigo, respeito. Um respeito pelo fato de ser aquela mais improvável ali, né? A mais improvável... Várias coisas gostosas, você chegar no mercado, a criança cutucar a mãe e a mãe vir falar comigo. As crianças gostavam muito de mim", orgulha-se.
Depois de cinco anos, os dois continuam atendendo. Edu Scarfon atende na Vila Mariana, em São Paulo, no Espaço Faces da Lua, na Rua Colônia da Glória, 414. Os atendimentos são agendados rapidamente. "E tem uma fila de espera geralmente de dois a três meses, e sempre no período da tarde. Porque à noite costumo dar aulas de bruxaria, tarot, astrologia, e por aí vai. O telefone é (11) 97374-5755 e também atendo pelo Skype porque tenho uma demanda muito grande em outros estados e países", avisa.
O preço para se consultar com o bruxo é de R$ 350. "É até um preço mais acessível que de muita gente que faz aquilo que faço. Porque a ideia é oferecer uma orientação com frequência. Eu prefiro um valor que seja um pouco mais acessível, mas que na verdade as pessoas possam passar com certa frequência ou quando precisarem".
Questionado sobre o que fez com o prêmio de R$ 50 mil, respondeu: "Eu fiz uma doação pra uma instituição que eu já trabalho há algum tempo apoiando. Como o valor veio através de um trabalho espiritual, achava que tivesse que fazer alguma coisa com esse viés espiritual. Fui viajar pra alguns lugares sagrados pra mim, meditar, me fortalecer energeticamente e fiz uma aplicação também pra depois utilizar em um momento adequado".
A taróloga Selena lembra que seu valor depois do programa subiu, mas avisa: "Eu sou canceriana, eu não sei explorar as pessoas. Não nasci com esse dom. Era um valor mega baixo. E via gente que lia mal, acertava nada vezes nada e cobrava o dobro. Então, aumentei um pouquinho. E tivemos um reajuste pequenininho no ano passado. Então, o valor da consulta é R$ 257. Sendo que R$ 7 são em moedas de R$ 1. E tem que ser em moedas. O povo que traz em dinheiro, eu vou lá e converto. Se você olhar no meu Facebook, faço trabalho de ajuda com essas moedas e não tem só essa finalidade de ajudar financeiramente".
Ela explica que por ter ouro e prata na moeda de real, é pra trazer sorte a quem doou. As moedas ficam dentro de um baú de sua casa e passa por energização de sete ciganas e vão para doação. O preço de R$ 257 é por uma hora. Quem quiser se consultar por duas, o preço salta para R$ 350.
A profissional explana que sua consulta começa sem perguntas. "Vou jogando e falando", acrescenta Selena, que atende no Campo Belo. Assim como Edu, também tem uma longa fila, mas planeja lançar um site para otimizar o atendimento. O telefone para contato é (11) 98850-2825.
"A nossa agenda está entre fevereiro e março, não sei exatamente. Se houver desistência a gente avisa. Faço muito pouca propaganda do meu trabalho. Quem tem que vir, tem que vir provido pelo astral e não pela pressão. Todo mundo que senta nessa mesa me ensina muita coisa. Eles pensam que eles saem felizes e quem sai feliz sou eu", derrete-se.
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