Publicado em 01/12/2019 às 07:09:51,
atualizado em 05/12/2023 às 23:37:11
Neste domingo (1º) comemora-se o Dia Mundial de Combate a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), uma das mais terríveis doenças que surgiu na penúltima década do século XX e causou pânico na humanidade, ceifando milhares de pessoas, entre anônimos e famosos. Embora sem cura, a doença ganhou vários níveis de tratamento e não tem mais o mesmo furor de antes, como nos anos 80, quando as novelas brasileiras quase acabaram com os beijos por medo de transmissão da doença.
Segundo a revista Amiga e Novelas, a discussão sobre o beijo ser proibido nas novelas se iniciou graças a uma pesquisa com um casal americano, William H Masters e Virgínia Johnson em que se afirmava que a Aids também era transmitida por meio da saliva. A tese ia na contramão do que a comunidade científica da época garantia de que a doença somente poderia contaminar através do sangue e do esperma.
Diante disso, muito se especulou de que as novelas deveriam passar a adotar o beijo técnico, sem língua nem saliva para evitar maiores problemas. Era assim que defendia o diretor Atílio Riccó (Éramos Seis, 1977 e Aritana, 1979). "Sou a favor do beijo técnico, sem língua porque esteticamente é bem melhor. Se o beijo for ardente, numa cena passa mais libidinagem do que arte".
A discussão acabou ganhando ares de tese e boa parte dos atores que atuava nas novelas do fim dos anos 80 comentou, em virtude da doença e da pesquisa. Maria Ferreira, a Débora de Mandala (1987), concordou com o diretor. "Antigamente, os artistas das novelas não beijavam com tanto ardor e transmitiam muita emoção. O beijo técnico é mais seguro, principalmente agora que não se sabe se saliva transmite a Aids ou não", declarou à época.
Marcos Frota (Mulheres de Areia, 1993) discordou da colega. "Os beijos nas novelas deve ser forte e ardente porque só assim ele transmite a emoção da cena de amor". Cláudia Raia (Verão 90, 2019) concordou e foi além. "Não podemos viver sem riscos, porque cena é cena e, nessa hora, a gente tem que dar o maior realismo possível ao nosso trabalho. Se podemos fazer uma cena de beijo muito próxima da real, por que passarmos na tela um beijo frio, que não diz nada?"
A questão da Aids, além de promover uma série de preconceitos, como a questão do beijo nas novelas, também levantou diversas polêmicas. Para o ator Giafrancesco Guarnieri (Mundo da Lua, 1991), morto em 2006 "são o sangue e o esperma e acabou. A humanidade está sofrendo muito e agora vem este casal trazer mais sofrimento. A camisinha já cortou o prazer da humanidade e agora faz-se essa onda por causa do beijo. A gente não sabe que razões moralistas existem embaixo disso".
Betty Faria (Tieta, 1989) também concordou que a Aids estava sendo utilizada como instrumento moralista contra as novelas. "O moralismo está castrando o amor e o sexo. A coisa está chegando a tal ponto, que voltaremos ao passado e os artistas vão ter de portar carteirinhas de prostituta ou homossexual para dar beijos na televisão".
Mas, o medo de muitas celebridades da época era justificada. Muitos artistas foram ceifados por conta da doença até que um tratamento fosse encontrado. Cazuza, um dos símbolos da luta contra a Aids no Brasil morreu em 1990 comovendo o Brasil.
Lauro Corona, considerado um dos futuros galãs da Globo e que fez par romântico com Gloria Pires em Dancin' Days (1978), morreu em 1989 vítima da Aids e interrompeu uma carreira de sucesso aos 32 anos de idade.
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