Publicado em 20/07/2019 às 08:13:04
Já se passaram 50 anos desde a chegada do homem na Lua, exatamente em 20 de julho de 1969, quando na missão Apollo 11, Neil Armstrong fincou a bandeira dos Estados Unidos no satélite natural da Terra.
Naquele tempo, Silvio Santos estava com 38 anos (para a imprensa, dizia que tinha 33) e já comandava os domingos na TV aberta, ainda na Globo.
O "Super Silvio", como era apelidado, era um fenômeno de audiência, tanto que naquele 20 de julho só foi superado pela transmissão do homem na lua.
Apesar dos 400 mil quilômetros de distância, a imagem perfeita e aquele ineditismo fez com que o momento registrasse 41,1 pontos de audiência.
Na mesma semana, sem ir à Lua, Silvio Santos conseguiu uma audiência apenas 1% menor, 40,4 pontos na sexta-feira anterior, com o seu programa "Cidade contra Cidade".
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No domingo da transmissão, segundo a revista Realidade, da Editora Abril, o "Programa Silvio Santos" conquistou 35,8 pontos, perdendo apenas para a transmissão da aventura da Apollo 11.
Em 1969, a Globo se tornou pioneira na transmissão via satélite do lançamento da nave espacial Apollo IX.
Em julho, transmitiu a chegada do homem à Lua (missão Apollo XI), devido ao desenvolvimento tecnológico da Embratel, que vendeu o link à emissora.
Numa entrevista à revista Realidade, aliás, algo que não era tão raro, já que Silvio as concedia numa frequência maior que agora (que quase inexiste), ressaltou justificando seu sucesso: "O que a crítica não percebe, é que a televisão é um reflexo da realidade brasileira".
"Hoje em dia, quem não tem televisão não tem importância alguma. O aparelho de TV substituiu a máquina de costura como elemento indispensável em um casamento. E é para este público que devemos fazer televisão, se é que a audiência tem importância", definiu Silvio Santos.
Sempre no comando de games, Silvio explicou à revista como fisgava o público: "No meu programa há uma parte com perguntas e respostas. Se em dez perguntas o telespectador não conseguir responder pelo menos seis, ele vira o botão, vai ver outra coisa, diz que o programa está ruim. Mas, se ele responde as dez, fica bem com a mulher, com os filhos, com ele mesmo, e fica satisfeito comigo, com o programa, dá audiência, entende?".
"Tentei fazer programas de nível melhor, mas não deu certo. Programas sérios, de debates, não fizeram público. A verdade é que a TV é uma arena. O público hoje é quase exclusivamente composto pelos antigos ouvintes de rádio. Quem critica não sabe, mas para nós não há salvação. A luta pela audiência é feroz e ninguém trabalha para perder dinheiro. Se a televisão é comercial, e só, a única preocupação tem que ser mesmo ganhar dinheiro", definiu o Homem do Baú.
Ganhar dinheiro era o que Silvio já fazia bem. Naquele ano, até setembro, pagou 2,2 milhões de cruzeiros novos de imposto de renda e já era um grande pagador.
Apesar disso, Silvio fez uma afirmação curiosa à publicação: "Não acredito que esse tipo de programa [de prêmios] vá durar muitos anos. O Brasil não pode ficar sempre assim e próprio público acaba cansando. Mas, enquanto a estrutura da televisão comercial não mudar, enquanto os índices de audiência continuarem prevalecendo, enquanto o público não exigir mais, a televisão não melhora. Porque não precisa, não quer nem pode".
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