Publicado em 25/06/2019 às 16:00:48
Após a jornalista ex-global Carla Vilhena postar texto reclamando de um baile funk, ao repercutir o caso, o "Fofocalizando" acabou gerando um climão entre os apresentadores Lívia Andrade e Décio Piccinini. Enquanto ele defendeu a posição da jornalista, que rebateu as críticas (veja no final) , Lívia discordou e sacramentou: "A periferia incomoda".
Ao comentar a notícia, Décio Piccinini concordou com a jornalista. "Eu não moro exatamente perto, mas se eu deixo as janelas abertas, eu ouço tudo e atrapalha. Aquelas letras lindas que dão todos os detalhes". Já Léo Dias acrescentou que isso é proposital. "Você quer que o subúrbio fale o que?" e Leão Lobo ainda lembrou "é uma forma de chamar a atenção para a periferia.
Mas o barraco começou mesmo quando o vespertino do SBT levou ao ar vídeo do funkeiro MC Bin Laden que comentou as críticas feitas por Carla Vilhena e defendeu que a música é uma importante manifestação cultural, além de ajudar muita gente na periferia, mas fez um adendo que é importante que se respeite a lei do silêncio.
"Tem umas palavras mal colocada. Tem muito MC que emprega muita gente, empresa de funk que emprega muita gente. Gente honesta e de caráter. Tem aquela parada que você tá incomodada com barulho e com som alto, mas não pode generalizar. Não precisa o funkeiro usar droga pra compôr uma música. Não precisa falar isso. O funk é pra levar alegria, tem pessoas que gosta, tem pessoas que não gosta e é isso. O funk está virando mundial e é nós".
Ao voltar para o estúdio, Lívia foi bem mais enfática que o músico e discordou com veemência da postagem de Vilhena. "Ela disse que só um drogado para compôr essas letras de funk. Eu conheço muito jovem que subiu na vida por causa do funk. Conheço muitas histórias da periferia sobre isso", afirmou a apresentadora.
Neste ponto, Décio tentou interrompê-la, mas ela seguiu firme e contou a experiência do próprio funkeiro. "Pra quem não sabe, o MC Bin Laden tem tudo o que tem pelo funk. Ele passava na frente de uma lanchonete que tem na periferia todo dia e morria de vontade de comer um lanche de lá e não tinha dinheiro. Sabe essa lanchonete que tem uma em cada esquina de São Paulo? Então, ele conseguiu porque o funk deu isso a ele. Não tem nada a ver com droga".
Irritado, Piccinini fez questão de discordar de Lívia. "O que tem a ver lanchonete e vontade de comer com isso? A gente está falando sobre o direito das pessoas de não serem incomodadas com música alta em plena madrugada. O que ele conseguiu ou não é problema dele".
Leão Lobo tentou aproveitar a oportunidade para dar sua opinião, mas Décio o impediu e continuou afirmando que isso não tem nada a ver e que Lívia não precisava ter falado sobre esse exemplo. No fim, Leão Logo e Lívia cravaram em discordância a Piccinini e a Vilhena. "A periferia incomoda", concluíram os dois.
VEJA TAMBÉM
A jornalista Carla Vilhena resolveu se pronunciar após virar pauta do programa "Fofocalizando".
No Twitter, minutos após a exibição de uma reportagem no programa do SBT, Carla disse: "Amigos, programas da TV esta tarde me atribuíram palavras que eu não disse, para me colocar em contraponto ao pessoal do funk. Quem tiver a paciência de ler meus tweets, vai ver que em hora nenhuma eu julgo gênero musical. Digo apenas que acho o pornô uma porcaria."
"Tudo começou de domingo pra segunda, quando fiquei até as duas da manhã tuitando sobre um baile nos fundos da minha casa. O som era altíssimo, mesmo com as janelas fechadas não pude dormir. As letras eu não posso nem quero reproduzir numa rede social. Apresentadores do programa Fofocalizando entrevistaram um funkeiro e falaram da minha atitude, me colocando contra toda uma população de frequentadores, sem me procurar e faltando com a verdade. @euleodias , não preciso de mídia. Meu trabalho é com empresas, não com o público", continuou.
"Lívia Andrade, não sou contra nenhum pai de família que viva do gênero funk. Sou a favor do direito que eu e todos os trabalhadores que acordam cedo na segunda-feira têm de dormir e não ouvir a pornografia explícita (perdoem a redundância) das letras", escreveu.
"Décio Piccinini , obrigada por tentar colocar um pouco de bom senso. Não pude ouvir a entrevista por estar o dia todo em conexões de 3 voos con destino ao interior do Tocantins. Soube por amigos. Grata", finalizou.
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