Publicado em 13/04/2019 às 12:50:55
“A Diarista” comemora neste sábado (13), 15 anos de sua estreia. O que talvez pouca gente saiba, no entanto, é que a série que fez muito sucesso por diversas temporadas foi encomendada pela Globo contra a vontade de sua criadora.
Embora tenha entrado no ar com seu primeiro episódio em 13 de abril de 2004, a produção enfrentou uma dificuldade para se tornar série fixa da Globo. É que sua criadora, Gloria Perez, foi contra o desenvolvimento da história.
Tudo começou um ano antes, em 2003. A Globo encomendou à novelista um especial de fim de ano. Gloria vinha com muito prestígio na emissora, uma vez que sua última novela, “O Clone” (2003) havia se tornado um marco da dramaturgia brasileira.
Diante da encomenda, a autora observou a imersão de uma profissão que, até então, não tinha grande força no Brasil, as diaristas. Vale lembrar que no Brasil de 2003, a classe C ainda era um sonho e que classe média, normalmente, mantinha uma empregada doméstica fixa.
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Com a economia brasileira entrando nos eixos, a figura de uma diarista passou a ganhar popularidade e Gloria Perez pensou em produzir um especial abrindo espaço para essas figuras. Assim nasceu a ideia de “A Diarista”.
O especial de fim de ano foi ao ar em 21 de dezembro de 2003 com roteiro de Gloria e direção geral de Cininha de Paula. A audiência e repercussão do especial foi tanta que a Globo encomendou automaticamente a primeira temporada para entrar no ar no ano seguinte.
Acontece que Perez foi contra. É que a autora não gostou do que viu no ar ao assistir o especial. Segundo pessoas ligadas a ela, a ideia de produzir “A Diarista” era de levar ao ar uma espécie de dramédia, estilo que estava crescendo nos EUA com produções como “Gilmore Girls”.
Mas a direção da Globo optou em dar um tom de sitcom que exploravam o humor físico, estilo que dominou a TV americana por décadas. A ideia com “A Diarista” era dar ao brasileiro uma série ao estilo “Frasier” ou “Will and Gracie” que tanto faziam sucesso à época.
Com a divergência, Gloria Perez decidiu não levar o projeto adiante e se concentrou na sinopse de sua próxima novela que acabou indo ao ar em 2005. A autora experimentou novo sucesso com “América” e deixou “A Diarista” em outras mãos para que a sitcom fosse desenvolvida de acordo com as exigências da cúpula da casa.
Com 123 episódios produzidos em quatro temporadas, a série foi responsável por transformar a protagonista, Cláudia Rodrigues, em estrela na Globo. Além dela, Dira Paes, que antes tinha tido pequenos papéis na TV, ganhou prestígio com sua Solineuza, a “Poia”.
Após ser encerrada em 2007, “A Diarista” chegou a ter um ensaio de retorno. Em 2010, Cláudia Rodrigues conseguiu que a Globo encomendasse uma nova temporada que teria apenas sua personagem e a de Sérgio Loroza.
A produção teve dois episódios gravados, mas a nova temporada foi interrompida por conta da doença da protagonista, que luta há anos contra a esclerose múltipla.
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