Publicado em 18/01/2019 às 11:46:57
Ser filho de alguém que é um graúdo na televisão brasileira tem suas vantagens e desvantagens. Para muita gente, Joel Datena é apenas filho do seu pai, José Luiz, que se consagrou apresentando programas policiais e no jornalismo esportivo.
Joel é novo. Tão novo, que mal há outros registros na sua carreira. Essa, para falar a verdade, é a primeira grande entrevista de sua vida. O motivo? Joel é tímido. Muito tímido. Um cara que gosta "do mato", como ele mesmo diz.
Joel é simples. Gosta de pescar, ver filmes, navegar. Não foi a TV que levou ele, foi o amor pela natureza que fez ele entrar na TV. Por um acaso da vida, virou apresentador policial.
Hoje, Joel Datena é co-apresentador do "Brasil Urgente", nos fins de tarde da Band, sempre mantendo a audiência do policialesco em bons padrões para o canal. Além disso, existe estudos para um matinal só seu.
Mas Joel, creia-se, nem tem essa vaidade. Amante de filmes de Mazzaropi, ele é um homem simples. E sempre que precisa, sempre fala: prazer, meu nome é Joel.
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Confira a entrevista na íntegra:
NaTelinha - Você sempre quis fazer programas de televisão?
Joel Datena - Olha, pra te falar a verdade, até os meus 20 e poucos anos, eu não me imaginava trabalhar em televisão. Sempre fui uma pessoa muito tímida, um cara retraído, sempre de falar pouco, mas ter bons relacionamentos, boas amizades. Mas eu tinha uma distância muito grande do que eu faço hoje. Foi aos poucos, foi acontecendo. Nada programado. Distante disso. Começou a acontecer, em dado momento eu percebi que conseguiria fazer esse trabalho e estamos chegando onde a gente tá.
NaTelinha - Teu pai, imagino que deva dar uma força também né?
Joel Datena - Não.
NaTelinha - Jura que não?
Joel Datena - Não! Como eu te falei, não foi nada programado. Eu sempre gostei muito de pescaria, sempre gostei de pescar. E às vezes eu pensava em fazer um programa de pesca na televisão.
NaTelinha - E fez, né?
Joel Datena - Sim. Vou começar a história pra você. Como eu te disse, tinha medo de aparecer na televisão. Um dia, encontrei com um grande amigo, Fernando Faria, e ele comentou comigo: "Joel, sempre tive vontade de fazer um programa de pesca". Aí eu falei: "Cê tá brincando? Eu também, cara". Ele falou: "Vamos tentar fazer um programa?". E eu: "Ah, cara, mas eu acho que eu não dou certo pra isso não...". Sempre fui bem conhecedor da pesca esportiva. Desde criança sempre escutei, tinha contato direto com profissionais e tal. Fizemos um piloto. Piloto bem simples. Cinegrafista abriu lá e ficou legal! E aí a gente levou avante: "Pô, vamos montar um programa então".
Vimos um horário na programação local, compramos o horário, Chegamos nesse amigo cinegrafista e falamos: "vamos gravar?". Fiz um acerto e saímos pra gravar. E o programa foi acontecendo, começou pequenininho, e aos poucos foi criando cor. Aos poucos ele foi ficando legal, aos poucos eu fui me soltando, por quê? Porque eu tinha muita segurança do que eu tava falando na televisão, que era pesca esportiva, um assunto que eu conheço. A pesca me deu segurança pra eu aprender a lidar com a câmera.
NaTelinha - Então, tipo, programa de pesca foi a escola que você aprendeu a tocar isso aqui?
Joel Datena - O programa de pesca e esse cara, o Fernando Faria, que é um grande comunicador de Goiás, grande comunicador esportivo. Hoje ele segue fazendo "Coração de Pescador", mas a pesca me colocou aqui com toda certeza...
NaTelinha - É dificil fazer o programa que você faz (o "Brasil Urgente")?
Joel Datena - O atual? Mas é muito gostoso.
NaTelinha: Os temas é que são difíceis...
Joel Datena - Mas a notícia, você lidar com a notícia... Agora a pouco eu tava junto com a equipe preparando o jornal. E vendo inúmeras notícias, não só no mundo policial mas no meio político e tal. Essa questão de você lidar com a notícia, com o factual, notícia ao vivo, helicóptero, motolink, repórteres, é contagiante. É contagiante e você tem que saber, só que é difícil. Tem casos que não tem como você não se envolver. Tem casos que você puxa pra si mesmo e a gente vê uma responsabilidade dentro daquele caso de tentar resolver aquele determinado problema. Só que você tem que aprender a separar sua vida pessoal disso, pra você ter força pra ajudar aquelas pessoas que precisam. Porque se você se envolver a ponto de se enfraquecer, você não vai conseguir ajudar quem precisa, entendeu?
NaTelinha - Que é o objetivo do programa, imagino.. .
Joel Datena - Exatamente, ajudar quem precisa, tá sempre perto do cidadão...
NaTelinha - Joel, recentemente, teve o caso da Amanda, se não me engano, você disse até no ar, que houve... não exatamente privilégio, mas que a polícia tava ajudando com informações pra concorrência, no caso, a Record TV. Queria que você explicasse isso melhor...
Nota da redação: Joel Datena reclamou publicamente que a Record TV e o "Cidade Alerta", de Luiz Bacci, estavam sendo privilegiados com informações do caso de desaparecimento de Amanda Palha, 26 anos, em São Paulo. O caso ampla cobertura forte no fim do ano passado, principalmente no programa da Barra Funda, que venceu a Globo com os desdobramentos do chamado "caso Amanda".
Joel Datena - Eu acho que a palavra não é nem a polícia. Foram alguns profissionais da polícia. O que acontece, normalmente no dia a dia, até mesmo por questões de proximidades, amizades, né? Mas eu não acho muito saudável. Eu acho que não tem que ter privilégio, sabe? Veículo de comunicação tem que ser tratado de forma igualitária. Todos eles. Tem que ser tratato de forma igual, tem que ter uma isonomia nisso. Você não pode privilegiar uma emissora em detrimento da outra, que ali tem profissionais trabalhando com o mesmo objetivo. E quanto mais pessoas se unirem por uma causa, melhor vai ser pra vítima. Pra aquela família que tá sofrendo, pra aquele pai que tem uma filha, ou filho desaparecido... Cada emissora tem o seu público e a união nesses momentos ela é muito importante. Por isso que a gente fica 'P' da vida com esse tipo de conduta. O que aconteceu foi um fato isolado, já tá resolvido e superado. Uma coisa comum que acontece em toda profissão. Mas que não pode acontecer...
NaTelinha - Ainda mais em televisão e pelo caso que foi...
Joel Datena - Exatamente. Qualquer caso. Não pode ser tratado dessa forma...
NaTelinha - Ibope! Você fica preocupado? Você fica olhando muito tempo, você gosta de olhar, você fica meio bitolado às vezes?
Joel Datena - Quando você trabalha com jornalismo ao vivo é inevitável, é impossível você trabalhar sem querer saber dos números a cada cinco minutos. Você tem que saber pra fazer um balizamento e pensar em uma estratégia durante o programa. Se você me perguntar se isso é saudável ou não, eu não tenho uma resposta exata. Mas que isso acontece, acontece. A gente tem que ta ligado ali, no que tá acontecendo.
NaTelinha - Ainda mais no seu horário né?
Joel Datena - Todos os horários.
NaTelinha - Mas eu acho que o seu, final de tarde, tem o concorrente mais direto que é o "Cidade Alerta", é mais punk.
Joel Datena - É o nosso horário. O horário do Brasil. Do Datenão, da Band...
NaTelinha - O horário do Brasil Urgente é um horário puxado. Você tem o "Cidade Alerta" que eu diria que é o mais direto, com o Bacci... Você tem novela mexicana, você tem a novela da Globo... É um horário que ir bem ajuda a emissora no horário nobre. É um horário difícil?
Joel Datena - Essa disputa ela acontece em todos os horários, em proporções diferentes, vou te dizer. É um horário chave, porque dali pra frente, você começa a alavancar a grade de uma emissora. E é o nosso objetivo, a emissora é feita de grade e de entrega de audiência. Se você pega uma audiência X e entrega com 2, 3, 4X, isso é interessante pra qualquer emissora. E aquela disputa ali, além de ser saudável, ela é importante sim, pra emissora.
NaTelinha - Quem é Joel Datena?
Joel Datena - Esse cara que você tá conversando aqui. Um cara que às vezes não se encaixa muito nos padrões de televisão, falando de apresentadores. Sabe, acho que as pessoas se contagiam muito com a televisão sem necessidade. Muitas pessoas. É um meio meio que estranho. Um cara aparece na televisão e ele acha que é o dono do mundo, ele acha que ele pode fazer, que ele merece privilégios. E cara, eu sou um sujeito rasgado, no bom sentido, de ter contato com as pessoas, converso com qualquer um, vim muito de baixo, minha família vem de uma origem muito humilde, e eu gosto das coisas humildes. Não consigo admitir isso que eu acabei de te dizer agora, pessoas que se dão uma importância acima da média. Isso não é uma pessoa. Não são duas, não são três, não são quatro. São dezenas de pessoas.
NaTelinha - Você não é uma pessoa que abre muito sua vida pessoal. Você é um cara muito reservado.
Joel Datena - Sou. Demais. Muito reservado.
NaTelinha - O que você pode contar?
Joel Datena - De mim? Olha, o maior prazer que eu tenho hoje é estar junto com a minha família e no meio do mato.
NaTelinha - Esse mato tem endereço?
Joel Datena - Não. Tanto em alguma floresta, em algum ambiente rural, já vale pra mim, sabe? Eu gosto de pegar o enxadão. Eu gosto de cuidar de planta, de animais, regar minha hortinha todos os dias. Por exemplo, lá em casa eu que cuido das plantas. Tem minhas samambaias, minhas violetas... Hoje mesmo, cara, eu vi que elas desabrocharam, as flores apareceram. Eu acho isso contagiante. A natureza me fascina. Você regar uma planta, adubar uma planta e ela te responder... Aquilo é uma lição pra muitas coisas... Pra relacionamento, pra trabalho... Porque se você não adubar o seu trabalho, se você não regar seu trabalho, ele não vai florescer, ele não vai te dar fruto. Às vezes eu tô ali em contato com a natureza e fazendo essa analogia e eu acabo me encontrando em muitas situações.
NaTelinha - Há quanto tempo você tá casado?
Joel Datena - Eu tenho quatro filhos fantásticos. O mais velho já tem 18 anos, faz psicologia, mas se se tornasse um jornalista eu ficaria orgulhoso, como estou orgulhoso dele seguir na psicologia. Tenho uma filha de 15, um filho de 12 e o mais novinho agora de 2 aninhos, que é do meu atual, eterno e último casamento. Porque a minha esposa é simplesmente uma pessoa fantástica, que tá sempre ao meu lado. Se eu tô aqui hoje, eu devo a ela, porque se não eu teria parado a muito tempo.
NaTelinha - Por quê?
Joel Datena - Exatamente por me desprender das coisas. Não sou ligado a algumas situações e todo mundo no decorrer de uma carreira tem seus altos e baixos. Às vezes, num momento de baixa que eu já passei, falei: "ah, não vai dar, vou seguir outro caminho". Ela falava: "Não. Você tem talento. Você tem que continuar. Vai dar certo". E aí? Ta aí o resultado. Então isso eu agradeço a ela. Existe aquela frase né? Ao lado de um grande homem, existe uma grande mulher. E vice-versa. Eu acho que a gente tem que tratar do inverso também: ao lado de uma grande mulher, tem que ter um grande homem. À união dos dois é muito importante, às vezes um tá mais fraco, o outro tá mais forte e aí vai complementando o outro, trocando energia, pra você seguir.
NaTelinha - E a história da Xuxa?
Nota da redação: Em setembro de 2017, Xuxa Meneghel criticou o apresentador Joel Datena, ao assistir o "Brasil Urgente" e discordar da opinião dele sobre o caso envolvendo uma criança de 10 anos, que dirigiu o carro da mãe, vice-prefeita da cidade de Mamanguape, na Paraíba, e filmou a brincadeira. Joel disse que puniria fisicamente o garoto se fosse seu filho. Xuxa postou uma foto e discordou do posicionamento, afirmando que criança não se corrige fisicamente. Joel se apresentou, agradeceu a audiência e a respondeu explicando sua visão do assunto. O pai, José Luiz Datena, entrou no meio e fez um vídeo no Instagram que causou polêmica, onde ele se referia a Xuxa como "imbecil". Joel Datena - Encarei com naturalidade. Às vezes ela não encarou, mas... É uma estrela, pessoa de muita importância, que eu inclusive cresci vendo vídeos dela, gostava muito do trabalho dela, respeito o trabalho dela, não tenho nem como não respeitar, ela atrai milhares de fãs, inclusive ela tava me assistindo, agradeci pela audiência na minha resposta, só que eu acho que ela interpretou mal, como acontece no dia a dia. Ou ela interpretou mal, ou eu que não me fiz muito claro na minha explicação, mas eu dizer que eu tenho que corrigir meu filho e dar uma palmada nele, é diferente de eu incentivar o espancamento de uma criança. Muito diferente. Mas bem distante disso. Tanto que os próprios comentários, tanto das redes sociais dela quanto na minha rede social, falo nas redes sociais porque ela tem várias e eu tenho apenas uma [Instagram], as pessoas endossaram... Isso que eu tô dizendo agora. A condição de criação de hoje... tá muito solto. Cara, cê vê moleque de 18, 19, 20 anos sem maturidade nenhuma pra seguir no mundo competitivo de hoje. Será que tem a ver com falta de orientação? Será que os costumes antigos não eram os corretos? Aquela correção que você faz pro seu filho, se for preciso dar uma palmada, que dê uma palmada quando ele tenha aí seus 10, 11 anos de idade, e teve uma conduta não condizente com o real, com o legal, você não pode evitar muita coisa no futuro? Na minha opinião pode. E isso é muito diferente de espancar uma criança. Tanto que a gente bate nisso, dia a dia, no "Brasil Urgente", em pessoas que fazem isso, que espancam criança, que torturam criança... Hoje mesmo, tem um caso de Brasília, que a gente vai descer a madeira: adultos batendo em criança. Mas batendo mesmo. Muito diferente de uma conversa séria com seu filho, sua filha, sabe? Se a conversa ficar limitada, se a conversa resolver o problema, naquela olhar penetrante, naquele olhar forte, aquela voz num tom mais alto que o do seu filho, se resolver aí, legal. Mas se não resolver e for preciso dar uma palmada, eu tenho o direito de fazer isso com o meu filho. Eu não quero que ele apanhe na rua, eu não vou querer que ele apanhe na rua. Agora, a criação de um filho de classe média baixa, é muito diferente da criação de uma criança rica, que ela é cercada de muita coisa. Então às vezes, essas pessoas que criticam - que são poucas – não conhecem a realidade do dia a dia, de como é viver numa comunidade, como é viver num bairro de classe baixa, onde você tem as crianças com contato com muitas coisas ruins e que precisam de orientação. NaTelinha - Joel, você é uma pessoa que tem medo? Ou você encara seus medos? Joel Datena - Uai, medo todo mundo tem (risos). Eu penso muito no futuro né? Eu quero criar meus filhos... Acho que depois que eu conseguir criar todos os meus filhos, esses medos vão diminuir. Acho que o principal medo de um pai hoje em dia é esse: você não ter condição de criar bem uma família. Passado isso aí, meus filhos estiverem encaminhados, minha esposa tiver uma base boa, meus medos vão diminuir bastante. NaTelinha - Brasil 2019. E aí? Joel Datena - Tô muito esperançoso. Acho que o Brasil vai ter uma nova realidade, bem diferente do que a gente viveu. Percebo isso no dia a dia, quando eu converso com as pessoas, principalmente nos empresários. Os empresários estão animados, muita gente querendo investir, acreditando em mudança... E essa mudança tem que vir, não tem que ficar só no papel não. E eu acho que virá. NaTelinha - Você acha que as eleições passaram do ponto em algum momento? Joel Datena - Sempre, toda eleição, não é só essa. Há pessoas que passam do limite, com críticas mais grosseiras, exaltadas, dando uns maus exemplos, mas isso não é legal. Faz parte da eleição, e espero que essa realidade comece a mudar um pouco. NaTelinha - Você tem algum desejo na televisão? Joel Datena - Tenho. Continuar do jeito que eu tô. NaTelinha - Jura? Joel Datena - É. Acho que eu tô muito feliz. Vivendo, te diria, a melhor fase da minha vida, numa emissora que resolveu me dar a oportunidade na hora certa, na hora que eu tava sabe, desistindo de muita coisa, e eu sou eternamente grato a essa emissora, sou eternamente grato a Band, eternamente grato ao meu pai, que é um profissional diferenciadíssimo, um cara que veste a camisa, um cara de aprende todos os dias... Às vezes eu vejo ele fazendo um trabalho e logo penso: "puxa vida, como eu sou ruim e como ele é bom". NaTelinha - Rock ou sertanejo? Joel Datena - Sertanejo. NaTelinha - Tem algum preferido? Joel Datena - Matogrosso e Mathias! NaTelinha - Matogrosso e Mathias? Então você é do modão, do mais antigo. Joel Datena - Com certeza. Mato Grosso e Mathias pra trás ali, falando em tempo. NaTelinha - Você viu os filmes do Mazzaropi por exemplo? Joel Datena - Assisto todas às quartas-feiras! Todas! Na TV Brasil. 23h45 eu ligo lá pra assistir o Mazzaropi. Às vezes vem um repetido, às vezes não é, mas assisto novamente. Hoje é sexta-feira, quarta-feira passada eu assisti. É o tipo de filme que eu mais gosto... Mas como você sabe? NaTelinha - Eu não sei, eu não tive essa informação. Eu fui na minha intuição (risos) Joel Datena - O que me fascina no Mazzaropi é a forma comum de comunicação. Um cara com uma câmera branco e preto - antes né, depois passou pra colorido - uma câmera branco e preto, fazendo comunicação que atraía as pessoas e atrai até hoje. Acho que quem nunca asssitiu um vídeo do Mazzaropi e assistir vai se surpreender. O enredo, a trama, a conversa dele, as músicas... Mazzaropi é um gênio. E eu vou te falar: essa simplicidade tá se perdendo hoje em dia na televisão. Eu acho que tá muito tecnológico. Às vezes o sujeito quer pular muito os degraus e chegar de um jeito high-tech na televisão. e a comunicação, na minha opinião, ela tem que ser simples. Estilo Mazzaropi. NaTelinha - Você já realizou um grande sonho? Joel Datena - Estar aqui é um grande sonho. Tá na Band hoje, em rede nacional, é um grande sonho realizado. Eu te digo, cara, se eu bater com as botas hoje, eu acho que eu iria feliz. Porque eu já consegui algumas coisas que eu nunca acreditei conseguir. NaTelinha - Tem alguma coisa sobre você que ninguém sabe? Joel Datena - Eu acho que esses hábitos que eu te disse... De querer pegar o enxadão, às vezes... Querer capinar uma área... Fazer um serviço de construção, ajudando o pedreiro, Eu tô te falando isso e muita gente vai ler e achar que é mentira. Eu nem gosto muito de falar por que tanto faz a pessoa me criticar por isso ou não. Mas é uma coisa que eu gosto de fazer. Eu gosto de serviço braçal, ele descansa a mente. NaTelinha - Você tem time de futebol? Joel Datena - Tenho. Mas que time chulezento! É o São Paulo, velho. Eu só não troco de time porque fica feio virar a casaca. Mas eu admiro o Corinthians pra caramba. Sou são-paulino, mas admiro o Cortinhians por causa da vibração da torcida. Aproveitando que você entrou no assunto futebol. O que me deixa triste, chateado no futebol é o fato do torcedor, poucos torcedores, exigirem que as outras pessoas torçam para o time dele. O cara não aceita sujeito torcer pro outro time. Por isso que tem briga. Já pensou se todo mundo torcesse para um time só? Não ia ter briga, mas ia ser sem graça pra caramba. 11 jogadores correndo pra um lado, depois voltando os 11. E o cara é tão ignorante, o cara que briga no estádio, que ele acha que o outro tem que pensar do jeito dele: "ah, eu torço pro Corinthians, mas o sujeito que torce pro palmeiras é um imbecil, é um maluco". Poxa, não é assim. É igual religião, mesma coisa. Religião, cada um tem a sua. E cada um encontra Deus - quem acredita em Deus - do jeito que achar melhor. Às vezes o cara encontra como crente, às vezes se encontra como católico, como espírita, nas religiões africanas... Qual é a melhor religião? Você tem essa resposta? É aquela que te faz deixar de ir nas outras. Você foi naquela religião, você não vai em outra depois daquela, é porque você se encontrou ali, te faz bem. Eu acho que o mundo, ele é muito simples, a vida é muito simples e a gente complica demais. Nós complicamos. Poxa, o cara é evangélico, o sujeito é crente, protestante, o outro segue o candomblé, o outro o catolicismo... Vamos conversar de religião numa boa. Você já viu alguém fazer isso? O pau que dá? Pra que dar um pau desse? É isso. Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Que dupla! Vem aí Temporada quente Bola rolando No JH Polêmica No passado CAT BBB Baixa Adeus Primeiro filho Big Show Acidente Tá perdoado No Mais Você Começou! Perda do pai Vem aí Exclusivo Casa nova
*COLABOROU: LAÍS LUBRANI