Publicado em 02/10/2023 às 19:20:00
Em São Paulo, no domingo (1º de outubro), uma médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ipiranga, localizado na zona sul da cidade, foi detida por policiais militares sob a acusação de desacato. A prisão ocorreu após ela se recusar a fornecer informações sobre o estado de saúde de um colega que estava internado na unidade.
Segundo testemunhas entrevistadas pela TV Globo, uma equipe da Polícia Militar foi até o hospital para obter informações sobre o policial aposentado que havia sido admitido na UTI. Eles solicitaram o boletim médico, mas a médica se negou a fornecer as informações, alegando que era fora do horário de visitas e que o procedimento do hospital exigia que o boletim fosse entregue apenas aos familiares.
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Como resultado, os policiais prenderam a médica dentro da UTI e a conduziram ao 17º Distrito Policial. A médica declarou em uma entrevista à emissora que foi algemada e retirada da UTI, deixando os pacientes sozinhos por algum tempo, enquanto estava sob custódia.
De acordo com o boletim de ocorrência divulgado pelos policiais, a acusação de desacato se deve ao fato de a médica supostamente ter atirado um documento no rosto de um tenente da PM.
O Hospital Ipiranga lamentou o incidente e anunciou que oferecerá apoio integral à médica envolvida no caso. A instituição explicou que, de acordo com a legislação, as informações médicas só podem ser compartilhadas com familiares, responsáveis legais ou mediante ordem judicial.
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O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) destacou a importância dos médicos seguirem seus deveres éticos, incluindo o sigilo e a confidencialidade, conforme estabelecido pelo Código de Ética Médica. O Cremesp também declarou que apoiará a médica, que agiu de acordo com suas prerrogativas éticas e não deve ser coagida a violar o decoro profissional.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que está investigando a conduta dos policiais envolvidos no incidente e repudiou veementemente o ocorrido, enfatizando que os fatos relatados não estão em conformidade com os valores e o treinamento da instituição policial.
Até o momento, a Secretaria da Saúde do estado não respondeu às solicitações da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações e esclarecimentos.
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