Publicado em 19/04/2024 às 20:45:00
No ano de 2023, o Brasil alcançou um marco significativo em sua luta contra a pobreza extrema. De acordo com dados do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), o país atingiu o menor nível de extrema pobreza já registrado.
Em 2022, 9,6% da população brasileira (equivalente a 19,5 milhões de pessoas) vivia abaixo da linha de miséria. No entanto, em 2023, essa taxa caiu para 8,3% (16,9 milhões de pessoas). Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A série histórica do IBGE tem início em 2012, mas os primeiros registros sobre o tema datam de 1976. Segundo Marcelo Neri, diretor do FGV Social, é improvável que a miséria fosse menor no país antes desse período. "Se retroagirmos até 1976, essa é a menor taxa de pobreza da história", afirma Neri.
Os cálculos da FGV consideram como extremamente pobres aqueles que ganham menos de R$ 303 de renda per capita (por pessoa) em uma família. Entre 2022 e 2023, 2,6 milhões de brasileiros deixaram essa condição de extrema pobreza.
Um dos principais fatores para essa melhoria foi o aumento da renda média domiciliar per capita do brasileiro, que chegou a R$ 1.848 por mês em 2023. Esse é o maior valor já registrado na série histórica. Contribuíram para esse avanço a expansão do Bolsa Família e o aquecimento do mercado de trabalho, que resultou em salários mais altos e mais empregos.
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O Bolsa Família, benefício social do governo, alcançou 19% dos domicílios do país em 2023, o maior percentual da série histórica. Atualmente, ele representa 5,2% da composição da renda média domiciliar. Além disso, o trabalho é responsável por 74,2% do valor total da renda, enquanto aposentadorias e pensões respondem por 17,5%.
É importante destacar que todas as classes de renda experimentaram um aumento expressivo, mas o maior avanço ocorreu entre os 5% mais pobres da população, que são os principais beneficiários do Bolsa Família. Esse programa registrou um crescimento de 60% entre 2022 e 2023, contribuindo significativamente para a redução da extrema pobreza no Brasil.
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