Publicado em 27/01/2024 às 12:29:31,
atualizado em 27/01/2024 às 14:36:07
A cidade de Santos recebeu apoio da União para a execução do projeto-piloto Parque Palafitas, um plano de urbanização inédito no Brasil.
A oficialização da cessão da área no Dique Vila Gilda foi oficializada no dia 23 de janeiro entre a Prefeitura de Santos e a Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
O termo de cessão foi assinado pelo prefeito Rogério Santos e pelo superintendente da SPU em São Paulo, Celso Santos Carvalho, no Paço Municipal.
O prefeito agradeceu o Governo Federal pelo empenho no projeto, que já conta com licença ambiental e segue avançando.
“Hoje é a formalização final desse processo junto ao Governo Federal. Agora é buscar financiamento e essa parceria será com o Governo do Estado, que fará os repasses para construir esses módulos e começar a construir o sonho de muita gente”.
O superintendente da SPU em São Paulo ressaltou que a parceria está em consonância com as metas governamentais, que englobam a solução habitacional também para periferias. Agora, com a parceria em Santos, a proposta segue em frente.
“O presidente Lula colocou, no começo do Governo, sua preocupação com a questão das palafitas e deu uma ordem para o Ministério das Cidades e para a SPU que a gente trabalhasse na solução habitacional para as periferias. A SPU toma conta dos terrenos da União, mas não pode fazer essa gestão. Por isso, é importante ter parceria com os municípios. E, em Santos, a gente consegue as condições ideais para parcerias”.
A iniciativa, considerada inédita no país, busca redefinir a urbanização do Dique da Vila Gilda, em Santos, proporcionando moradias dignas, sustentáveis e integradas ao ambiente local.
O projeto-piloto prevê a construção de 60 casas que contarão com saneamento básico, promovendo não apenas o bem-estar dos moradores, mas também contribuindo para a recuperação ambiental da área.
O plano ainda inclui a substituição das tradicionais palafitas por estruturas pré-fabricadas, além da construção de edificações em áreas secas próximas ao dique. O projeto foi iniciado em 2018 pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner.
“Esse tipo de construção ainda não foi feita em nosso País. Existem exemplos, mas em outros países. Usamos a mesma metodologia de construção de um terminal portuário, que é justamente o estaqueamento, com laje. Sabendo que o solo é difícil, mas é algo feito na área portuária que será adaptada para a habitacional. Usaremos uma metodologia construtiva mais simples e rápida que é de casas pré-fabricadas. Será um bairro realmente estruturado”, enfatizou o prefeito.
As moradias serão construídas sob pilares de concreto, com piso e paredes de painéis de madeira laminada. O objetivo é preservar a comunidade, removendo apenas as habitações mais vulneráveis próximas à água, permitindo assim a regeneração do mangue e a criação de espaços de lazer, denominados "respiros".
Por fim, o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Glaucus Farinello, ressaltou a importância do projeto para a população santista.
“Santos é uma cidade que tem escassez de terrenos. O foco é tentar fixar o máximo possível de pessoas na localidade. E, nessa reorganização do território, alguns locais vão ser destinados para as áreas verdes e também para a recuperação do mangue”.
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