Publicado em 02/06/2023 às 00:03:00
Lula (PT) afirmou categoricamente em entrevista no Alvorada que não quer o PP em seu governo como base aliada. Tudo jogo de cena, no entanto. O presidente está muito interessado em ter o partido como parte de seu bloco no Congresso e já cogita uma minirreforma ministerial para ceder à volúpia de Arthur Lira.
Após a aprovação da MP que reestruturou os ministérios do novo governo, o presidente percebeu a fidelidade do partido de Lira e a obediência que os parlamentares tiveram ao chefe da Câmara. Ele garantiu que não irá ceder e que o PP seguirá na oposição, mas é tudo jogo de cena. Nos bastidores fala-se que, após um ou dois meses, quando a poeira baixar, o partido ganhará pelo menos dois ministérios e cargos de baixo escalão para seguir obediente.
Foi a contrapartida para se viabilizar no Congresso. Lira está louco para entrar com os dois pés no governo, principalmente depois que perdeu poder de negociação ao ver o presidente falar diretamente com deputados. Ele sabe que precisa recuperar espaço antes que seja rifado e, ser amigo de Lula hoje, é bem melhor que ser inimigo. Ao menos é o que se corre nos corredores do poder.
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Marcos do Val (Podemos) vem dando uma sucessão de vexames. O senador bolsonarista entrou em 2023 prometendo que iria renunciar ao cargo após uma denúncia esquisita de que Bolsonaro queria dar um golpe, mas o objetivo era atingir o ministro do STF Alexandre de Moraes. O tempo passou e ele fingiu que não foi com ele.
Pouco depois, o parlamentar voltou a passar vergonha ao jurar de pé junto que é membro da SWAT. Na verdade ele fez um curso que qualquer cidadão pode fazer e que, obviamente, não o torna membro do grupo. Agora, ganhou o terno apelido de "manja rola", após insistir em perseguir Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça. Em Brasília, o senador virou chacota e essa fixação por Dino causa desconfiança.
Sérgio Moro (União Brasil) promete participar ativamente da sabatina de Cristiano Zanin para o STF. Como senador, ele tem todo o direito de entrevistar o candidato indicado pelo presidente Lula. Nos corredores fala-se que o parlamentar garante que irá trucidar o jurista porque quer envergonhá-lo publicamente.
Acontece que o discurso do ex-juiz da Lava Jato não tem sido bem aceito nas salas do Senado. Muita gente já está lembrando que foi o advogado quem conseguiu derrotá-lo e fazer com que Lula fosse inocentado das acusações, justamente por encontrar provas de suspeição do magistrado. A batalha promete ser das mais interessantes.
Enquanto o PT tenta se colocar como o principal partido do país graças a Lula e Jair Bolsonaro (PL) procura se defender para não acabar inelegível, o PSDB tenta comer pelas beiradas. A legenda já está se organizando para voltar a crescer nas eleições 2024 e recuperar parte do protagonismo perdido.
A aliados, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul e presidente da sigla, vem informando que está prestes a fazer convites a muitos políticos pelo Brasil porque quer o PSDB sendo um dos principais partidos a ganhar prefeituras, seja em cidades pequenas ou em municípios maiores. A regra é vencer.
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