Publicado em 01/06/2023 às 13:51:00, atualizado em 01/06/2023 às 15:51:05
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O Canal Viva criou um grupo especializado para analisar criteriosamente os capítulos das novelas e séries que exibe em sua programação. No ar desde 2010, a emissora sempre exibiu as atrações originais da Globo na íntegra. O objetivo, agora, é censurar aquilo que for “politicamente incorreto” aos olhos de hoje.
O NaTelinha apurou que, dessa forma, praticamente nenhuma reprise do Viva trará o conteúdo original na íntegra. Os cortes já aconteciam excepcionalmente – e causavam polêmica, como o veto a uma sequência de black face em Malhação, em maio –, mas agora serão mais frequentes.
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Após a publicação da matéria, Erick Bretas, diretor do Globoplay, negou a informação em suas redes sociais. A reportagem entrou em contato com a assessoria do Viva, mas não obteve retorno. O NaTelinha mantém a nota publicada.
A medida vem sendo chamada internamente de “edição reparatória” e busca não exibir trechos ofensivos das obras, como racismo e homofobia. Tanto o Viva quanto o Globoplay já apontam, antes de cada capítulo: “Esta obra reproduz comportamentos e costumes da época em que foi realizada”.
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O anúncio passou a ser veiculado após a reprise de Da Cor do Pecado (2004), transmitida no canal em 2021. Na trama, a protagonista Preta (Taís Araujo) é vítima do racismo praticado pela vilã Bárbara (Giovanna Antonelli). Também eram recorrentes as cenas de homofobia contra Abelardo (Caio Blat).
Atualmente, o Viva exibe Senhora do Destino (2004), que traz falas polêmicas da vilã Nazaré (Renata Sorrah), incluindo comentários homofóbicos. Também estão em cartaz A Sucessora (1978), Bambolê (1988), Força de um Desejo (1999) e Coração de Estudante (2002), além de Malhação e novelas e séries estrangeiras.
O Viva, por meio de seu perfil no Twitter em 1º de maio, anunciou que algumas cenas de Malhação 1998 seriam cortadas ao longo daquela semana. A notícia causou polêmica dividiu opiniões entre os internautas. O diretor de conteúdo do Grupo Globo, Erick Bretas, se pronunciou acerca dos cortes.
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“Os episódios em questão mostram o plot de uma banda de rastafaris que deveria se apresentar em um concurso de bandas. A ausência da banda leva um grupo de meninos brancos a se pintarem de preto e se apresentarem no lugar da banda ausente”, iniciou Bretas.
Ele explicou: “Um caso de black face. Em 1998 isso poderia ser tolerado. A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas”. Segundo o profissional, isso não se desenrola rapidamente na história. Na sequência de postagens, justificou a medida:
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"Preservar a memória da nossa teledramaturgia sempre foi um compromisso do Viva e não há como negar o empenho do canal em resgatar clássicos da nossa história. Mas essa missão tem que se equilibrar com os valores da sociedade contemporânea. Respeitamos quem pensa diferente, mas nesse caso prevaleceu o entendimento de respeitar a sensibilidade da audiência de 2023.”
Erick Bretas
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