Publicado em 27/12/2022 às 04:15:00,
atualizado em 27/12/2022 às 10:45:40
No começo de 2023, a Globo vai lançar o que vem sendo chamada de a primeira novela gospel de sua dramaturgia, Vai na Fé, assinada por Rosane Svartman. Para muita gente, a trama nasce com um problema e um risco: afugentar o público não evangélico. Mas a cúpula do canal não tem nenhuma preocupação com o assunto porque a produção não é tratada como uma novela para evangélicos, mas uma novela de evangélicos.
Segundo apurou o NaTelinha, a direção de dramaturgia da Globo, capitaneada por José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington, está empolgada com Vai na Fé. Nos corredores fala-se que a expectativa é de interromper a queda de audiência que Cara e Coragem impôs para a faixa das 19h e existe quem defende a possibilidade da trama recolocar o horário nos trilhos em termos de Ibope e repercussão.
A reportagem conversou com produtores da história protagonizada por Sheron Menezzes e todos mantêm a mesma opinião. Vai na Fé não causará estranheza no público médio da Globo porque não é feita sob encomenda para o telespectador evangélico. Embora a emissora não afaste a pecha de se tratar de sua primeira novela gospel, os roteiros não tratam apenas dos dilemas espirituais ou de realismo fantástico alinhado à fé. Não haverá milagres, homens andando sobre as águas ou algo assim.
Quem já leu os roteiros dos capítulos garante que trata-se de um novelão. Os conflitos, tanto da protagonista quanto de núcleos paralelos, reúnem tudo que um folhetim costuma ter. Além do costumeiro bom humor e leveza de temas do horário, também haverá espaço para muito dramalhão e o NaTelinha recebeu até recomendação ao assistir: um lencinho porque haverá muitas sequências emocionantes.
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A mocinha da trama é evangélica e haverá um núcleo inteiro dentro da igreja. Os dilemas de uma pessoa cristã no Brasil moderno fará parte da história, como confirmou à reportagem quem está trabalhando no dia a dia de Vai na Fé. Enquanto fracassa como vendedora de quentinhas, a personagem faz sucesso como cantora na igreja e acaba convidada para fazer parte das vocalistas de um cantor pop em decadência.
Sol, este é o nome da personagem, aceita a proposta com a certeza de que não corre o risco de se desviar da fé e de ajudar a família. Mas nem todos dentro da igreja vão concordar e mesmo a mãe terá medo do que pode acontecer. Até porque, mesmo casada, a personagem terá que lidar com a química entre ela e o cantor, vivido por José Loreto.
Os funcionários do departamento de dramaturgia que leram os roteiros concordaram com Villamarim. A primeira novela gospel da Globo tem tudo para ser sucesso porque não vai cometer o que a direção do canal considera dois equívocos: nem zomba dos evangélicos, nem ignora a forma como o resto das pessoas enxergam os cristãos.
Mesmo assim, os diretores concordam que é um desafio retratar o novo evangélico brasileiro sem cometer deslizes, por isso uma extensa pesquisa vem sendo feita. Nos bastidores fala-se que o canal sabe que não pode errar. O mundo gospel já vem tendo resistência com a Globo, tanto que até artistas se recusaram a gravar na trilha sonora, por isso um erro de abordagem pode afastar ainda mais este tipo de público das novelas.
O NaTelinha ouviu de funcionários da dramaturgia que Villamarim fez questão de ler os primeiros 30 capítulos e todos os roteiros são entregues a especialistas do mundo evangélico. Diante de tantos cuidados, a expectativa é de um sucesso retumbante.
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