“Eu e Marcílio conversávamos sobre isso. Algumas criações eram minhas e depois foram aprovadas pela direção e por ele. Sempre tivemos muita cordialidade e apoio um com o outro. Foi uma construção muito boa.”
Publicado em 20/10/2022 às 04:41:00,
atualizado em 20/10/2022 às 09:51:00
Outubro é um mês de datas comemorativas para Nuno Leal Maia. O ator, que completou 75 anos na última segunda-feira (17), também celebra os 35 de estreia de um de seus maiores sucessos na TV: a novela Mandala (1987), na qual que deu vida ao bicheiro Tony Carrado. Em entrevista ao NaTelinha, o veterano lembra esse trabalho e fala dos projetos longe da televisão.
“Era um assédio total na época. Não havia celular, mas eu tinha que desligar o telefone de casa. Eram ligações o tempo inteiro. Eu não tinha sossego e precisava decorar o texto. Foram momentos difíceis para segurar a onda, mas valeu a pena, porque foi um trabalho que deu muito certo”, recorda Nuno Leal Maia.
Há 35 anos, o ator transformou Tony Carrado em um tipo muito popular. Bordões, gírias e um estilo extravagante foram construídos com a equipe. “Havia muitos improvisos. Os diretores davam liberdade, eram flexíveis”, conta. A expressão “melzinho na chupeta” veio de Marcílio Moraes, que escrevia a novela criada por Dias Gomes (1922-1999).
“Eu e Marcílio conversávamos sobre isso. Algumas criações eram minhas e depois foram aprovadas pela direção e por ele. Sempre tivemos muita cordialidade e apoio um com o outro. Foi uma construção muito boa.”
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Durante toda a trama, Tony tenta conquistar Jocasta, a protagonista vivida por Vera Fischer. Na novela, os atores repetiram uma parceria que vinha do cinema. “Quando atuamos juntos no primeiro filme, ela já era ‘a Vera Fischer’. Sempre fomos muito amigos. Frequentei a casa dela, fui convidado a algumas festas.”
O apelido dado por Tony a Jocasta, “minha deusa”, já estava presente no roteiro e fazia referência à música O Amor e o Poder, hit da cantora Rosana que embalou as cenas da personagem principal. Já o tema do bicheiro era Eu Já Tirei a sua Roupa, outro sucesso da época na voz de Wando.
“Essas músicas ajudaram muito no sucesso da novela, principalmente a ‘Como uma Deusa’, da Rosana, que foi o carro-chefe da trilha sonora. Até hoje, quando começa a tocar, as pessoas se lembram imediatamente da novela.”
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Mandala fez grande sucesso, mas nunca foi reprisada na Globo nem no canal Viva. “A Globo nunca fez muita questão de divulgar essa novela, talvez pelo relacionamento entre mãe e filho”, aponta Nuno Leal Maia, referindo-se ao casal formado por Jocasta e Édipo (Felipe Camargo), uma referência à tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles.
No final da história, Tony Carrado, que já havia conquistado o público, fisga também o coração de Jocasta. Foi a coroação de um dos personagens mais lembrados da carreira do ator. “Tem coisas que não entendo na televisão. As emissoras vivem do Ibope, de fazer sucessos. Mandala foi um sucesso e eles não reprisam”, estranha.
“Poderia ser até um problema da Globo comigo (risos), mas não, porque tem muita gente envolvida, vários atores bacanas. Deve ter sido mesmo por esse incesto entre mãe e filho. Apesar disso, Mandala era um sucesso total. Não houve reação nenhuma do público, todo mundo gostava muito da história. Nunca ouvi críticas nesse sentido.”
Nuno Leal Maia
O trabalho marcou o auge da carreira de Nuno na TV. Atualmente, ele ainda é abordado por fãs do bicheiro e também do professor Fábio de A Gata Comeu (1985) e do surfista Gaspar de Top Model (1989). “Desses, Tony Carrado acabou sendo o mais privilegiado, porque era horário nobre, novela das oito. Todo mundo assistiu”, difere o artista.
Nuno Leal Maia deu as caras na última segunda-feira, dia de seu aniversário, em uma foto com a esposa Monica Camillo, de 45 anos. Ele dá dicas para manter a boa-forma e seguir ativo aos 75: “Comer razoavelmente bem, de forma saudável, dormir bem, controlar a ansiedade, fazer exercícios regularmente, sem exageros. Também não gosto de álcool, não sou adepto a bebidas”.
Longe das novelas desde Amor Eterno Amor (2012), seguida de uma participação em Malhação (2013), Nuno garante não sentir falta da rotina na TV. “Tenho saudade das que eu fiz, mas não de fazer novela. Nem sei como é agora, porque faz tempo que não faço nenhuma.”
Mais recentemente, esteve em séries infantis: duas temporadas de Juacas, entre 2017 e 2019, no Disney Channel, e ainda uma participação em Bugados (2021), do Gloob. “Tenho feito coisas legais para a televisão, mas continuo gostando mais de cinema. É uma coisa mais gostosa de fazer”, diz o ator, que, por outro lado, não descarta um retorno aos folhetins:
“Depende de que novela. Só se fosse uma coisa muito bacana, um personagem interessante, que valesse a pena eu me esforçar para representá-lo para o público. Não descarto nada na minha vida. Estando com saúde, pode se apresentar [o convite] que eu vou estudar, com carinho.”
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A carreira no cinema segue ativa com projetos de baixo orçamento. Ele está presente em dois longas que serão lançados em breve: um sobre o jurista e poeta Vicente de Carvalho (1866-1924), dirigido por Chico de Paula; e La Mamma,, filmado em Pirenópolis e Corumbá de Goiás por Carina Bini, com uma história que ressignifica a velhice.
“Tem sido muito difícil conseguir apoio, então fica difícil de realizar coisas boas. Com tanta gente fazendo uma porção de palhaçada, de porcaria, poucos acreditam no nosso trabalho. Enquanto isso, vamos fazendo projetos mais baratos.”
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