Na novela Pantanal, Érica (Marcela Fetter) sofreu um aborto espontâneo e perdeu o filho de José Lucas (Irandhir Santos). A personagem chegou a mentir para o noivo, a fim de não assumir que o filho já não estava mais vivo, o que vai gerar uma guerra entre eles. Mas não é só na ficção que a perda de um feto acontece, na vida real, o problema é bastante frequente. De acordo com dados publicados na revista médica The Lancet, a cada ano cerca de 23 milhões de mulheres sofrem abortos espontâneos em todo o mundo. Mas o que causa o problema?
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o ginecologista Claudio Crispi Júnior, que integra a equipe do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ), explica que abortamento, por definição, é qualquer perda de gravidez inicial, antes de vinte semanas de gestação ou quando o feto ou o embrião tem menos de 500 g. A principal causa é genética, responsável por mais de 90% dos casos.
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“O aborto espontâneo por causas genéticas ocorre quando há uma alteração na formação do DNA do embrião, o que provoca uma síndrome ou alterações que impedem que a gravidez progrida. O principal fator de risco é a idade avançada, uma vez que quanto maior a idade da mãe, maior o risco de síndromes genéticas, mas mulheres jovens também podem sofrer essa interrupção da gravidez”, diz ele.
O especialista afirma que não existem medicações ou tratamentos que possam prevenir o problema. Crispi Junior esclarece que por ser muito comum, quando ocorre de forma isolada, o abortamento espontâneo não necessita de investigação. Contudo, nos casos em que há os chamados abortamentos de repetição, quando a mulher tem três ou mais abortos espontâneos consecutivos, é recomendável buscar as causas.
“Estes casos podem ser decorrência de alterações hematológicas, como as síndromes do anticorpo antifosfolipídeo, que provocam coagulação do sangue e trombose. A mulher pode ter uma história de trombose ou ter sofrido um evento tromboembólico, o que deve ser investigado. Há ainda as causas uterinas, como o útero malformado, com alterações na sua estrutura anatômica, fazendo com que o espaço físico dentro do útero seja inadequado para levar a gestação adiante Os grandes miomas também podem impedir o desenvolvimento da gestação”.
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Como Érica em Pantanal, como reconhecer um aborto?
Na novela, a jornalista contou que o aborto aconteceu de forma espontânea, exatamente como ocorre em geral no mundo real. O principal sintoma de um abortamento espontâneo é o sangramento durante o primeiro trimestre da gravidez.
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“Muitas vezes, a paciente nem sabe que estava grávida quando apresenta o sangramento, que pode ou não estar associado à cólica. Há abortamentos que são assintomáticos. A paciente pode não sentir nada de diferente e só descobrir a interrupção da gravidez ao fazer uma ultrassonografia de rotina."
Crispi Júnior
O médico explica que na maioria dos casos de aborto espontâneo, ocorre o abortamento completo e o próprio organismo elimina o embrião.
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“Quando o abortamento é incompleto, pode haver necessidade de intervenção médica para evitar riscos de anemia e até infecções. Pode ocorrer ainda o abortamento retido, quando tudo o fruto da gravidez fica dentro do útero. Nestes casos, é preciso fazer um tratamento específico que vai variar de acordo com o período em que a gravidez foi interrompida”, finaliza.
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