Publicado em 25/08/2020 às 15:07:00
Mulheres Apaixonadas está de volta no Canal Viva e uma das personagens que mais marcou o folhetim foi Dóris, interpretada por Regiane Alves, que ficou conhecida por maltratar os avós. Marcos Caruso, que deu vida ao pai da jovem malvada, relembrou uma das cenas mais comentadas, quando ele surra a filha com uma cinta.
“Nós gravamos a cena do cinto de uma vez só. Eu pegava, botava ela na cama, e foram 12 cintadas. Só que o cinto que foi usado era cenográfico, de feltro, como se fosse isso, para não machucar a atriz, obviamente”, comentou em live com Teresa Cristina.
“Fomos para casa e, na noite da gravação, recebi uma ligação do Ricardo Waddington, que era o diretor da novela, que disse: ‘Caruso, nós vamos ter que regravar a cena’. Eu disse: ‘Não, pelo amor de Deus’. Não tem jeito, ficou falso. Cada vez que levantava o cinto, o cinto fazia assim (torto), ficava mole, então não dava a verossimilhança. Vamos ter que fazer de novo com cinto de verdade, de couro", explicou.
Marcos relatou que todos foram para o estúdio no dia seguinte para regravar e um erro de marcação acabou machucando a atriz. “Colocaram a Regiane em uma posição que cinto não pegasse nela, obviamente, e foram 12 cintadas. Que 11 não pegaram nela, mas a 12ª… foi. Ficou uma marca vermelha, que acho que a Regiane tem até hoje essa marca. Foi um horror. Foi a última cintada, ela deu um grito. Tá no ar isso!”, disse o ator.
“Acabou a cena, nós nos abraçamos. A Regiane chorava, mas chorava de dor, e eu chorava pela dor dela e por ter dado uma cintada nela sem querer, mas dei. Fazer o quê? Então, a cena que vocês vão ver é com cinto de verdade”, revelou. “Até hoje peço desculpas, estou há 17 anos pedindo desculpas pra Regiane pela cintada que eu dei”, brincou.
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Marcos Caruso elogiou Manoel Carlos por ter escrito a cena. “Ele escreveu de uma maneira que o público pedia a surra, pedia o tapa. O público falava: ‘Pelo amor de Deus, dá um corretivo nessa menina. Dá um corretivo na Dóris, ela não pode agredir os avós, como agredia o pai e a mãe’. Ele é um grande construtor de personagens”, opinou.
O ator revelou que o personagem foi construído para ser um homem passivo, tanto como pai quanto como marido. “Não tomava atitude. A mulher mandava nele, a filha mandava nele, a vida mandava nele. Era um contador meio desempregado, vivia às custas da mulher também. E aí você pensa: 'Esse homem não vai reagir'. Mas ele é tomado pelo brio mesmo de que os pais estão sendo maltratados pela própria filha”, continuou.
“E o interessante é que as pessoas até hoje falam: 'Aquela novela que você dava a surra na menina'. Não eu não dei surra na menina a novela inteira, porque parece que eu dava surra em todos os capítulos. Foi um capítulo só, aquele mais esperado. Aí, obviamente, foi uma catarse, as pessoas se sentiram vingadas através do Carlão”, completou.
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