Publicado em 29/09/2017 às 14:05:31
Em “A Força do Querer”, Bibi (Juliana Paes) era uma estudante de Direito que sonhava em tornar-se advogada. Noiva de Caio (Rodrigo Lombardi), ela termina o relacionamento estável para ficar com Rubinho (Emílio Dantas), com quem se casou e teve um filho.
A paixão cega que sente por Rubinho a fez seguir caminhos tortuosos e sem volta. Principalmente, quando ele se mete com o tráfico e passa a oferecer para a esposa a vida confortável que sempre desejou.
No morro ela é conhecida como “Bibi Perigosa”, uma mulher capaz de fazer tudo pelo marido. Suas atitudes coniventes deixam claro o caráter duvidoso da personagem que vive em conflito entre o que é certo e errado.
No entanto, a justificativa de que tudo o que faz é por amor acabou cativando parte dos telespectadores que hoje torce para que Bibi tenha um final feliz, de preferência longe daquele marido que só a engana.
De Odete Roitman (“Vale Tudo”) a Nazaré Tedesco (“Senhora do Destino”), esta não é a primeira vez que uma vilã ganha o carinho que seria destinado à mocinha. Talvez porque o telespectador tenha se cansado das mulheres fracas.
Se o público mudou, as vilãs também. Destacamos sete personagens que entraram para a história das telenovelas através das suas maldades, do seu humor debochado e da torcida do público que as amou e odiou ao mesmo tempo.
Confira!
- Odete Roitman (Beatriz Segall), “Vale Tudo”, 1988: mulher forte e autoritária, até hoje a personagem e considerada a melhor vilã da história das telenovelas. Com a morte do marido, a empresária torna-se a presidente do grupo Almeida Roitman e comanda as empresa de Paris, cidade escolhida para viver, pois odeia países pobres e subdesenvolvidos como o Brasil. Mãe de Afonso (Cássio Gabus Mendes) e Heleninha (Renata Sorrah), ela sonha com um futuro brilhante para o filho e tem sérios problemas com a filha alcoólatra. Dentre suas piores características, Odete é uma mulher fria, que manipula a vida dos filhos e adora humilhar quem considera inferior a ela.
- Perpétua (Joana Fomm), “Tieta, 1989: a bela atuação da atriz no papel da beata acabou conquistando o público, que passou a se divertir mais com suas maldades do que reprová-las. A irmã mais velha de Tieta (Betty Faria). Embora tenha sido expulsa pelo pai após ser encontrada nos braços de um homem, ajuda a sustentar toda a família. Perpétua é extremamente conservadora e usa “a moral e os bons costumes” como desculpa para humilhar as pessoas, em especial às mulheres da cidade. Mesquinha e muito interesseira, vê no retorno da irmã a chance de garantir o futuro financeiro dos dois filhos. Viúva de um major, a beata faz questão de manter o luto desde que perdeu o marido. Esconde um segredo dentro de uma caixa branca, escondida em seu guarda-roupa.
- Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque (Eva Wilma), “A Indomada”, 1997: é esposa de Pedro Afonso (Cláudio Marzo), mãe de Hércules (Marcos Winter) e tia de Helena (Adriana Esteves). Apesar de ser uma mulher mesquinha, ambiciosa e falsa carola, consegue por um bom tempo manter as aparências e enganar a sociedade. Seu amor pelo marido é por conveniência e tolera muitas pessoas que odeia apenas para manter boas relações de interesse. Uma de suas vítimas prediletas é a própria sobrinha, além da cafetina Zenilda (Renata Sorrah), dona da “Casa de Campo”. A cena de sua morte com a promessa de que voltaria um dia tornou-se uma das mais memoráveis da TV.
- Branca (Susana Vieira), “Por Amor”, 1997: apesar de arrancar boas gargalhadas do telespectador com suas tiradas preconceituosas, Branca Letícia de Barros Mota era uma mulher muito cruel. Do tipo capaz de renegar o filho caçula, Leonardo (Murilo Benício), e infernizar a vida da filha do meio, Milena (Carolina Ferraz), por ser a única que batia de frente com a mãe. Casada com o empresário Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella), supria uma paixão por Atílio (Antônio Fagundes), com quem teve um caso na juventude. Desta relação extraconjugal nasceu um dos seus três filhos, mas seu segredo só é revelado no final da trama. Como ela acreditava-se tratar-se de Marcelo (Fábio Assunção), o primogênito, o amava incondicionalmente. Dentre suas maldades, foi capaz de forjar um flagrante contra Nando (Eduardo Moscovis), namorado de Milena, para que o rapaz fosse preso por tráfico de drogas, impedindo-o de se casar com sua filha só porque o rapaz era pobre.
- Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), “Senhora do Destino”, 2005: prostituta no bordel de Madame Berthe (Tônia Carreiro), Nazaré inventa uma falsa gravidez para conquistar José Carlos (Tarcísio Meira), um de seus clientes. Para dar veracidade à sua história, ela rouba Lindalva/Isabel (Carolina Dieckmann), a filha recém nascida de Maria do Carmo (Susana Vieira), uma pobre nordestina que acaba de chegar ao Rio de Janeiro na companhia de cinco filhos, e a cria como sendo sua. Uma das características da vilã é sua auto estima elevada e seu humor debochado. Já as cenas das mortes ocorridas na escada de sua casa tornaram-se memoráveis, a começar pela do seu marido, sua primeira vitima, a quem mata quando ele descobre o que ela foi capaz de fazer para se dar bem na vida e ameaça entregá-la para a polícia. A prova de que Nazaré é uma das vilãs prediletas do público é que a personagem é dona dos melhores “memes” da internet.
- Flora (Patrícia Pillar), “A Favorita”, 2008: é considerada uma das vilãs mais perversas da TV a ocupar o horário nobre nos últimos anos. Junto com a irmã de criação, Donatela (Claudia Raia), formou a dupla sertaneja “Faísca e Espoleta”. Foi casada com Dodi (Murilo Benício) e teve Lara (Mariana Ximenes), mas a menina acabou sendo criada por Donatela como filha bastarda do empresário Marcelo Fontini (Flávio Tolezani). Acusada de matar o suposto pai de sua filha, Flora passa 18 anos na prisão. Jurando inocência, ela afirma que a irmã adotiva é a verdadeira culpada e esta dúvida permanece na cabeça do telespectador grande parte da trama, até que a verdadeira vilã revela as atrocidades que ela é capaz de fazer para conquistar o que deseja.
- Carminha (Adriana Esteves), “Avenida Brasil”, 2012: a trama foi um grande marco na TV brasileira e parte do seu mérito se dá à Carminha, a grande vilã desta história. Ela começa a trama casada com Genésio (Tony Ramos) e sendo amante de Max (Marcelo Novaes), seu parceiro fiel durante quase toda a novela. Fria e muito ambiciosa, assim que perde o marido, ela decide abandonar a enteada Rita (Mel Maia/ Débora Falabella) em um lixão para poder dar em cima de Tufão (Murilo Benício), um famoso jogador de futebol com quem acaba se casando e vivendo uma vida luxuosa. Passado alguns anos, Rita volta já adulta com sede de vingança contra a madrasta. Apesar de má, Carminha é muito engraçada e seu humor negro a fez conquistar o público e o posto de uma das melhores vilãs da TV.
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