Publicado em 17/04/2016 às 09:15:25
Por muitos anos, o jornalismo policial foi um reduto de homens. Junto com o esportivo, era a área mais machista da profissão. Tanto que o NaTelinha lhe faz um desafio: qual o grande nome feminino do jornalismo policial da história? É... não existe.
Porém, de seis anos para cá, isso tem mudado de forma contundente. Segundo o monitoramento de emissoras locais, feito pelo site desde 2013 nas quinze principais praças de audiência do Brasil, o número de repórteres mulheres em programas policiais cresceu 82% em três anos.
Hoje, de cada 10 repórteres do segmento, quatro são mulheres. Vale destacar que o número de atrações também aumentou neste período.
Entre 2010 e 2016, o jornalismo policial ganhou sua primeira apresentadora de forma regular: Analice Salles (foto/acima), hoje na Record Bahia, e inúmeras repórteres de destaque, principalmente em programas de rede nacional.
Fabíola Gadelha (foto/abaixo), da Record, foi a primeira mulher a ancorar um jornal policial para todo o país.
Hoje, o "Cidade Alerta", da Record, e "Brasil Urgente", da Band, tem como suas principais repórteres mulheres. No jornalístico de Marcelo Rezende, estão Liliany Nascimento, Fabíola Gadelha e Leniza Krauss. Na Band, Datena conta com Bruna Drews, Elisangela Carreira e o grande foco desta reportagem, Lívia Zuccaro.
Lívia já trabalhou tanto no "Cidade Alerta", onde deu expediente até 2014, quanto no "Brasil Urgente", onde está desde o início de 2015 - antes, ela trabalhou no "Tá na Tela", programa de Luiz Bacci na Band, que inclusive a levou para o canal do Morumbi.
Porém, Lívia nunca pensou que fosse trabalhar no jornalismo policial, conforme relata nesta entrevista para o NaTelinha: "Eu comecei minha carreira num jornal de escola, e depois fui contratada por uma rádio local. Depois, fui para a TVB, afiliada da Record em Campinas, e fiz programas femininos, bem amenos mesmo. Aí apresentei o principal jornal da casa, o 'TVB Notícias', e comecei a fazer entradas e reportagens policiais. Foi bem por acaso mesmo".
Perguntada sobre as diferenças entre um canal e outro, Lívia destacou a garra e a vontade do jornalismo da Band, mesmo com uma equipe mais reduzida: "Nós temos menos pessoas, em termos de estrutura, mas o Datena diz que somos uma equipe menor, mas que servimos para dar resultado, e demos muito resultado. Nossa equipe é aguerrida, forte e todo mundo se ajuda, dá apoio um ao outro".
Sobre o preconceito desta área específica, Lívia concorda que de fato isso está mudando: "Esse meio era muito masculino, agora praticamente as principais repórteres dos programas são mulheres. Acho que nós olhamos de uma outra forma, sabemos contar a história de uma forma mais clara, mais emocional, que é o que o reportagem policial pede".
A tendência é que este número cresça ainda mais. Mas quando uma mulher apresentará fixamente algum dia? Não sabemos. Mas hoje o jornalismo policial é das mulheres.
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