Publicado em 26/06/2015 às 16:20:29
O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e a Globo estariam travando uma briga nos bastidores por causa do piso salarial conquistado pela categoria na capital fluminense.
Segundo o Portal Imprensa, os jornalistas cariocas conseguiram em maio deste ano um piso fixado em lei, estabelecido em R$ 2.432,72. Porém, uma campanha patronal tenta reduzir este valor.
Os patrões querem impor salários de R$ 1.600 para TV, R$ 1.450 para rádio e R$ 1.550 para jornais e revistas. Na última segunda (22), o Sindicato dos Jornalistas realizou assembleia em duas sessões e em dois locais diferentes: uma em sua sede e outra no Bar Enchendo Linguiça, da Lapa, para discutir a reposição salarial.
Foi o oitavo encontro, reunindo um número histórico de jornalistas: 229. A ação das empresas de rádio e TV levou à aprovação de um acordo salarial que rebaixa o piso, concede reajuste abaixo da inflação atual e prevê pagamento parcelado do retroativo. A decisão não foi a mesma na votação do segmento de jornais e revistas, que rejeitou a proposta dos patrões e segue em negociação.
A assembleia da manhã, segundo se consta, teve manobras patronais fortes. Editores e chefes da TV Globo estariam circulando entre os profissionais para conduzir os votos favoráveis e contrários. Informações ainda deram conta que a emissora teria levado os jornalistas em seus carros de reportagem, o que reforçaria o teor de manobra.
De acordo com a presidente do Sindicato, Paula Máiran, a redução foi aprovada porque os votos das duas assembleias foram somados. A maioria votou contra o rebaixamento e os demais jornalistas perderam por 11 votos.
Entre cariocas, a situação tem tido uma alta e vergonhosa repercussão, onde muitos estão indignados.
Procurada pela reportagem do NaTelinha, a Central Globo de Comunicação nega qualquer briga e garante que não se envolveu em campanhas.
“Todos os jornalistas da Globo que compareceram às assembleias convocadas pelo Sindicato dos Jornalistas foram por livre e espontânea vontade. Nenhum veículo da emissora foi usado para transportar funcionários e, muito menos, em nenhum momento os funcionários foram forçados ou induzidos a votar a favor da proposta patronal. Eles compreenderam que a conjuntura econômica é adversa, para se tentar, no momento, obter ganhos maiores. Essa posição foi defendida publicamente, por participantes, durante a realização da Assembleia. A Globo, em momento algum, propôs a redução do valor de piso, pois o valor é automaticamente corrigido pelo índice acordado na convenção. O mesmo índice que vale para a correção dos salários”, disse em nota.
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