Publicado em 12/03/2009 às 15:55:09
Desde que Ronaldo estreou no Corinthians, algo que tem chamado a atenção de forma muito negativa - infelizmente, por achá-lo um bom repórter e gostar dele - é seu favorecimento ao Mauro Naves na sessão de entrevistas. Isso ficou mais evidenciado a partir do episódio que denominei "cães famintos" (o acotovelamento por uma entrevista ao final do jogo com o Itumbiara, semana passada), onde nada falou a nenhum repórter - se bem que, naquela bagunça desorganizadamente vergonhosa, realmente era inviável fazer algo numa mínima condição - e, depois, concedeu uma exclusiva ao repórter da Globo.
Na manhã seguinte, na ESPN Brasil, José Trajano disse que esta relação entre eles acontece pois, palavras dele, o Ronaldo, após a balada em Prudente, ligou ao Mauro para este intervir de forma a retirar o fato das manchetes da home da Globo.com. Feito isto, retribuiu com uma exclusiva ao jornalista. Na mesma hora liguei isso a um post de dias antes do Blog do Paulinho, que mostrava fotos de um churrasco ocorrido horas antes da balada no Pop’s Drinks, onde dirigentes corinthianos estavam com outras pessoas, e numa foto aparecia Antônio Carlos, sua senhora, Mauro e o cinegrafista José Carlos Mosca.
Aí, vem o Dérbi contra o Palmeiras. Gol do Ronaldo aos 47 do segundo tempo, uma grande festa por seu primeiro gol (ainda mais por ser em clássico e salvar seu time da derrota), narrações inflamadas nas três TVs exibidoras do jogo e em diversas rádios, a tremendamente patética intervenção de Arnaldo Cezar Coelho ao criticar Cléber Wellington Abade por dar amarelo ao jogador por comemorar no alambrado sob o argumento de "ser um acontecimento mundial" (sim, que quase causa uma tragédia se os torcedores invadem o campo caso o alambrado fosse literalmente pras cucuias) e... o último apito do árbitro.
Via eu a transmissão da Band, única das três que recebi. O competente repórter Nivaldo de Cillo tentou entrevistar Ronaldo e recebeu um "chega pra lá" do Nazário, fora a recepção sempre "gentil" destas "moças" que são os seguranças (estes e quaisquer outros, "amáveis" que só eles). Junto, chegaram a colega Fabíola Andrade e os repórteres Alexandre Oliveira, do PFC, e Luís Carlos Quartarollo, da Rádio Jovem Pan. Se fosse apenas eles, o silêncio seria a resposta do atacante. Mas aí bastou chegar o Mauro e a reação mudou da água pro vinho de uma forma tão descarada que foi impossível não se enojar.
Segunda-feira, em sua coluna, o Flávio Ricco - que carinhosamente chamo de "guru" - publicou que não havia acordo algum entre Ronaldo e a Globo e sim apenas uma amizade, até gratidão, dele com o Mauro. Fiquei com minhas dúvidas sobre ser só isso, mas tá, que seja. Continuo achando errado, e felizmente muita gente concorda comigo, pelo que tenho comentado desde então. Uma relação entre jornalista e qualquer profissional do futebol pode ocasionar favorecimentos, privilégios indevidos, deixar de informar determinadas coisas que forem sabidas, enfim, não é moralmente correto, não é certo.
No mesmo dia, o Fenômeno foi ao "Bem, Amigos!", do Galvão Bueno, no Sportv, e o Mauro estava entre os participantes. E disse no ar que pediria para não ser escalado para a cobertura da partida desta quarta-feira, entre Corinthians e São Caetano. Não sei se foi por se tocar das reações negativas a este privilégio - feita até no ar em outros canais, como o próprio Trajano na ESPN e o Datena no "Por Dentro da Bola", do BandSports -, mas espero que sim. O Mauro tem uma carreira muito bem sucedida na Globo, duas décadas de serviços prestados a ela. Não merece se prestar a esta situação.
Aí, chega a rodada deste meio de semana. Ituano x Palmeiras, jogo-comando da Globo SP, com posto no Pacaembu. De fato, Mauro não estava lá e sim no Novelli Jr., cobrindo o Verdão. Bruno Laurence, outro profissional do meu apreço, cobriu a partida da Capital. Intervalo de jogo, o filho do Michel tenta entrevistar o Ronaldo e... não consegue. O atacante foi mudo para o vestiário. Isso sendo repórter da Globo. Pensei, nessa hora, no que o Ricco escreveu segunda-feira. Com certeza a situação seria diferente se o felizardíssimo sr. Patrícia Novaes (a secretária Sheila de "Paraíso Tropical") lá estivesse.
Que o Ronaldo seja amigo do Mauro, do Galvão e de quem quiser, beleza. Ele sabe o que faz. Só não acho correto isso resultar em privilégios aos profissionais em detrimento aos demais. Ele tem de entender que isso pega mal e que, até para ganhar pontos com todos, tem de falar para todos, dar entrevista a todos, seja repórter da TV Globo ou de uma rádio pequenote de bairro. Que faça muitos gols pelo Corinthians e dê mais uma volta por cima calando a boca de muitos, inclusive a minha. Mas que tenha esta consciência de que ou se fala com todos ou não se fala com ninguém. Sou intransigente nisso.
Ah, em tempo: um grande conviva meu, Gil Rocha, comandante do esporte da RPC (Globo Paraná), observou - e, de fato, li sobre isso já na noite de domingo, após o clássico - que o Ronaldo atendeu numa boa o Felipe Andreoli, do "CQC" (cuja reestréia infelizmente perdi, tendo de recuperar na reprise de sábado pra domingo), e até pôs os óculos escuros que são a marca registrada do programa da Band. Que bom que ele conversou numa boa com o ótimo filho do grande Luiz. Mas que pena que foi uma mera exceção à regra de só falar com quem quer e causar situações chatas, como relatei nesta coluna.
Edu César é colunista do NaTelinha e titular do site www.papodebola.com.br
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