Queremos muito que seja um programa para a família, tanto para o pai quanto para o filho que assiste hoje na Band.
Rodrigo Bernardo, cineastaPublicado em 09/06/2020 às 04:30:00
Herói símbolo dos anos 80, Jaspion voltou ao ar na Band após ter feito sucesso na extinta Manchete e virado boneco, disco e outras bugigangas colecionáveis. Mais de 30 anos depois, a série japonesa ganhará filme rodado no Brasil e dirigido por um fã, o cineasta Rodrigo Bernardo.
O coronavírus, porém, forçou a extensão do prazo para o lançamento do longa-metragem, que está na fase de elaboração de roteiro. Anunciado pela primeira vez em 2018 e divulgado com muita expectativa na CCXP (Comic Con Experience) em 2019, o filme do Jaspion deverá estrear apenas em 2022.
"Até o final do ano que vem é um prazo possível, para lançá-lo no primeiro trimestre de 2022. Nem considero um atraso. Queríamos ter o roteiro pronto para agosto e setembro, mas achamos dezembro melhor. Traduziremos todo o material para inglês e japonês para mandar para a Toei. Eles têm sido incríveis desde o começo", conta Bernardo em entrevista ao NaTelinha.
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A Toei Company, produtora original de Jaspion, é parceira no projeto brasileiro, capitaneado por Nelson Sato, presidente da empresa de audiovisual Sato Company e sogro do cineasta (ele namora a atriz Jacqueline Sato). O executivo comprou Jaspion, Jiraiya e Changeman, três séries japonesas bem-sucedidas na TV brasileira e negociou a exibição com a Band.
A retomada na televisão entusiasmou Rodrigo Bernardo, que assiste à série para relembrar a infância, analisar a história e adaptá-la para o cinema: "A série é a matéria-prima do filme. Já vi para escrever o argumento, mas no domingo assisti pela diversão. Trabalho vendo Jaspion e passo a folga vendo Jaspion”.
Queremos muito que seja um programa para a família, tanto para o pai quanto para o filho que assiste hoje na Band.
Rodrigo Bernardo, cineasta
Rodrigo Bernardo conquistou a confiança de Nelson Sato e da Toei pelo currículo recheado. Membro da Academia Internacional do Emmy, ele dirigiu a comédia romântica Talvez Uma História de Amor (2018) e a série (Des)Encontros, exibida no canal Sony para a América Latina.
Segundo o cineasta, Nelson Sato está empolgado pelo projeto, mesmo com a crise econômica provocada pelo coronavírus, e deu carta branca para o genro criar uma história inédita do herói japonês. E é o que vai acontecer. No filme de Jaspion, ele será brasileiro.
"Eu garanto que ele é brasileiro, mas não tenho restrição a ser oriental. Temos tantas raças, etnias, somos tão diferentes e, ao mesmo tempo, únicos. Acho muito bacana ver o seu país representado. Nunca vimos um super-herói para valer em São Paulo. Tem que ter o bairro da Liberdade [de colônia japonesa]. Temos que passear pelos ícones da cidade. É mais um ponto para ser um programa de família", afirma.
"No fundo, também estou fazendo o filme para o Rodrigo de nove anos. Ou faço bem feito ou nem faço. Não vai ser 'mais ou menos'. Tudo bem demorar mais. Temos que fazer com muito capricho. Não somos o Batman, que faz vários reboots até acertar (risos)", finaliza.
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