Foi rápido?

Como Faustão conseguiu o transplante de coração tão rápido?

Maior parte das doações acontece menos de um mês após entrada na fila de espera, diz levantamento

Faustão segue em observação na UTI do Hospital Albert Einstein; transplante de coração foi um sucesso, segundo equipe médica - Foto: Divulgação
Por Walter Felix

Publicado em 28/08/2023 às 12:17:00,
atualizado em 28/08/2023 às 15:58:25

Faustão recebeu o transplante de coração no domingo (27) e, segundo o Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), o procedimento foi considerado um sucesso. A doação foi realizada exatamente uma semana após a equipe médica anunciar que o apresentador de 73 anos precisaria do novo órgão, por conta do agravamento da insuficiência cardíaca. Porém, Luciana Cardoso, esposa de Fausto Silva, revelou que ele já estava na fila desde 8 de agosto. Mesmo assim, o coração veio rapidamente, em apenas 19 dias.

A notícia de que o veterano receberia o transplante de coração neste fim de semana causou comemoração entre os fãs do comunicador, mas também certo estranhamento. Houve quem questionasse a suposta rapidez da doação e até quem colocasse em dúvida a idoneidade do SUS (Sistema Único de Saúde), responsável pela doação de órgãos no Brasil.

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Um levantamento da GloboNews, exibido no jornal Em Ponto na manhã desta segunda-feira (28), mostrou que a maior parte dos transplantes de coração feitos entre 1º de janeiro e 27 de agosto foram com menos de 30 dias de espera. Ao todo, 72 pessoas receberam o transplante em menos de um mês – Faustão já consta nesse número.

Ainda segundo os dados obtidos junto à Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, 65 pessoas receberam de 30 a 90 dias de espera; 39 pessoas entre 3 a 6 meses; 48 pessoas de 6 meses a 1 ano; e apenas 38 pessoas após mais de um ano na fila à espera de um coração. O canal a cabo também revelou que a demora para a operação é menor do que para outros órgãos.

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Por que Faustão tinha prioridade na fila de espera?

O Ministério da Saúde divulgou um comunicado explicando ainda que Faustão teve prioridade na fila de espera pelo seu grave estado de saúde. Ele estava internado desde 5 de agosto e apresentou piora no último dia 20. A fila de espera é administrada pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. A nota informa ainda que só no primeiro semestre de 2023 foram realizados 206 transplantes de coração no Brasil.

Na semana passada, o NaTelinha ouviu a médica Stephanie Rizk, especialista em Transplante Cardíaco e Coração Artificial (Rede D'Or e Hospital Sírio-Libanês). "O SUS tem um excelente programa de transplantes, isso é indiscutível. As filas funcionam adequadamente, a questão da captação, a questão das indicações e das priorizações, isso está muito claro, muito bem estabelecido. O fluxo de busca de órgãos também, mas a gente precisa aumentar as campanhas de maneira continuada", defendeu.

Rizk explicou que, em épocas de campanhas, o número de doações aumenta, mas depois volta a cair: "Isso é algo que tem que ter uma educação continuada, para poder demonstrar para a população, para os hospitais, para as instituições, a reorganização dos fluxos continuados".

Como está Faustão?

O último boletim médico diz que o procedimento, que teve cerca de 2h30 de duração, foi realizado com sucesso e que Faustão segue na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "As próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição", diz o comunicado. Leia na íntegra:

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"Na tarde deste domingo (27), o paciente Fausto Silva passou por cirurgia para transplante de coração, no Hospital Israelita Albert Einstein, onde está internado desde 05 de agosto.

O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje, quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30.

O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição.

Dr. Fernando Bacal, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein
Dr. Fábio Antônio Gaiotto, cirurgião cardiovascular do Hospital Israelita Albert Einstein
Dr. Miguel Cendoroglo Neto, Diretor Médico e Serviços Hospitalares do Hospital Israelita Albert Einstein"



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