A zona cinza de Gugu Liberato inclui até acusação de assédio

No dia 22 de novembro de 2019, o Brasil perdeu um dos seus apresentadores mais queridos e icônicos, Gugu Liberato. Sua morte repentina chocou o país e gerou uma grande comoção entre fãs, amigos e colegas de trabalho. No dia 20 de novembro de 2019, a comunicador sofreu um acidente doméstico em sua residência em Orlando, nos Estados Unidos.

Ele caiu de uma altura de aproximadamente quatro metros ao tentar realizar um reparo no ar-condicionado. Gugu foi imediatamente levado ao hospital e passou por uma cirurgia de emergência para reparar uma lesão na cabeça. Dois dias após o acidente foi confirmado o falecimento do apresentador. A notícia abalou o país, e fãs, celebridades e amigos lamentaram a perda de um dos maiores nomes da televisão brasileira. 

Gugu Liberato teve uma carreira de enorme sucesso, começando como assistente de palco e, posteriormente, se tornando um dos apresentadores mais populares do país. Ele comandou programas de grande audiência, como Viva a Noite, Domingo Legal e Programa do Gugu. Ele era conhecido por sua versatilidade, carisma e talento como comunicador.

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O corpo foi transladado para o Brasil e seu velório foi realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aberto ao público. Milhares de fãs compareceram para se despedir do apresentador. O enterro ocorreu no Cemitério Gethsêmani, na cidade de São Paulo, em uma cerimônia reservada para a família e amigos próximos.

Mas nem tudo na vida do apresentador foi assim tão maravilhoso.

Gugu sempre esteve envolvido em escândalos dentro e fora da televisão, que lhe renderam muito desgaste profissional. Quadros como a Banheira do Gugu, entrevista com dois supostos integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), entrevista com Suzane von Richthofen, abertura do túmulo de Dercy Gonçalves, entre outros.

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Mas há um caso que foi abafado e faz parte de um e-book escrito pelo advogado que processou o apresentador, que revela o seu lado sombrio. Além disso, há dúvida de que a morte do apresentador fez surgir figuras jamais vistas vindicando direitos por supostas relações espúrias vividas com o apresentador, mas houve um jovem que optou por buscar a justiça enquanto o Gugu ainda era vivo, em idos de 2013.

A vítima (L.K.L.F.) teria pleiteado, em juízo, indenização por danos morais contra o apresentador, na qual, dentre outros, teria alegado e sustentado a prática de atos de abuso e assédio moral e sexual praticados por Gugu, no período de 1997 a 2011. O relacionamento com o garoto de 14 anos teria acontecido mediante demonstração de poder econômico e de influência no meio artístico, associada a promessas de fama e segurança financeira, tudo em troca de favores sexuais, com subsequente abandono.

Segundo relatos que vieram a público através do vazamento de detalhes do processo, o garoto fazia parte do Grupo Boomerang, lançado pelo apresentador em idos de 2015. 

Cada novo capítulo da história da vida e morte do apresentador, aliás, revela o quanto esse roteiro de abusos, exploração, mentiras, manipulação, briga judicial e o racha familiar, fazem parte de um enredo cheio de falhas e de perguntas e respostas que dificilmente revelarão certezas. Não por acaso, essa zona cinzenta que paira sobre a vida e a morte do apresentador Gugu se perpetuará, colocando-se cada vez mais sob o escrutínio da sociedade e suscitando, obviamente, a curiosidade popular, especialmente a midiática.

Marcos Ferreira é advogado há 23 anos, pós-graduado em Direito Penal e MBA em Gestão Pública