Publicado em 11/10/2021 às 18:00:31
Sergio Camargo foi afastado pela Justiça do Trabalho de algumas funções da presidência da Fundação Palmares nesta segunda-feira (11). Ele é conhecido por ter se envolvido em diversas polêmicas com artistas, como Martinho da Vila e Alcione. O bolsonarista está proibido de promover nomeações, exoneração, transferência de servidores e contratar empresas terceirizadas.
Sergio ainda não poderá fazer postagens nas redes sociais assediando ou intimando funcionários e ex-funcionários da Fundação. Ele é conhecido por realizar postagens polêmicas e de ataques contra artistas negros.
A decisão é do juiz Gustavo Carvalho Chehab, da 21ª Vara do Trabalho de Brasília. O magistrado acatou parcialmente a um pedido do Ministério Público do Trabalho. O MPT tinha solicitado que Camargo deixasse o cargo por assédio moral.
No fim do ano passado, ele excluiu o nome de artistas homenageados pela Fundação Palmares. Benedita da Silva, Gilberto Gil, Leci Brandão, Marina Silva, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Sandra de Sá e Zezé Motta foram algumas das personalidades retiradas da lista.
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Por causa disso, diversos artistas resolveram criticá-lo. Alcione foi uma das primeiras que soltou o verbo. “Vi uma matéria daquele ‘Zé ninguém’ lá da Fundação Palmares… Ainda dou na cara dele, minha colega, para parar de ser um sem noção”, comentou a artista, que completou: “A gente vê tanto sofrimento. Você vê os negros americanos naquela batalha, por causa daquele senhor que morreu com aquele filha da mãe com o joelho nele”.
Mart’nália também detonou Sergio no ano passado. “Sensação de muita raiva. Sei lá, sabe quando você fica meio em choque? Não sabe se tem vontade de dar uma porrada no cara. Pensei: não é possível que eu esteja vivendo isso. Por causa desse sujeito que não tem história. Mas ele é um sozinho no mundo. Ele é um egum sozinho. Deixa que os orixás cuidem dele”, disparou.
Neste ano, Martinho da Vila deu entrevista ao Roda Viva e se mostrou insatisfeito com a gestão de Camargo. “A Fundação Palmares era uma fundação criada para tratar dos assuntos da cultura negra, do negro no geral. Botaram aquele cara lá, o Camargo, bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco”, disse o sambista.
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