Publicado em 02/09/2020 às 15:05:00
Ana Hikari voltou a falar dos relacionamentos abusivos que teve na adolescência e revelou que uma professora a chamou de “mulher de malandro”. A Tina de Malhação – Viva a Diferença (2017-2018) acredita que hoje em dia há mais informações sobre o assunto e as mulheres estão recebendo apoio. Recentemente, a atriz contou que é bissexual e se aprofundou no assunto.
“Infelizmente, tive alguns relacionamentos abusivos. Ao sofrer uma agressão de um namorado na adolescência, ouvi de uma professora que eu era ‘mulher de malandro, que gostava de apanhar, mas voltava’. Também é comum as pessoas dizerem: ‘Em briga de marido e mulher não se mete a colher’. Ou então julgarem a figura feminina. Quem estava em volta nunca me apoiava, ainda que eu estivesse nessa situação de vulnerabilidade. Atribuíam o erro a mim, e não ao agressor. É uma situação grave”, relatou.
Apesar de ter passado por essa turbulência, Hikari acredita que as coisas estão mudando e hoje enxerga mulheres mais unidas para evitar que esses casos continuem frequentes no Brasil.
“Mas sinto que as coisas estão começando a mudar. Hoje em dia temos sensibilidade e conhecimento para conversar com quem sofre esse tipo de coisa. Há informação e muita gente disposta. Uso as minhas redes sociais para isso, por exemplo. Ter mais de um milhão de seguidores não é nada se eu não proporcionar um conteúdo que gere reflexão. Não quero que me sigam porque me veem na TV ou porque me acham bonita. Acho importante falar do que passei porque qualquer uma de nós está sujeita”, afirmou.
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Ana Hikari revelou em agosto que era bissexual e surpreendeu seus fãs. Ela admite que ficou um pouco insegurança em falar sobre o assunto, porque a bissexualidade ainda é um tema questionado, mas hoje busca tratar do tema com maior naturalidade.
“A bissexualidade não depende do gênero da pessoa com quem você está se relacionando no momento. No meio LGBTQIA+, a bissexualidade também é questionada e tem pouca representatividade. Eu cresci sem referência alguma do que era uma pessoa bi. Sempre vi, no máximo, alguns homens serem gays e mulheres, lésbicas. Ou então ouvia comentários pejorativos. Colegas minhas de escola diziam que tinham nojo de ver meninas beijarem meninas. Isso me reprimiu muito”, explicou.
“Mas eu sempre soube que era. Não passei pelo processo de me descobrir, isso estava dentro de mim. O que me aconteceu foi perceber que o mundo é que tinha que me enxergar de maneira justa. Quando descobri que o mundo podia me aceitar é que eu comecei a falar publicamente sobre esse assunto”, completou.
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