Publicado em 11/08/2020 às 06:49:02
Zilda Mayo foi uma das musas do cinema brasileiro entre os anos de 1970 e 1980, atuando em diversos filmes de pornochanchada. Com muitos anos de carreira artística, hoje ela é pré-candidata a vereadora de Araraquara, interior de São Paulo. Apesar de estar na política, a atriz não esconde que sofreu preconceito na televisão por ter sido estrela da Boca Lixo, nome dado ao local onde os longas eram feitos no passado. Além disso, ela conta que foi vetada em novelas da Globo por um diretor.
“Sofri alguns preconceitos, sofri preconceitos na televisão para fazer novelas. Eu perdi várias novelas por causa do preconceito de eu ser do cinema, porque fiz pornochanchada. Eu passei uma vida inteira explicando o que era pornochanchada, que era uma simulação, que pornochanchada não era pornografia, que eu nunca fiz pornografia, nunca fiz sexo explícito, a vida inteira precisei ficar falando que eu nunca fiz, sempre fui contra fazer isso aí no cinema”, revelou.
“Sempre tinha alguém que me cortava da novela. Era pra eu ter feito três novelas na TV Globo, mas fui cortada porque um diretor me ligou e falou: ‘Você faz pornochanchada, né?’. Aí eu falei que fazia com muita honra e também fazia cinema. Eu sou atriz que faz cinema, teatro e televisão, não sou uma atriz que faz só pornochanchada, que tem um público específico. Eu faço muito teatro, eu tenho público. Sou uma boa atriz que faz teatro, televisão, cinema, dublagem, mas teve esse rótulo”, lamentou.
Zilda explica que o conservadorismo dominava a televisão na década de 1980 e isso a excluiu de muitos projetos, principalmente porque ela não escondia seu orgulho de ter feito filmes de pornochanchada.
“Porque a pornochanchada sofria preconceito na televisão? Eu até respeito os conservadores também e os que não são conservadores, mas o preconceito nunca vai acabar, por mais liberal que tudo esteja, eu acho que não vai acabar. Na televisão, pra fazer novela na época, sempre me perguntavam se eu tinha feito muito pornochanchada e eu sempre falei que tenho maior orgulho de todos os filmes que fiz. Eu defendo a pornochanchada, porque ela fez eu ficar super conhecida”, contou.
Zilda falou com empolgação sobre seu trabalho no mundo do cinema e relembrou que a pornochanchada foi responsável pelo melhor período da indústria cinematográfica do país, por isso gostaria que o momento recebesse maior respeito.
“A melhor fase do cinema foi na época da pornochanchada, nunca vai ter igual. Uma época que tinha muitos trabalhos, não só para os atores, mas também para os diretores, técnicos, produtores, maquiadores, cabeleireiros, enfim, tudo. A Boca do Lixo, que eu não sei porque fala isso, porque lá só saiu sucesso, mas tudo bem, vamos respeitar. Mas ali era uma Hollywood brasileira, porque você chegava lá e encontrava os diretores, produtores e fechava contratos ali na hora. Era maravilhoso”, declarou.
Pré-candidata a vereadora em Araraquara, Zilda Mayo acredita que seu trabalho na área da cultura poderá ajudá-la na hora de ter o apoio de eleitores. Ela relatou foi responsável por levar muitas peças para a cidade.
“Eu tive o privilégio de conhecer o Brasil. Eu tenho 40 anos de pé na estrada, pé na estrada mesmo, e o teatro de Araraquara é um dos mais bem equipados em termos de acústica, beleza, iluminação, enfim, tudo. Eu sentia que as pessoas do eixo Rio-SP tinham um problema de vir até Araraquara e eu expliquei que estava fazendo um trabalho de formiguinha, de porta e porta e falei que iria lotar esse teatro. Pedi confiança e voto de confiança para marcarem as peças no teatro de Araraquara porque iria bombar. Em quase 15 anos, eu trouxe quase 500 peças”, concluiu.
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Com 67 anos, Zilda ficou marcada pelo seu estilo “mulherão” e formou uma boa parceria com o diretor Jean Garrett (1946-1996), atuando em Excitação (1977) e Noite em Chamas (1978). Entre os anos 70 e 80, participou de comerciais e programas de televisão, como de Silvio Santos e filmou mais de 40 filmes.
Zilda também teve destaque em novelas e minisséries de diferentes emissoras, como Casa de Pensão (1982), da TV Cultura, Filhos do Sol (1991), minissérie da TV Manchete, O olho da Terra (1997), da Record.
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