Publicado em 29/06/2020 às 07:25:00
No último dia 24, o perfil de Ary Fontoura completou 1 milhão de seguidores, ou de amigos, como ele mesmo gosta de chamar. Para comemorar a data que caiu no dia de São João, o ator, sempre muito bem humorado, publicou uma foto com chapéu caipira e uma espiga de milho nas mãos.
Aliás, o bom humor tem pautado não só a rede social do artista como, também, a sua vida. "Manter o bom humor é o melhor remédio, sem dúvida alguma, sobretudo em circunstâncias como esta. É o que eu procuro transmitir para os outros. O meu humor", afirma em conversa exclusiva com o NaTelinha.
Ser um digital influencer aos 87 anos é uma novidade para ele. De acordo com Ary, sua página começou despretensiosa, com finalidade social, apenas. "Isso está colocado em primeiro plano, de comunicação com um e com outro, de trocar ideias, de conversar", analisa.
Hoje, o ator se diz surpreso com a quantidade de pessoas de diversos lugares do Brasil e até da Europa que se comunicam com ele. "Eu gosto demais disso. De ser, então, um 'blogueirinho da terceira idade', eu acho que não há problema algum. Pelo contrário, é maravilhoso! Foi e está sendo maravilhoso", comemora.
Em quarentena, Ary tem aproveitado esse período para dividir com seus internautas sua rotina diária, além de mensagens motivacionais. Para ele, esse contato tem tido um resultado muito positivo.
"O isolamento social não é uma coisa fácil de carregar. Chega um determinado momentos que você não entende porque está preso há tanto tempo dentro de casa. Então, às vezes, dá vontade de sair", confessa.
"Você olha pela janela, vê as ruas desertas.... As pessoas, normalmente, vão ficando um pouco deprimidas. Eu acho que o meu bom humor ajuda muito as pessoas a lidarem com isso", opina.
"Há dias em que eu não estou bem, como todo mundo, porque ninguém é um super homem. Tem dias que são realmente difíceis, mas é um balançar de cabeças, sentir que tem que ser assim, que isso é para o bem de todos, que quando você se isola, você está pensando no seu próximo", ressalta.
Ary enxerga esse período de quarentena como uma grande lição. Ele acha que devemos manter o pensamento positivo e acreditar que tudo irá passar o mais breve possível e trará frutos.
"Nós devemos entender que a aproximação para com o nosso próximo deverá ser muito mais importante do que agora. Agora, eu sinto que a gente cultiva um certo egocentrismo. Eu penso, quero e acredito que isso acabará", torce.
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Muitas das publicações de Ary Fontoura em seu perfil são das receitas culinárias que ele tem feito em casa. De acordo com o artista, sua mãe o ensinou a cozinhar ainda criança e hoje ele faz por necessidade.
"Ela sempre me dizia: 'Ary, a gente nunca sabe o dia de amanhã. É bom que você aprenda pelo menos o essencial para em uma emergência poder sair da circunstância em que foi colocado", recorda-se.
O ator explica que sempre contou com uma ajudante em casa, mas precisou dispensá-la por causa da quarentena. "Ela também tem que cuidar da família dela", sinaliza. Então, ele colocou literalmente a "mão na massa".
Para isso, tem recorrido a alguns livros de receitas. Só que nem sempre dá certo. "Estou apanhando na cozinha, mas é apanhando que se aprende. De repente, eu acerto um bolo. Aí é uma festa! [risos]. Fico muito alegre, me julgo. Fico até meio besta. Me julgo um boleiro de marca maior", vibra.
"O importante é que esses todos que foram publicados eu sei fazer, e as pessoas assimilaram muito bem as receitas, gostaram. Tudo é relativamente fácil de fazer", garante. "Dá para se virar com o que se tem na cozinha. Muita gente está experimentando, e gostando, e fazendo, e eu acho muito bom que assim seja", garante.
Além de cozinhar, Ary Fontoura faz limpeza e pratica exercícios em casa. Questionado sobre onde encontra tanta disposição, ele é enfático ao creditar mais uma vez à necessidade.
"Para limpar a casa, lavar roupa, praticar atividade física e tudo, minha querida, isso vem da necessidade. A necessidade é como a ocasião, faz o ladrão", filosofa. "Minha casa tem que estar limpa. Não custa nada eu pegar uma vassoura e sair feito uma bruxa voando pela casa, limpando aqui, limpando ali", brinca.
O ator revela que as primeiras faxinas não foram muito boas. "Eu sujei um pouco mais a casa do que limpei", entrega-se. "Mas agora eu estou ficando um expert. Está tudo limpinho", elogia.
Em relação às suas roupas, ele conta com a ajuda de uma máquina de lavar e acredita que simplifica bastante. Porém, quando há a necessidade encara um tanque numa boa. "As máscaras todas que eu uso, eu lavo", afirma.
Antes da quarentena, Ary já frequentava uma academia. Com o isolamento, isso ficou impossível. Como sabe da importância para sua saúde, ele sempre dá um jeitinho de treinar em casa.
"Eu me restrinjo ao que dá para fazer dentro de casa. Um alongamento no chão, em pé, deitado, sentado, usando cadeiras... Enfim, tudo isso que eu faço, pegando um pesinho daqui, outro dali, a gente vai mantendo a forma", explica.
Em uma de suas postagens, o ator aparece tomando sol na janela do seu apartamento. Quando está em São Paulo esta é sua única alternativa. Aqui no Rio ele pode contar com um jardinzinho.
"Já dá para quebrar um galho. E o sol é importante, Vitamina D para o organismo, para o seu sistema imunológico", chama a atenção. "Essa disposição vem da necessidade absoluta, porque se eu não fizer isso, quem vai fazer por mim?", indaga.
Esta é uma das dicas que ele gosta de frisar em sua página. Deixar de lado o preconceito, mostrar para os internautas a importância de se movimentar e fazê-los acreditar que o dia de amanhã vai ser sempre melhor.
"As pessoas têm me ouvido e eu tenho me divertido demais com o que elas me dizem. Enfim, parece que são pessoas que eu já conheço há longo tempo, criou-se uma intimidade muito grande entre nós. Estou achando ótimo", derrete-se.
Como tem ocorrido com todo mundo durante o isolamento social, o ator também tem seus dias de desânimo ou preguiça, como ele mesmo sinaliza. Quando isso acontece o jeito é ocupar a cabeça, gastar seu tempo com outras atividades.
"Tem dias que me bate uma preguiça, não dá vontade de fazer nada. Eu não sou essa pessoa absolutamente disposta a toda hora, a todo momento. Aí eu digo: 'Vamos pegar um livro para ler, vamos ouvir música', mas sempre pensando que amanhã será um dia melhor", reforça.
Quando a pandemia do Covid - 19 começou aqui no Brasil, Ary Fontoura estava no ar em Salve-se Quem Puder. Com a pausa nas gravações por causa da quarentena e a incógnita de quando irá retornar ao trabalho, para matar as saudades do ator hoje basta rever a reprise de Êta Mundo Bom, na Globo, ou conferir A Favorita e Tieta, disponíveis no GloboPlay.
"Parece um festival de Ary Fontoura na televisão [risos]", faz piada. "Êta Mundo Bom já teve uma audiência maravilhosa na época em que foi apresentada. Agora, então, está estourando", comemora.
"É uma novela ingênua, muito bem escrita pelo Walcyr [Carrasco], com elenco maravilhoso e direção de Jorge Fernando. Foi a última vez que eu trabalhei com esse homem que era meu grande amigo, um dos grandes diretores da Rede Globo e que deixou uma história, muitas amizades e muita saudade", se emociona.
O ator também chama a atenção para a reprise de Chocolate com Pimenta, de Walcyr Carrasco, pelo canal a cabo Viva, com sua participação na primeira fase da trama ao lado de Elizabeth Savalla, outra grande amiga e colega de trabalho.
Já sobre A Favorita, Ary avalia como uma novela mais tensa e muito bem escrita pelo João Emanuel. "Foi muito bem sucedida!", aponta. "É um grande autor esse rapaz", elogia.
Para os mais saudosos temos Tieta, disponível hoje na plataforma de streaming da Globo. Baseada em obra de Jorge Amado, o ator chama a atenção para o fato de os textos do escritor darem certo na TV.
"Gabriela foi um exemplo disso, Tieta também", opina. "Um elenco muito bom, e que está aí para os saudosistas reverem e para aqueles que nunca viram assistir, porque vale a pena", dá a dica.
Ainda falando sobre trabalho, Ary Fontoura afirma que o papel que mais gosta de interpretar é aquele que se difere mais da sua personalidade. "Eu gosto de criar tipos", confessa.
Com ampla carreira no teatro e na televisão, ele acredita que o teatro reforça e acrescenta mais possibilidades. "Eu nunca abandonei o teatro", diz. Com saudades do palco, o ator planeja um retorno em breve.
"Eu ando pensando em fazer teatro quando isso tudo amenizar, pensando nos meus colegas de trabalho sem emprego, tanto na televisão quanto no teatro, passando dificuldades", relata.
"Peço a Deus, encarecidamente, que acabe logo com isso tudo para que a gente possa voltar a abrir os panos dos teatros do Brasil e do mundo todo. E esse reencontro de novo, de público e atores, irá acontecer. É isso o que eu realmente mais penso, mais quero", desabafa.
Para finalizar, ele revela qual será a primeira coisa que irá fazer assim que sair do isolamento social. "Eu vou entrar em um salão de cabeleireiro e cortar o meu cabelo. [risos]", promete.
"Cuidar um pouquinho de mim, porque a gente quando fica em casa se desarranja totalmente. Dá um 'tchanzinho' assim para ficar melhor, para as rugas não aparecerem tanto. Enfim, dá uma melhorada!", lista.
"E fazer tudo aquilo que eu já fazia antes e adorava como ir ao teatro, ao cinema, andar no shopping, passear, rever os amigos, abraçar... Nossa, como faz falta um aperto de mão sincero, um abraço maravilhoso", abre o coração.
"Quero ver todos saudáveis, encontrar as pessoas e ter a vida que eu tinha antes, que eu já achava maravilhosa e acredito que continuará sendo, se Deus quiser", torce. "Sairemos de casa com mais responsabilidades e cuidados, e tudo vai recomeçar", prevê.
O ator termina a conversa analisando o que essa quarentena irá trazer de bom para o planeta e a humanidade. "Eu não tenho uma bola de cristal, mas acho que o mundo pós-pandemia está ligado às pessoas", observa.
"Vamos ver o que nós fizemos nesse período, o que nós refletimos e o que nós pudemos melhorar, principalmente com relação ao próximo. O mundo continuará o mesmo se não houver uma mudança radical. Tem que se pensar em educação, saúde e igualdade social, que são os grandes investimentos", pontua.
"A política do mundo terá obrigatoriamente que pertencer aos jovens. Os jovens vão ter que sentir que o mundo é deles e meter a cara, ir em frente. Eu vejo poucos jovens interessados. A impressão que me dá é a de que eles vivem o hoje como se não houvesse o amanhã, mas o pensamento deverá mudar", complementa.
"É o que eu realmente espero que aconteça. E sempre com bom humor, porque a vida sem humor não tem absolutamente nenhuma graça. É bom debochar da gente, do ser humano. Por trás de toda tragédia existe um 'que' de comédia. Por que não usá-lo, então, já que alivia as tensões, faz o tempo seguir e a vida ficar mais leve?", conclui.
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