Publicado em 26/04/2020 às 08:34:00
Quando Roberto Carlos fez sua live no último domingo (19), muita gente notou que ele se recusou a falar a palavra coronavírus. Automaticamente as pessoas retomaram um assunto que havia ficado esquecido por muitos anos, o fato do músico sofrer de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que o fez criar diversas manias. O rei da Música popular Brasileira, no entanto, não é o único artista a sofrer com a doença, que já atingiu nomes como Renato Aragão e Luciana Vendramini.
Segundo a psicóloga Juliana Marques, o TOC é um modelo de distúrbio psiquiátrico, já descrito em manuais de diagnósticos e tem como base de característica as crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos e, em casos mais graves, comportamentos compulsivos e repetitivos.
No caso do rei, não se trata apenas de uma ‘superstição’ por não falar determinada palavra. O músico confessou, em entrevista a Jô Soares, que sofreu muito por medo de falar determinadas palavras negativas e até deixou de cantar a música Que Vá Tudo Para o Inferno por muitos anos. Além disso, Roberto chegou a passar anos com uma regra: só saia pela mesma porta que tivesse entrado em determinado ambiente.
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O caso de Roberto Carlos, segundo Juliana Marques é típico de TOC. “Quando você evita falar palavras negativas, pode ser uma mera superstição enraizada em você por crenças religiosas ou familiares. Mas quando você simplesmente não consegue falar determinada palavra, seja por medo ou por outra razão, é um sintoma de TOC”, avaliou ela em conversa com o NaTelinha.
Para Juliana, o sintoma indicava a necessidade de uma avaliação na terapia, e o próprio cantor já reconheceu ser vítima da doença. Na mesma entrevista para Jô Soares, ele afirmou. “Quem tem TOC é um sofredor, mas eu já melhorei bastante”.
A psicóloga explicou que a maior parte dos profissionais segue o método de Freud para tratar de comportamentos obsessivos, que é o da livre associação. “Freud é o grande exemplo para a psicologia e psicanálise porque ele fez diversos experimentos e o que melhor deu resultado foi o da livre associação. Neste caso, é uma pessoa falar tudo que sente sobre determinado assunto até que o consciente traga à tona situações do inconsciente e finalmente ela possa se tratar”, explicou a profissional.
Juliana, no entanto, lembrou que não é para sair falando por aí. “O assunto é sério e um profissional da área é fundamental porque se faz importante um ouvido clínico, não é um ouvinte qualquer”, declarou.
E o TOC é um assunto tão sério que pode levar a comportamentos graves, como aconteceu com a atriz Luciana Vendramini. Já tratada, a artista revelou em 2018 que sofreu um grau elevado do Transtorno, chegando ao ponto de criar rituais quase impossíveis de serem cumpridos, como a necessidade de fazer o trajeto completo no elevador e sem paradas e, caso alguém entrasse, ela tinha que iniciar novamente.
“Cheguei a passar dez horas tomando banho, a demorar seis horas para conseguir levantar da cama e a ficar 11 dias sem comer...O TOC coloca tantas paranoias e manias na sua vida que fica quase impossível ter uma rotina, é muito ruim", revelou durante uma palestra na Escola de Psicanálise, em São Paulo em 2018. Segundo Luciana, foram cinco anos sofrendo com a doença até decidir procurar ajuda médica e finalmente encontrar um ponto de equilíbrio.
A psicóloga Juliana Marques ao ouvir o relato concordou que trata-se de um caso severo de TOC. “Neste caso, só a conversa certamente já não foi suficiente e ela precisou ser medicada porque o Transtorno estava tirando o controle emocional e, sem que o paciente assuma o controle de suas emoções, não há muito que se possa fazer”, afirmou lembrando que somente um médico pode medicar pacientes com o Transtorno.
Durante a conversa com o NaTelinha, Juliana também garantiu que muitas pessoas sequer sabem que tem a doença porque consideram apenas uma mania. “Existem pessoas que transformam pequenos detalhes em situações homéricas, como alguém trocar a chave de lugar na casa. Isso é um sintoma leve de TOC”, explicou.
A confusão entre o Transtorno e uma mania do cotidiano poderia ter confundido outra celebridade, Renato Aragão. O eterno Didi Mocó, segundo revelado em sua biografia Renato Aragão: do Ceará para o Coração do Brasil, escrita por Rodrigo Fonseca, contou que tem uma mania relacionada a cores de roupas. Segundo o livro, ele somente pode usar azul ou branco às segundas e às sextas, tendo os outros dias livres, mas nunca utilizando roupas pretas.
“Isso é típico de quem tem TOC e parece ser algo simples, mas pode ser torturante em determinado contexto ou situação em que não há disponível o que ele precisa. O ideal é tratar do tema com um profissional”, confidenciou a médica.
Estudos indicam que uma de cada 50 pessoas sofre do Transtorno e pelo menos 30% se recusam a tratar por conta do preconceito existente em procurar ajuda de psicólogo ou psicanalista. Mas a doutora Juliana alerta que é fundamental buscar ajuda porque o caso pode se agravar e tornar o paciente refém de obsessões.
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