Publicado em 03/12/2019 às 07:15:04
Na última semana, Cacau Protásio foi vítima de racismo após gravar cenas do filme Juntos e Enrolados em um quartel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A atriz ficou magoada ao escutar os ataques, mas o tema racismo não invadiu apenas o setor artístico.
Vários setores da sociedade estão debatendo o assunto e procurando meios para que as injúrias raciais diminuam e racistas sejam condenados.
Por conta disso, o NaTelinha resolveu relembrar outros artistas que foram vítimas de racismo no Brasil.
Confira:
Em 2012, em entrevista ao Ego, o cantor relatou que saiu de um restaurante de shorts, camiseta e chinelo. Quando o manobrista chegou com seu carro, ele foi pegar a chave e entrar, mas acabou sendo impedido pelo profissional.
“Não achou que aquele carro pudesse ser o meu e perguntou: ‘Você é o dono?’”, contou. “Tem um preconceito velado quando alguém vê um negro com um carrão. Logo perguntam: ‘É jogador ou pagodeiro?’. Ou seja, no Brasil o negro só pode ter dinheiro se tiver uma dessas duas profissões. E vivem me perguntando se sou jogador”, declarou. Após a declaração, o artista ganhou o apoio de vários artistas.
Em julho de 2015, Maju Coutinho estava recebendo muitos elogios pelo seu trabalho no Jornal Nacional – na época, a jornalista era responsável pela previsão do tempo – mas perfis (maioria fake) passaram a atacá-la com comentários racistas e machistas.
William Bonner e Renata Vasconcellos gravaram um vídeo apoiando a colega com um cartaz escrito #SomosTodosMaju, o que levou o tema ao topo dos trending topics.
“Estava todo mundo preocupado. Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores, mas na verdade é o seguinte, gente: eu já lido com essa questão do preconceito desde que eu me entendo por gente. Claro que eu fico muito indignada, fico triste com isso, mas eu não esmoreço, não perco o ânimo, que eu acho que é isso que é o mais importante. Eu cresci numa família muito consciente, de pais militantes, que sempre me orientaram. Eu sei dos meus direitos. Acho importante, claro, essas medidas legais serem tomadas, até para evitar novos ataques a mim e a outras pessoas. Eu acredito que isso é muito importante. E agora eu quero manifestar a felicidade que eu fiquei, porque é uma minoria que fez isso. Eu fiquei muito feliz com a manifestação de carinho mesmo, como vocês disseram. Eu recebi milhares de e-mails, de mensagens. Acho que isso que é o mais importante. E a militância que eu faço, gente, é com o meu trabalho, é fazendo o meu trabalho sempre bem feito, sempre com muito carinho, com muita dedicação, com muita competência, que eu acho que é o mais importante. E, pra finalizar, Bonner e Renata, é o seguinte: os preconceituosos ladram, mas a caravana passa. É isso”, comentou a jornalista no Jornal Nacional.
Em outubro de 2015, Taís Araújo foi alvo de comentários racistas no Facebook após publicar uma foto. Vários perfis criados no começo daquele mês postaram mensagens de injúrias.
“É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça”, comentou a atriz.
O caso repercutiu nas redes sociais e a hashtag Somos Todos Taís Araújo se tornou um dos principais assuntos do mundo.
Em 2016, Preta Gil se tornou vítima de ataques racistas nas redes sociais. Um grupo intitulado #MM invadiu o perfil dela no Facebook e passou a atacá-la com frases preconceituosas.
A cantora se pronunciou através do Snpachat para demonstrar sua tristeza e medo por conta dos ataques. “Meu Facebook foi atacado por um grupo intitulado #MM. Estou em estado de choque. Chocante! Racismo é crime. Será que eles não sabem ainda? O mais triste é que a maioria são crianças! Já com tanto ódio no coração!”, contou.
“No final da vida, ninguém é diferente de ninguém e ao invés de nos atacarmos, nos matarmos, deveríamos nos unir para não aniquilarmos a dádiva que é viver. Quero Paz e justiça, pra mim e para todo mundo”, posicionou-se.
No Prêmio Multishow deste ano, Ludmilla venceu na categoria Melhor Cantora e subiu ao palco entre aplausos e vaias. Porém, houve uma das pessoas presentes que a chamou de “macaca” e o vídeo viralizou nas redes sociais.
“Alguém me chama de macaca no vídeo, mas não sabemos quem foi a pessoa exatamente", afirmou. “Cara, até quando isso? Olha, as coisas, pra mim, e eu acho que pra maioria dos brasileiros, nunca foram fáceis. E com preconceito e julgamentos pelo tom de pele, vocês só complicam as coisas”, desabafou na web.
“A vontade de diminuir é tanta que não pensam nas consequências dos seus atos. Eu só queria deixar bem claro para vocês, racistas, que além da Justiça ser lenta, aqui as pessoas que praticam racismo comigo ainda não terem sido punidas, isso não significa que a cobrança nunca vai chegar, ou que ela está longe disso. Ainda bem que eu tenho meu Deus e uma família que não me deixa desmoronar diante dos racistas. A cobrança de vocês uma hora vai chegar”, acrescentou a cantora.
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