Filha de policial militar, Paolla Oliveira lamenta: "Em casa não havia espaço para a arte"

Sucesso em "A Dona do Pedaço" como a influenciadora digital Vivi Guedes, Paolla Oliveira é praticamente uma workaholic.

A atriz, que tem suas origens no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo, aos 37 anos coleciona 20 novelas e 12 filmes em seu currículo. Paolla conta à revista 29Horas de setembro que, desde muito cedo aprendeu a importância de valorizar o trabalho. “Desde os 14, 15 anos, eu voltava da escola, estudava um pouco e ia ajudar na confecção dos meus pais. Por que eu sou tão dedicada hoje e me saio bem no que faço? Porque eu aprendi a dar valor a isso cedo”.

Filha de um ex-policial militar, a atriz conta que tal fato contribuiu para que ela tivesse uma criação muito severa. “Lá em casa não tinha muita conversa. Era muito claro quem mandava, quem obedecia, tudo muito militar. A criação dos quatro filhos foi muito dura, mas não sem amor”, relembra. Ela afirma querer se tornar “uma versão melhorada” de seus pais. “Quero que as pessoas em volta possam resolver coisas com o diálogo. Eu tento passar para os meus pais ensinamentos que nos tornam melhores. Esse é o caminhar equilibrado da vida”.

Por ter uma educação bem regrada e severa durante a infância e adolescência, Paolla diz que também passou por alguns embaraços antes de investir na carreira artística. “Fiz um booking com fotos minhas e ele perguntou o que era aquilo. Aí tive ajuda da minha mãe, que foi muito guerreira e enfrentou devagarzinho, com calma, a situação naquele ambiente militar. Fui fazendo um trabalho aqui, outro ali, e quando meu pai percebeu já sentia orgulho da minha opção. Hoje é fã, o primeiro a elogiar, fica feliz com as minhas conquistas. E eu fico feliz de ter trazido, com persistência, o velho José Everaldo para o mundo das artes”.

Mas todo o clima militar que viveu na juventude ajudou Paolla a compor uma de suas personagens mais famosas: a policial Jeiza, de “A Força do Querer”, novela exibida na Globo entre abril e outubro de 2017. “O meu pai não entendia a minha profissão e questionava duramente até entende-la. Passa o tempo e ele vê a filha interpretando uma policial na novela das 21h da Globo. A Jeisa foi uma homenagem a ele. Brinquei dizendo que me tornei major em bem menos tempo do que ele levou para ser coronel”, diz.

Apesar de interpretar atualmente uma digital influencer que é bastante ativa nas redes sociais, Paolla diz que, na vida real, evita fazer exposições demasiadas. “Eu já tenho exposição suficiente e gosto de ser reservada em alguns aspectos da minha vida. Optei por encontrar uma maneira de não me expor além da conta e ficar feliz de compartilhar algo para quem acompanha o meu trabalho”.

No entanto, ela já sofreu uma infeliz exposição enquanto gravava “Assédio”, no ano passado. Um integrante da equipe técnica que prestava serviço para a série compartilhou fotos suas seminua. Sobre isso, ela declara: “Foi uma pessoa que teve a coragem de compartilhar o que não é correto. Eu estava trabalhando em uma situação delicada, um nu, que encaro sem pudor ou problema. O meu corpo está para o meu trabalho e continuo agindo assim. Mas agora tenho mais cuidado com quem está envolvido na produção, para que todos falem a mesma língua e sejam responsáveis”.