Publicado em 07/11/2023 às 06:11:00,
atualizado em 07/11/2023 às 09:58:40
Quando o Globoplay surgiu, muita gente torceu o nariz porque considerava que a Globo estava entrando num mercado muito arriscado. Embora consolidada no Brasil, de que jeito a emissora iria disputar com gigantes do mundo, como a Netflix? Anos depois, a estratégia não só se mostrou acertada como fez com que a concorrência em plataformas comessem poeira.
Não se trata dos números de assinantes ou algo assim, mas do conteúdo. Difícil lembrar quando a principal plataforma do mercado, a Netflix, produziu algo novo e relevante no Brasil. Embora tentando ganhar espaço na dramaturgia e até no esporte, o Prime Vídeo vem de um 2023 bastante conservador e a HBO Max está só nas promessas com o início de gravações das suas novelas.
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Enquanto isso, o Globoplay parece ter entendido algo que nenhum streaming do mundo compreendeu: que ela pode ser irmã gêmea da TV aberta. O conteúdo não é nichado e pensado para uma audiência muito diferente de quem consome televisão todos os dias no Brasil. A plataforma virou uma espécie de irmã da Globo, na tentativa de alcançar um público que não aparece mais.
Dados disponibilizados pelo próprio Grupo Globo em seu upfront revelaram que são os jovens quem consomem os conteúdos do Globoplay. A estratégia visa salvar a TV aberta já que, no futuro, são justamente essas pessoas que se tornarão adultas e provavelmente estarão sentadas diante de um aparelho de televisão ou do streaming.
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Ao invés de apostar na segmentação, ela aposta na popularização. Importa pouco se menos pessoas consomem o Globoplay em comparação à Netflix. Mas o produto atinge um público que não vê TV aberta e o mesmo conteúdo, pouco depois, entra em horário nobre na televisão.
Prova disso é o sucesso de Todas as Flores, que vem ganhando cada vez mais repercussão, ocupando muitas vezes a segunda audiência entre as novelas da Globo. Além disso, a plataforma furou a bolha com o documentário sobre a vida de Xuxa, graças à imensa divulgação que só a TV aberta poderia proporcionar. A mesma estratégia vem sendo usada sobre Vale o Escrito, doc que ouviu toda a nata do jogo do bicho carioca e que teve muito espaço nos programas da emissora.
O Globoplay pode nunca competir com a Netflix e outros gigantes no mundo, mas no Brasil, em termos de conteúdo, deixou os rivais comendo poeira. Poderia ser muito melhor se a tecnologia não lembrasse alguns programas de baixo orçamento da RedeTV! e que a direção da plataforma parece não se importar.
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