Publicado em 11/04/2023 às 05:15:00
Quando o Globoplay anunciou que sua novela original, Todas as Flores, seria dividida em duas partes, as opiniões se dividiram. Houve quem considerasse um erro tentar alterar o modelo de exibição de um formato vencedor por décadas, mas também muitos concordaram que um teste não faria mal e poderia apresentar um novo filão para os folhetins. O resultado em tela, porém, foi um dos maiores erros que a plataforma poderia ter tomado.
A segunda parte da novela de João Emanuel Carneiro estreou na última quarta-feira (05) e terá, por oito semanas, cinco capítulos lançados, mesma estratégia da primeira fase, que iniciou em outubro. A surpresa ficou logo para os primeiros minutos do retorno em que o público percebeu ter algo errado. Não parecia a estreia de uma nova temporada ou a "segunda parte", como o Globoplay tratou, mas um capítulo recorrente.
Ficou nítido para quem assistiu que o autor não foi preparado para dividir sua obra em duas partes e que a novela foi simplesmente cortada ao meio de forma aleatória. Quem acompanha o universo de séries sabe como funciona. Ao terminar uma temporada, o retorno de um novo ano é recheado de acontecimentos montando a premissa da história naquela nova leva de episódios.
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Há produções, inclusive, que dividem uma mesma temporada em duas partes, como é o caso de This is Us e Supernatural. Ambas as histórias sempre contavam dois eixos distintos dentro de uma só temporada e usavam o mesmo recurso: episódios imperdíveis no retorno de cada parte.
Todas as Flores foi aclamada em sua primeira metade, por crítica e público, que mal respirava enquanto aguardava pelos próximos cinco capítulos. O final da parte foi ainda mais interessante, dando ares de final de temporada com Maíra (Sophia Charlotte) decidindo operar para recuperar a visão e partir em busca de vingança contra a mãe e a irmã, Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin).
Quão frustrante foi o retorno da obra justamente na cena seguinte à operação e com a mocinha aparecendo em apenas duas cenas no capítulo de retorno. A sensação de quem assistiu foi de que a novela terminou em dezembro como se fosse uma sexta-feira e retornou quatro meses depois como se fosse a segunda-feira seguinte. Não houve nenhum planejamento de roteiro para duas partes. Com isso, todo o ritmo que o telespectador tinha de envolvimento com personagens e com a narrativa havia se perdido e não dava para recuperar com um capítulo comum.
A ideia de dividir uma novela em duas partes não é ruim e não deve ser descartada. Em Todas as Flores, o Globoplay errou feio por não considerar com o autor outra forma de iniciar a segunda parte. Se a novela não fosse excelente com um João Emanuel Carneiro inspirado, talvez seria o caso de ter jogado todo o público fora. Não é o que vai acontecer porque a trama é excelente, mas não precisava de duas partes.
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