Publicado em 20/09/2020 às 15:50:00
Taís Araújo não guarda boas recordações de Viver a Vida, novela de Manoel Carlos exibida entre 2009 e 2010. Na trama, a atriz interpretou primeira Helena negra do autor, fato que teve grande repercussão na época. Mas, como a própria intérprete já admitiu em outras ocasiões, a personagem não deu certo, bem como a novela, que não conseguiu fisgar a audiência.
Em entrevista recente para o especial Os Campeões de Audiência, da TV Cultura, sobre os 70 anos da televisão brasileira, Taís Araújo relembrou que aceitou o convite para estrelar Viver a Vida, há 11 anos, com grandes expectativas, mas acabou frustrada. "A novela flopou de um jeito, eu flopei de um jeito na novela, tomei um caldo!", avaliou.
"Pensei: 'Eu fechei todas as possibilidades de todas as protagonistas negras'. Iriam falar: 'Tá vendo? A gente apostou e não deu certo'. Fui achando que a culpa era completamente minha e embarquei em uma viagem egocentrada", detalhou Taís Araújo.
Durante o decorrer de Viver a Vida, Helena teve sua importância suplantada pelo drama de Luciana, personagem de Alinne Moraes que sofria um acidente e ficava tetraplégica. "Acho que a novela teve milhões de acertos. A personagem da Alinne foi um acerto, ela fez muito bem, a Lília (Cabral, antagonista central da história) fez muito bem, mas a minha personagem era um erro, em vários sentidos", prosseguiu Taís.
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A atriz observou que não estava bem no papel, mas também identificou que o público reagiu mal àquela Helena. "Era uma personagem que o Brasil, naquele momento, não conseguia compreender. Uma mulher negra, rica, com sucesso. Até hoje é assim: você precisa explicar por que o negro tá nessa posição como conseguiu chegar e por que está ali."
"Talvez fosse uma novela para passar hoje, não há 11 anos. O Maneco talvez estivesse à frente nesse pensamento de não justificar porque uma mulher negra está ali, 'não vou pedir desculpas por ser uma mulher negra de sucesso e bem resolvida'. Ela simplesmente era", analisou a esposa de Lázaro Ramos.
Taís também pontuou que houve ingenuidade dela, do autor, do diretor Jayme Monjardim e da própria Globo em apostar naquela abordagem. "O Brasil lá atrás não se mostrava o Brasil que é hoje. Há 10 anos, a gente acreditava em um brasileiro cordial, em uma democracia racial e em um mundo de coisas que caiu por terra", concluiu.
Ainda em depoimento ao especial Os Campeões de Audiência, Taís Araújo relembrou sua carreira na TV, incluindo papéis de grande sucesso, como em Xica da Silva (1994) e Da Cor do Pecado (2004). Assista à entrevista na íntegra:
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No fim
E agora?
Veneno, tiro e mais
Mandante de surra?
Bem feito
Rica
Vem aí
Tristeza
Bomba
Grave
Castigada
Sem juízo
Para 2025
Perigo
Confira
Pobre
Final
Vilã errou
Refresco envenenado
Desfecho da malvada