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Mulher ofende mãe de repórter da Record, que se revolta: "Não aguentei"

Caso aconteceu em Brasília e envolve reintegração de posse


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Divulgação
Um caso grave de grilagem terminou com uma repórter da Record ofendida e agredida na região de São Sebastião, cidade satélite de Brasília, no Distrito Federal. 
 
Desde a manhã desta quinta-feira (10), um protesto contra a reintegração de posse na Zona Rural Zumbi dos Palmares, região de São Sebastião, é realizado.
 
A reintegração ocorre há uma semana porque grileiros venderam terras do poder público para pessoas comuns, que construíram suas vidas por lá e pagaram cerca de 30 mil reais pelos lotes de terra. Agora, estão sendo retiradas pela AGEFIZ (Agência de Fiscalização do Distrito Federal), órgão que fiscaliza a grilagem no DF.
 
O caso foi exibido na televisão. E aí que começou o problema. Segundo apurou a reportagem do NaTelinha, a população ficou revoltada com os apresentadores Giuliano Cartaxo, âncora do "DF no Ar", e Marcão, do "Balanço Geral DF", que teriam chamado as pessoas de "bandidas" durante a transmissão ao vivo de confrontos com a polícia, por resistência em deixar o local.
 
A primeira repórter da Record a ir na região foi Narla Aguiar, conhecida por fazer VTs para o "Cidade Alerta", de Marcelo Rezende. Ela também sofreu com tentativas de agressões, mas conseguiu acalmar os ânimos. Com a repórer Francy Rodrigues, jornalista experiente da Record e que já passou pela Globo, a coisa foi um pouco diferente. 
 
Francy também sofreu retaliação pesada, principalmente de uma mulher que ficou revoltada com a fala dos apresentadores. Em determinado momento, a mulher ofendeu a mãe da jornalista, que acabou se revoltando e partindo pra cima. O vídeo viralizou nas redes sociais e provocou um debate sério. 
O NaTelinha falou por telefone na tarde desta sexta (11) com Francy Rodrigues, que explicou o motivo da sua reação. "Eu tenho amor pelo jornalismo, tenho 20 anos de carreira, abandonei muita coisa pelo meu sonho. Já aconteceram várias coisas na minha vida no jornalismo, já caí de balão até, mas foi a primeira vez que aconteceu isso. Estou triste, mas eu não sou de ferro. Ninguém sabe o que está por trás. Quando aquela mulher ofendeu minha mãe com palavras baixas, foi como se uma voadora tivesse atingido o meu peito, não aguentei", comentou ela.
 
No Facebook, Francy também postou um texto sobre o caso, e foi totalmente agraciada por colegas e companheiros de Record.
 
"A vida é realmente uma roda gigante, uma hora estamos lá em cima, outra lá embaixo. E assim eu vou matando um leão por dia. Assim eu vou aprendendo bem mais sobre o ser humano e vendo quem é quem na minha vida. E assim vou aprendendo mais sobre mim. O jornalismo nos ensina que toda história tem duas versões. Aprendi que sempre tenho que ouvir os dois lados pra contar as histórias de forma isenta. Assim o faço e espero que todos façam isso também. Continuo tendo muito orgulho de ser jornalista mesmo que, uma hora, eu tire o blazer e a maquiagem pra ser quem eu realmente sou, um ser humano que grita, que chora, que sofre e que é feliz. Tenho orgulho de ser a Francy da Record", escreveu.
 
Por causa do fato, ela foi liberada para descansar nesta sexta-feira.
 
Francy tem o diagnóstico de depressão, o que foi revelado pela própria em setembro na sua rede social, quando ofereceu ajuda na campanha setembro amarelo, em que uma pessoa se colocava para ouvir outra com a doença.
 
Na Record, a repórter é uma das mais antigas da casa, e faz VTs com regularidade para o "Jornal da Record".
 
O outro lado 
 
O NaTelinha também procurou o apresentador Marcão para dar sua versão dos fatos. Realmente, no "Balanço Geral" desta quinta, ele diz que "quem confronta a polícia e queima ônibus e carro são bandidos". O jornalista se defende e diz que não queria generalizar. 
 
"Em nenhum momento eu quis ofender quem quer que seja. O 'Balanço' é um programa do povo e defende os interesses da comunidade, estando sempre do lado da população. Na matéria em questão, nós cobrimos uma desocupação onde algumas pessoas tentaram agir com truculência com a polícia, estas sim podendo ser consideradas de má índole. Jamais ofenderia quaisquer morador que estivesse apenas defendendo seu patrimônio de forma honesta e transparente. Ao assistir o vídeo da matéria, fica nítido que me referia somente a um grupo isolado que estava tentando partir para cima da Tropa de Choque. Nem eu, muito menos a Record, generalizamos a situação". 
 
O site também tentou entrar em contato com o apresentador Giuliano Cartaxo, mas sem sucesso. 
 

 

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