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Como a luta live virou exemplo para competição por audiência na TV fechada

"Eu Paguei pra Ver"


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"The Monday Night Wars" mobilizou o público de 1995 a 2001

Existe um estigma que persegue até hoje a TV por assinatura, de que os seus programadores de canais não ligam muito para a audiência, já que o objetivo é investir mais em qualidade.

No Brasil, de um tempos para cá, isso tem mudado bastante, mas nos anos 90, nem aqui nem nos Estados Unidos, onde a TV fechada foi criada, isso era uma prioridade.

Curiosamente, o fato que mudou essa percepção de uma vez por todas completa 15 anos de seu fim neste sábado (30).

Em 1995, a luta livre experimentava um aumento expressivo de popularidade. De um lado, a WWF (hoje conhecida como WWE) e o seu programa "Raw", que é até agora o mais tradicional programa de luta livre dos Estados Unidos, exibida no canal USA Network, desde os anos 80 líder com tranquilidade entre o público masculino.

De outro, a novata WCW (World Championship Wrestling), de posse de Ted Turner, mostrada na TNT no mesmo horário a partir de 1995. Entre as grandes novidades da atração, estavam a contratação de Hulk Hogan (foto), até então o mais popular lutador profissional de wrestling da história.

A chamada "The Monday Night Wars" - ou "A Guerra das Noites de Segunda" - mobilizou o público até 30 de julho de 2001. O primeiro confronto entre as duas franquias aconteceu em 4 de setembro de 1995, com um grande baque para a WWF: vitória incontestável da WCW no Nielsen, instituto que mede os números de audiência nos Estados Unidos. Na demográfica base dos dois programas, o placar foi de 2,4 para a TNT contra 2,1 para a USA.

A briga foi impressionante. Por 86 semanas, a WCW venceu seguidamente a WWF nos números de audiência. A briga era excelente nos bastidores, principalmente. A batalha por novos telespectadores utilizava métodos até então inéditos. As empresas contratavam wrestlers e escritores da companhia rival e os apresentavam no programa ao vivo para tentar desestabilizar sua concorrente. Logicamente, por estar em desvantagem nos dados de audiência, e também por ter mais dinheiro, a WWF concentrava estes investimentos. Porém, até 1997, a WCW parecia imbatível.

Mas só parecia. Em novembro de 1997, WWF decidiu dar um passo importante na sua história, o que transformou a franquia não só em líder de audiência nos Estados Unidos, mas também em todo o mundo. Foi lançada a "WWF Attitude", apostando na polêmica e deixando de se importar que o seu produto fosse "para toda a família". Desta vez, o público-alvo eram os adolescentes com mais de 14 anos e os jovens adultos na casa dos 30. Nascia assim o wrestling mais "politicamente incorreto", com linguagem explícita, participação mais ativa de mulheres atraentes em storylines, combates mais violentos e golpes mais arriscados.

O grande expoente dessa Era de Attitude foi o, hoje, ator Dwayne Jonhson, o popular The Rock. Com o seu carisma e popularidade, ele fez a WWF voltar a ser a franquia líder de audiência nos Estados Unidos, principalmente a partir de 1999. A WWF tornou-se notícia quase diária nos jornais, tanto para dizer bem, mas principalmente para falar mal, já que tudo ficou mais explícito. A WCW acabou morrendo na guerra, literalmente.

Engolida pelo sucesso da concorrente, a WCW foi à falência em julho de 2001, quando curiosamente foi comprada pela WWF, e teve vários de seus lutadores e produtores sendo colocados nas histórias e combates.

Hoje, a WWF se chama WWE, e a guerra é usada como exemplo de como a audiência pode mudar o destino da TV por assinatura. Aqui no Brasil, a franquia faz sucesso. Já foi exibida na TV aberta pelo SBT e pela RedeTV!, e na TV por assinatura pelo Esporte Interativo. Atualmente, os direitos são do Fox Sports, que exibe o seu principal programa, o "Raw", ao vivo toda a segunda, às 22h, no Fox Sports 2.

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