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Produtora sobre "Sem Volta": "primeira série de ação e aventura do Brasil"

Seriado da Record tem traços de "Lost" e vai abordar um grupo de montanhistas que se perde em meio a uma expedição


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Divulgação
Considerada uma das apostas mais ousadas da dramaturgia da Record dos últimos anos, “Sem Volta” promete surpreender os telespectadores por conta de sua história, temática e ousadia.
 
A emissora, que já emplacou "Conselho Tutelar" e ainda fará a série dos "Mamonas Assassinas", apostará, em paralelo, em uma trama totalmente diferente tanto destas como de qualquer outra já produzida no Brasil. "A primeira série de ação e aventura já feita no Brasil", classifica Carina Schulze, uma das fundadoras da Chatrone, produtora escolhida para executar a produção.
 
Para a Record, trata-se de uma das apostas mais diversificadas. A emissora, que já fez séries policiais (como "A Lei e o Crime" e "Fora de Controle"), a política "Plano Alto" e é especializada em tramas bíblicas, que foram promovidas ao posto de novelas com "Os Dez Mandamentos", em 2015, agora entrará no ramo de aventuras. 
 
Com traços de "Lost", um dos maiores sucessos da TV mundial na década de 2000, "Sem Volta" abordará um grupo de montanhistas que se perde em meio a uma expedição e que sofre com as intempéries de uma região perigosa. Assim como a própria "Lost", a trama também apostará do recurso de flashback para contextualizar os personagens para o telespectador.
 
 
O NaTelinha entrevistou Carina Schulze, que está à frente do projeto. Ela revela detalhes de bastidores, expectativas e o que o telespectador poderá esperar desta produção, que tem estreia prevista para o segundo semestre.
 
NaTelinha - Até então, pelo pouco que vem sendo divulgado, "Sem Volta" promete ser uma série inovadora para o que já foi feito aqui no Brasil. Quais são os pontos altos da produção e que fazem com que ela seja tão diferente do que já foi feito até agora?
 
Carina Schulze - Eu considero que "Sem Volta" é a primeira série de ação e aventura já feita no Brasil. Estamos gravando ela inteira em locação - em vários lugares como a Serra dos Orgãos, Tinguá e Teresópolis. É uma série que contou com workshop de escalada para todos os atores e também cada um tem seu próprio dublê. Temos cenas bem complexas tanto em locação - como em pedreiras, e em estúdio. Vamos trabalhar com muito chroma e efeitos especiais. Outro diferencial da série são os roteiros. A série foi criada pelo roteirista Gustavo Lipsztein, meu amigo de Los Angeles - e desenvolvida por nós dois. Ela conta com uma estrutura nada tradicional - onde cada episódio não segue um tempo cronológico e trabalhamos muito com flashbacks entrando na história pessoal de cada personagem. 
 
NaTelinha - Em uma das declarações dadas à imprensa pelo diretor Edgar Miranda, foi feita a comparação com "Lost", um dos maiores sucessos da TV americana nos anos 2000. Que ingredientes de "Lost" o telespectador pode esperar a partir de agora, mas numa versão brasileira?
 
Carina Schulze - Em "Sem Volta" temos várias semelhanças com "Lost". Em ambos projetos os protagonistas se encontram perdidos em uma situação de vida ou morte. Nestas horas, as pessoas não conseguem se esconder atrás das amarras sociais - então revelam quem realmente são. Os resultados são surpreendentes: heróis inusitados surgem quando se menos espera; ao mesmo tempo, pessoas aparentemente fortes se desmancham. Tanto em "Lost" quanto em "Sem Volta", o perigo pode surgir de qualquer lugar - da natureza, de alguma força externa, dos personagens que não conseguem lidar adequadamente com conflitos, ou até de alguma coisa interna de cada personagem. Isto faz com que o público sempre esteja em estado de constante alerta. 
 
NaTelinha - Serão inevitáveis as comparações com "Lost" e produções dos Estados Unidos, que já fazem parte da nossa cultura. Os roteiristas e técnicos possuem knowhow suficiente para não decepcionar este público, que por estar acostumado com o que é feito no exterior, passou a ter uma exigência acima da média?
 
Carina Schulze - Sim. Todos os roteiristas de "Sem Volta" são muito talentosos e experientes - como Thomas Stavros, Daniel Dias, Marco Borges. Gustavo Lipsztein, o criador foi formado no mercado americano que é muito competitivo e teve um ótimo treinamento lá. "Sem Volta" é um projeto Brasileiro - mas ao mesmo tempo trouxemos muita experiência e knowhow de lá. Quanto aos técnicos - eles certamente são as melhores pessoas no mercado para este tipo de trabalho. Como é uma série de 13 episódios, conseguimos dimensionar bem a produção - assim realisticamente atingindo a qualidade necessária mas em menos roteiros. Estamos apostando muito neste projeto e confiamos muito nas pessoas que estão trabalhando arduamente para realizá-lo. 
 
NaTelinha - Como vocês estão lidando com fatores climáticos, já que o mote da história e seu desenrolar se passa em condições tão indesejáveis por técnicos de TV (como mata, chuva e áreas fechadas)?
 
Carina Schulze - Tivemos um planejamento muito detalhado e amplo. O nosso plano de gravação prevê problemas como chuva ou condições adversas - portanto sempre temos a flexibilidade de fazer adaptações. A mata e as montanhas - são muito desafiadoras para nós - mas nos preparamos para isso, fizemos storyboards e ensaios detalhados e contamos com um elenco e uma equipe experiente e capaz de lidar com estes desafios. Sim é muito difícil - mas entramos nessa empreitada com esta sabedoria, e nos preparamos o máximo possível para poder encarar isto tudo. Temos muito o que provar - por ser nosso primeiro projeto para TV aberta - então realmente arregaçamos as mangas e entramos de cabeça para fazer o trabalho mais profissional possível com nosso orçamento. Também preciso dizer aqui que a Chatrone tem um ótimo parceiro na produtora Panorâmica. Nós construímos um sucesso com "Gaby Estrella", e pretendemos construir outro com "Sem Volta". A gente se complementa muito bem. Confiamos muito neles para desenhar a logística de produção, e eles confiam em nós para cuidar da gestão criativa e de sempre contar a melhor história. É uma parceria incrível. 
 
 
NaTelinha - A Record já investiu em séries e minisséries bíblicas, policiais e de cunho político, mas é a primeira vez que se aventura - literalmente - em uma de ação. Acreditam que o público brasileiro esteja preparado para essa imersão?
 
Carina Schulze - Eu acredito que com certeza o público está pronto.  O que acho importante ressaltar aqui - é que apesar de "Sem Volta"  ser uma série de ação e aventura - o que a torna muito emocionante e o que vai chamar o público - pois quem não quer assistir pessoas fazendo coisas incríveis em montanhas, e o drama de uma situação de vida ou morte com tensão constante? Mas o que realmente vai chamar o público para este projeto é a boa história. O projeto conta como uma história emocionante: cada episódio é uma montanha russa de emoções! Não dava para largar os roteiros, imagina ao vivo e em cores. Fora isso, cada personagem foi meticulosamente criado e desenvolvido. Tem história para todo mundo e todos os gostos - porque cada personagem tem seu próprio conflito que é desenvolvido ao longo da temporada e no final todo mundo tem um arco. Isto é muito gratificante e acaba deixando o público muito satisfeito. Eu confio muito na nossa história. E sem contar no nosso elenco. Além deles serem lindos são ótimos atores! 
 
NaTelinha - O Brasil, em especial pela Record, tem apostado bastante no sistema de parceria com as produtoras - algo comum em praticamente todo o país mas que aqui não era. Como enxergam essas oportunidades que vêm surgindo e se intensificando?
 
Carina Schulze - Eu acho ótimo para ambos os lados! Para as produtoras, é uma incrível oportunidade trabalhar com um canal que tem acesso ao Brasil todo. É muito incrível poder criar e produzir para um público tão grande e diversificado. Isto é uma honra! Estamos falando com o Brasil inteiro! Está sendo um desafio e tanto! E para os canais, também acho incrível diversificar. As produtoras independentes trazem projetos interessantes, jeitos de produzir que podem mudar paradigmas e também trazem um talento novo para os canais. São novos roteiristas, diretores, elenco - tudo isso contribui para que o mercado sempre fique aquecido com novidades!  
 
NaTelinha - O mercado de produtoras vem se tornando bastante competitivo, com players conhecidos por suas entregas de altíssima qualidade (como Mixer, Casablanca, Academia de Filmes, Conspiração, entre outras). No que a Chatrone busca para se diferenciar delas?
 
Carina Schulze - Eu acho que o maior diferencial da Chatrone está no desenvolvimento e no foco com a história. Acho que podemos ter a melhor produção do mundo, com a equipe mais experiente, mas se a história não cativa o público e não está bem contada, morremos na praia. Nós passamos muito tempo e energia nos roteiros e no desenvolvimento do projeto. Somos uma das primeiras produtoras a trabalhar com conceito de Showrunner e Writer's Room aqui no Brasil. Tudo isso faz com que o projeto seja sólido de dentro para fora. Nossos projetos sempre têm um viés internacional, porque sempre procuramos desenvolver projetos que cativam o público brasileiro mas que podem ser vendidos para o mercado internacional. Contamos com histórias, personagens e conflitos universais - coisas que o mundo todo pode se relacionar. E como consequência disto - trabalhamos com produtoras e profissionais que podem trazer a melhor qualidade para nossas produções - para a gente poder competir com o mercado internacional. Como eu me formei e morei em Los Angeles 16 anos, conheço bem o mercado internacional, portanto sempre achei que uma das formas de crescer o mercado audiovisual Brasileiro - é fazendo produções que podem ser exportadas e chamar atenção dos compradores internacionais. E tudo isso sempre precisa começar com um bom projeto desejado não só pelo mercado brasileiro, mas o internacional também. O projeto é a raiz de tudo...É o começo de um grande negócio.
 
NaTelinha - Quais são os planos para a Chatrone após ou em paralelo com a "Sem Volta" para a TV?
 
Carina Schulze - Estou atualmente produzindo uma série de live-action ficção para o Disney XD que se chama "Juacas". É uma produção que conta com cenas de surf e aventura. Também estou desenvolvendo para a Amazon um projeto que nasceu aqui no Brasil e será produzido aqui no Brasil para o mercado internacional. Outro projeto é o desenvolvimento no longa metragem da novelinha "Gaby Estrella", que vai ser gravado no segundo semestre. Tenho uma outra série para o público primetime/adulto que está em negociação com a Netflix, mas ainda não posso dizer o nome. E estamos negociando dois formatos de séries originalmente brasileiras para a YouTube americana.
 
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