Memória

Ida de Bonner para o Jornal Nacional gerou maior dança das cadeiras da história da Globo

Há 31 anos, em março de 1996, Globo anunciou mudanças em todos os seus telejornais; principal delas foi a ida de William Bonner e Lillian Witte Fibe para o Jornal Nacional


William Bonner e Lillian Witte Fibe no Jornal Nacional
William Bonner e Lillian Witte Fibe no Jornal Nacional

Nesta segunda (1), no mesmo dia em que o Jornal Nacional comemorou 56 anos de existência, a Globo anunciou que William Bonner vai deixar o comando do noticiário em novembro, passando o bastão para César Tralli.

A movimentação vai gerar uma reação em cadeia em outros telejornais da emissora, já que Roberto Kovalick deixará o Hora 1 para assumir o Jornal Hoje, no lugar de Tralli, e Tiago Scheuer ficará com o noticiário da madrugada.

No entanto, essas mudanças não superam a maior dança das cadeiras já realizada pela Globo, em 1996, quando todos os programas jornalísticos do canal foram afetados.

Muda tudo

Ida de Bonner para o Jornal Nacional gerou maior dança das cadeiras da história da Globo

Em 1995, a Globo anunciou que Alberico Souza Cruz seria substituído por Evandro Carlos de Andrade no comando da Central Globo de Jornalismo. No ano seguinte, os noticiários e programas jornalísticos da emissora passara por uma revolução.

Em 1º de abril de 1996, William Bonner e Lillian Witte Fibe assumiram o comando do Jornal Nacional, substituindo os veteranos Cid Moreira e Sérgio Chapelin. O primeiro passaria a ler editoriais do JN, posteriormente voltando ao Fantástico; o segundo, foi para o Globo Repórter, onde ficou até 2019.

O Bom Dia Brasil foi totalmente reformulado e passou a ser apresentado por Renato Machado e Leilane Neubarth; com a saída de Bonner do Jornal Hoje, Fátima Bernardes ficou no lugar do então marido. Mônica Waldvogel foi para o Jornal Globo e Pedro Bial virou apresentador do Fantástico.

Na época, a imprensa divulgou que a Globo teve muito receio na hora de concretizar as mudanças, com medo de que a saída de Cid Moreira do Jornal Nacional, onde estava desde a estreia do programa, em 1969, causasse rejeição junto ao público.

"Para evitar uma ruptura muito brusca, a emissora vai aumentar a quantidade de editoriais a serem apresentados no telejornal", informou a Folha de S.Paulo em 17 de março daquele ano. "Apesar do receio da rejeição do público ao novo Jornal Nacional, a avaliação da direção da emissora é de que as mudanças são a chance de aumentar a credibilidade do jornalismo global", completou a publicação.

Nova mudança

Dois anos depois, em março de 1998, nova mudança agitou os bastidores da emissora, quando Lillian Witte Fibe deixou o Jornal Nacional, cedendo sua vaga para Fátima Bernardes.

Em sucinta entrevista à Folha de S.Paulo, via fax, Evandro Carlos de Andrade disse que a âncora "saiu porque quis". Ele se negou a responder se procedia a informação de que havia um alto índice de rejeição à jornalista na apresentação do JN.

Apesar de especulações de que deixaria o canal, podendo até ir para o exterior, Lillian renovou seu contrato e voltou ao Jornal da Globo.

Sandra Annenberg, que estava no JG, foi para o Jornal Hoje, então apresentado por Mônica Waldvogel. Já Carlos Nascimento assumiu o Bom Dia São Paulo. Carla Vilhena, que recentemente anunciou sua saída da Globo, ganhou lugar fixo na bancada do Fantástico. Ela já havia substituído Fátima Bernardes durante a licença-maternidade dela.

Os únicos que foram mantidos em seus postos foram Renato Machado e Leilane Neubarth (Bom Dia Brasil), Pedro Bial (Fantástico) e Sérgio Chapelin (Globo Repórter).

Lillian ficou no Jornal da Globo até abril de 2000; Fátima ficou no Jornal Nacional até dezembro de 2011.

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